Tramando contra o rei
04/02/2015
Dizer-se apolítico já é uma postura política, assim como afirmar-se contra ideologias estabelecidas indica outra condição ideológica.
É inegável que somos influenciados por vontades e pensamentos alheios, mas isso não impede que tenhamos senso crítico para fazer nossas próprias escolhas e, quando necessário dizer NÃO!
Com visão muito à frente de seu tempo, em "1984", George Orwell previu o surgimento de uma sociedade autoritária vigiada pelo big brother; termo que deu nome ao nosso reality show de maior audiência e que, caminhando para sua 12a. edição, mostra a ânsia do público brasileiro por apreciar a vida dos outros em seus aspectos mais grotescos e fúteis.
Não vivemos mais sob um regime monárquico absolutista no qual o soberano submete o povo a altos impostos para sustentar sua vaidade, seus gastos supérfluos e os dos parasitas da corte. Epa! Mas é exatamente esta a realidade brasileira, campeã no quesito impostos, líder de denúncias ligadas ao nepotismo, desvios de verbas, entre outros "crimes brancos".
A luta dos desajustados é um esforço diário pela libertação do domínio opressor. Mas quem é o inimigo? Quais as outras opções além do capitalismo selvagem e do socialismo estatizante?
O voto seria a arma mais eficiente e a maneira ideal de expressarmos nossa indignação e tramar contra os impostores que ocupam o trono do rei, não fosse o escambo consolidado no qual um voto é trocado por uma dentadura ou um prato de comida. Sem contar a estranha forma de protestar, elegendo um palhaço analfabeto funcional que arrasta consigo - pelo voto proporcional - fichas-sujas, sanguessugas e outros meliantes.
O clamor das ruas levou Fernando Collor ao impeachment, assim como o caso Isabela Nardoni teve - segundo os advogados de defesa - um pré-julgamento e condenação antecipada devido à movimentação popular. Enfim, a História conta que toda vez que nos unimos por uma causa justa, nossa força se mostrou imbatível, derrubamos muros, destruímos grades e saímos vencedores.
Não nos deixemos enganar; este não é um tempo de paz! O conformismo banaliza a vida afirmando que as coisas sempre foram assim e que somos fracos demais para mudar a realidade. Pois bem! Talvez sozinhos não possamos fazer muito, mas se pudermos contar com você e mais alguns outros amigos com disposição e coragem, então nada vai nos fazer parar.
Comecemos pelas coisas pequenas e essenciais. Vamos dar um basta à falta de bom-senso, dizendo NÃO para quem joga lixo na rua; NÃO para quem fura fila ou quer levar vantagem em tudo; NÃO para os gatonets; NÃO, enfim para todo complexo de inferioridade e a todos os crimes escondidos sob o "jeitinho brasileiro".
Que o rei saiba: nós estamos tramando contra ele. E apenas começamos.
#bispoeta
- Com a colaboração e revisão de Nivaldo Brito Dos Santos