MÁRIO DE ANDRADE
Em carta de 1936 a Murilo de Miranda, Mário de Andrade se queixava de sua dificuldade de ação política:
"diante da realidade brutalíssima eu tenho medo. Medo de ser multiplicado em multidão (...) Encarava isso como um suicídio, porque não podia mais aguentar ser escritor sem definição política." Mas extravasou sua indignação na "Ode ao burguês":
"eu insulto o burguês!/ o burguês-níquel/o burguês-burguês/a digestão bem feita de São Paulo! (...)De mãos nas costas!/ Marco eu o compasso!/ Eia! Dois a dois!/ Primeira posição! Marcha!/ Todos para a central do meu rancor itinerante!"