Marrocos e Espanha, tensão contínua sem dissipar sinais "armistícios diplomáticos"
Seis meses depois da nomeação de José Manuel Alparis no Ministério das Relações Exteriores da Espanha, a esta data não surgiram sinais para uma trégua política entre Rabat e Madrid em relação às questões contenciosas, devido a persistente da tensão entre os dois países vizinhos, desde ano passado.
Num noticiário sobre as relações hispano-marroquinas, em 2012, a agência noticiosa "Europe Press" revelou que "o coordenador da administração ligado ao aparelho diplomático ibérico não tem conseguido aproximar os pontos de vista entre as duas capitais".
Rabat tem enviado sinais positivos a Madrid no discurso do Rei Mohammed VI, por ocasião da revolução do Rei e Povo, na qual expressou a disposição do Reino abrir uma fase sem precedentes de cooperação bilateral baseada na transparência e confiança.
O Jornal espanhol considerou que Marrocos não saiu da zona de sombra em sua relação com a Espanha durante meses após o dito discurso real, procedendo ao estabelecimento de uma zona de peixes no mediterraneo, fronteira com a Espanha, o que agrava a situação, acusando as Autoridades espanholas de não monitorar a questão dos viajantes e turistas pendentes.
Tal acusação das partes tem surtido efeitos indesejáveis no âmbito de uma comunicação anterior do Ministério da Saúde e Protecção Social, quanto às questões levantadas sobretudo da decisão das autoridades marroquinas escolher Portugal em vez de Espanha para iniciar o processo de deportação de marroquinos retidos na Europa, face às medidas cautelares da propagação do vírus “Covid 19”.
O conselheiro do corpo diplomático ibérico tem exprimido “o seu desânimo perante as denúncias do Ministério da Saúde e da Protecção Social”, sem dar mais pormenores sobre o assunto.
No mesmo contexto, o jornal ibérico "El Confidencial" destacou que o Chanceler espanhol chamou o Encarregado de Negócios da Embaixada de Marrocos em Madrid, em consequéncia da ausência da embaixadora nos corredores da missão diplomática desde o início da crise política entre os dois países, quando da recepção de Madrid do líder "Polisario" com um passaporte falso.
José Manuel Alparis não manteve nenhum encontro bilateral com Nasser Bourita. parte marroquino, com exceção de dois telefonemas nos últimos meses.
A agência de imprensa "Europe Press", considerou tal crise diplomática que continua a surtir efeitos negativos sobre outros domínios socioeconômicos, causando uma “frieza diplomática”, sem precedente, turvando as relações bilaterais entre Madrid-Rabat, cujo Reino Ibérico, com seu ato desafiador, aceitando no seu territorio um líder separatista da “Frente Polisário” com passaporte falsificado.
O Marrocos não retardou a chamar a embaixadora para consultas, deixando as relações confusas, até a data, à espera de uma nova ordem, e sinais capazes de tornar esta página sombrosa e volta da embaixadora marroquina a Madrid.
Lahcen EL MOUTAQIProfessor universitário- Marrocos