O GOL CONTRA DE PEDALADA
Uma denúncia anônima levou em 1978 o jornalista Luiz Claudio Cunha e o fotógrafo João Batista Scalco a um imóvel em Porto Alegre, onde dois uruguaios estavam sendo torturados. Ao chegarem ao local, o chefe da operação, o Delegado Pedro Seelig, do DOPS gaúcho, informou aos dois que os presos estavam envolvidos em contrabando. Os jornalistas desconfiaram da história e da fisionomia de um dos agentes no local. Resolveram pesquisar no álbum fotográfico da revista Veja, onde trabalhavam, e descobriram que Orandir Portassi Lucas, o tal agente, era "Didi Pedalada", ex-jogador do Internacional e Atlético PR. O fato foi confirmado pela Polícia Civil-RS e o enredo foi se desvendando: os dois detidos eram o casal Lilian Celiberti e Universindo Díaz, militantes do PVP (Partido da Vitória do Povo) do Uruguai e a prisão fazia parte da Operação Condor, ação conjunta das ditaduras do Cone Sul, responsável pela tortura e morte de opositores políticos nos anos de chumbo. O casal foi levado preso ao Uruguai, mas escapou da morte clandestina pela denúncia que ensejou o livro OPERAÇÃO CONDOR: O SEQUESTRO DOS URUGUAIOS.