O atentado existiu

O ATENTADO EXISTIU

Miguel Carqueija

Antes de mais nada vamos entender que esse assunto, para ser tratado com isenção, independe se a pessoa é a favor ou contra Bolsonaro, se é bolsonarista, lulista, morista, dorianista ou muito pelo contrário. É só questão de considerar os fatos como são conhecidos e até onde podemos examinar. E de usar o bom senso.

Ainda se fala que a facada em Bolsonaro foi inventada. Ora, isso não faz o menor sentido. O fato aconteceu mesmo, e seria praticar ingenuidade ao cubo achar que nesse país não tem gente capaz de atentar contra a vida do político em questão, na época candidato à Presidência e atual Presidente do Brasil.

São comuns e frequentes, inclusive no Brasil, os atentados e assassinatos de políticos. Além disso o agressor de Bolsonaro foi preso em flagrante.

Na época os rivais de Bolsonaro na campanha presidencial, mesmo os mais radicais, prestaram solidariedade pública à vítima: Fernando Haddad, Marina Silva, George Boulos, conforme lembro. Ninguém, até onde sei nem a Rede Globo, questionou a veracidade do acontecimento. E vamos e venhamos, se fraude houvesse ocorrido envolveria a honra de dois grandes hospitais.

A uma amiga petista convicta, que veio com essa história, eu perguntei: “Mas será que nesses hospitais não tem um petista para denunciar a fraude?” Ela argumentou que não havia sangue. Ora essa, eu vi os vídeos feitos na hora, de improviso, com os celulares, por pessoas presentes. O caso se deu na via pública, com Jair Bolsonaro cercado por multidão. Mal se podia ver o próprio candidato, embora dê para ver o ricto de dor. O chão é que não podia ser visto mesmo. Além disso sei que artérias costumam se fechar quando seccionadas, uma proteção do organismo para que a pessoa não morra esvaindo em sangue. Não sei se foi o caso, mas é claro que foi tudo filmado de alguma distância e seria inviável mostrar o chão. O que havia era aglomeração humana. E se houve sangue derramado na rua, deve ter sido totalmente pisoteado.

Além do mais seria de todo idiota forjar um atentado em plena rua, pois isso seria facilmente desmascarado. Iria desmoralizar o candidato. Correr um risco desses para que? Inspirar a compaixão do eleitorado, fazendo-se de vítima? Se fosse isso o plano haveria de ser mais bem elaborado, talvez com um tiro simulado, em local com menos gente e um rápido recolhimento da vítima.

Bolsonaro ficou com uma cicatriz enorme e horrível, que foi mostrada. E ficou com sequelas, talvez para o resto da vida.

Eu lembrei a essa amiga que o autor do atentado estava preso e não negou o crime. Ela ainda achou que ele teria sido pago para fingir que tentara matar o candidato.

Ora essa. O Jair, além de ficar dias entre a vida e a morte, foi prejudicado por não poder aparecer nos debates e na propaganda eleitoral, onde aliás já tinha pouco tempo. Só teve a perder. Um dos vídeos mostrou que na hora do golpe um homem (policial a paisana) puxou o braço assassino e provavelmente salvou a vida de Bolsonaro. Foi um milagre ele não ter morrido, questão de centímetros.

O importante a considerar é também isso: até onde eu sei não existe nenhuma contestação oficial e pública do atentado. Mesmo o PT e a Rede Globo não negam que o fato aconteceu, o que se discute ainda é se Adélio agiu sozinho ou teve cúmplices. Portanto, a versão da fraude é apenas um boato que circula aqui ou ali, por essa gente que gosta de reescrever a História, triste sina da esquerda. Mas reescrever a História é coisa de “1984”.

Rio de Janeiro, 1º de dezembro de 2021