HERANÇA MALDITA
Acessei no Twitter um vídeo do Canal Geopolítica Mundial, do You Tube, titulado “Por que não aposto no Brasil”, uma análise profunda das nossas atuais condições profissionais, educacionais e científicas, assim como a situação industrial, tecnológica e energética do país, com vistas a uma previsão de nossas possibilidades nas próximas décadas.
O vídeo me proporcionou duas sensações fortes, tristeza por ver que postado por dois “handles” ele só teve 3 respostas e 8 likes, sendo duas respostas e dois likes meus, o que reforça a tristeza pelas suas conclusões, e uma satisfação pessoal por verificar que algumas das situações expostas eu já tinha detectado por experiência e observação, e até relatado em alguns textos aqui.
A desindustrialização, com base naquela esperteza idiota “comprar da China sai mais barato” para mim é tema recorrente, o que não sabia é que tivesse-nos voltado aos níveis de 1947, assim como a perda de tecnologia e ciência, exclusivamente por culpa do retrógrado sistema de ensino idealizado pelo patriarca da burrice nacional, Lula, que além de comprar os diplomas “honoris causae” a venda no mundo, incentivou o empresariado brasileiro da educação a expandir a fabricação de diplomas de bacharel e até pós-graduação, esquecendo o alicerce do ensino fundamental, o que explica a carência de cientistas, já que os poucos que resultam, emigram em busca de ambientes mais estimulantes.
O 60º lugar do índice Pisa de educação, economiza mais considerações a respeito, agora a mais arrepiante conclusão do estudo, que eu suspeitava, mas não tinha coragem de expor, é a seguinte, o Brasil “emburreceu” não espantem, num acompanhamento estatístico mundial, o Brasil foi o único dos países pesquisados que teve crescimento negativo de cinco pontos no QI nacional, entre 1940 e 2013, ocupando hoje o 71º lugar com o QI médio de 88 pontos.
Outro dado assustador, ao qual eu não tinha prestado atenção, é o problema da insuficiência de energia elétrica para uma possível retomada do desenvolvimento, caso houvesse vontade política e um estadista no poder para recuperar os anos de desatenção e desinteresse por parte de políticos apenas interessados em projetos de poder e de enriquecimento pessoal. As possibilidades hídricas de geração estão esgotadas, a solução nuclear é de longo prazo de implementação e a produção já é insuficiente, haja visto os constantes aumentos das tarifas, ocorridos e previstos, resumindo, uma perspectiva ameaçadora.
No vídeo há também um quadro interessante relacionando as traições do Bolsonaro, o que não vale a pena ressaltar, por conhecidas, se ele por acaso ameaçasse com risco de uma reeleição, aí sim seria útil para desmascará-lo.
Embora a aula seja didática e objetiva em relação à referência geopolítica, a política nacional entra como informação aditiva e, logicamente, o PT, com seus 16 anos de governo, fica, implicitamente, como o maior responsável pela tragédia.
A percepção pelo mundo, do Brasil como um país estruturalmente corrupto, é outro obstáculo, apresentado pelo estudo, para uma recuperação socioeconômica, o nº 38, junto com Tanzânia, Ethiopia e Suriname, onde o menos corrupto ocupa o nº 88, com certeza não anima o capital transnacional a investir aqui, assim como não animam as 43.892 mortes violentas de 2020.
Há duas conclusões lógicas e indiscutíveis, sendo a primeira a que mostra as circunstâncias responsáveis pela assustadora situação, o despreparo, estupidez, ambição, vaidade e irresponsabilidade de nossos políticos, a mercantilização e prostituição dos partidos, a prática desenfreada e impune da corrupção na Administração Pública e o conceito de futuro, limitado à data da próxima eleição, são, insofismavelmente, alguns dos motivos de encontrar-nos perplexos diante de um futuro desconhecido.
Já, a segunda conclusão, “O que vamos fazer a respeito?”, é mais complexa de enunciar, pois envolve a leniência da sociedade no passado e sua atitude perante o futuro.
Infelizmente, a preferência do brasileiro pelo “panem et circus” da coisa pública, a aversão a raciocínios ou leituras mais longos e o gosto pela idolatria, sempre levou-o a eleger demagogos carismáticos, ficando fãs incondicionais e fanatizados, esquecendo de fiscalizá-los e justificando seus desvios com fidelidade canina.
Esse fanatismo por ídolos dos pés de barro, talvez agora, de posse do índice do QI médio do brasileiro, possa ser melhor entendido, pois só assim para aceitar que pessoas esclarecidas e aparentemente bem intencionadas usem de sua capacidade intelectual para condenar “tudo” o que não sejam os dezesseis anos de um partidos e seu dono, que liderou o descalabro que hoje constatamos e, ainda, ataquem virulenta e gratuitamente um possível candidato por ser negativo para a imagem do seu ídolo.
Quebrem esse paradigma, vamos raciocinar fria e objetivamente, vamos mostrar que esse índice de QI só pode estar errado, vamos provar que pensar é barato e não doe, vamos ser responsáveis com nossos descendentes, vamos aceitar a verdadeira “realidade”, de que nós e o País não aguentarão mais 20 anos do mesmo.
https://www.youtube.com/watch?v=Y_b_ED4BFkI