NO SUBMUNDO ALÉM DA IMAGINAÇÃO —II—

NO SUBMUNDO ALÉM DA IMAGINAÇÃO —II—

A convivência por subserviência libidinal ordinária se torna um costume banal, uma banalidade do mal, como diria a escritora judia Hannah Arendt, nascida na Alemanha. A banalidade de uma sexualidade trivial, voltada a qualquer coisa ordinária que possa servir de cajado para a sobrevivência. Afinal essas pessoas terão habituando-se ao convívio com outras demais, de outras classes e poder aquisitivo diversificado.

A carência, afinal, é serventia da casa de todos os povos. Mentes e corpos contaminados por todo tipo de compromissos abaixo de qualquer padrão cultural de civilidade moralmente aceitável. É o universo do Senhor das Moscas. O mundo globalizado dos supremacistas brancos, negros, amarelos, pardos, morenos, cafuzos: o mundo do universo nivelado por baixo do consumo propaga gado em todas as emissoras de rádio, revistas, jornais e TV visão. A juventude se torna abominável pelas vias da necessidade de ter o que comer e sobreviver nas respectivas faculdades: mentais e universitárias.

Quem em sã consciência pode negar a realidade dessa conjuntura social, política, econômica amoral, que o santo brasileiro padroeiro e protetor da verdade a serviço da dramaturgia e do cinema brasileiro, Nelson Rodrigues, afirmou através de seus textos???!!! Realidade decorrente, principalmente, de fatores genéticos e políticos corruptores. Quem vai querer mudar essa realidade da qual fazem parte 210 milhões de brasileiros obcecados por consumir produtos industrializados mais e melhor produzidos pela mais recente tecnologia de dominação mental: pessoal e coletiva.

Quem tem coragem de ler o amanhecer o pensamento do dramaturgo que textualizou a sociedade brasileira e seus moinhos de vento??? Sociedade que ainda hoje tem no presidente Bozo e em seu Sancho Pança, opositor de lambanças em candidaturas presidenciais, sua mais afirmativa modalidade de confirmação atualizada.

Estamos nos dias de hoje, de agora, no palco de um teatro social ferozmente regressivo aos anos 54 a 68 da era dita cristã. Nesse tempo Nero, quinto representante da dinastia formatada pelos imperadores que o antecederam, incluindo Calígulula. O histórico Nero proclamava a todos “Sou Eu Quem Mando”. Mando incendiar Roma enquanto toco minha Lira no ato e do alto desse Planalto. Treinando o discurso, continuou Bozo:

“Como é belo ver a Amazônia pegar fogo. Se pudesse, não hesitaria em mandar cunhar na nota de trezentos reais, minha efígie em homenagem ao meu querido e ítalo Mussoline. Proclamei-me o César brasileiro quando afirmei aos quatro cantos, aos quatro ventos, ao G-7, a todos os estados brasileiros:

— “Sou Eu Quem Mando”. Na pior das hipóteses (quem escreveu esse discurso??? Perguntou Bozo ao aspone mais próximo). Está muito intelectual. Afinal sou um político populista. Baixando a voz ele interrogou: “o que é hipóstase”???

— É hipótese, presidente, respondeu o Assessor. E aí, daí??? O que é isso???

— É especulação, suposição, forma de dizer provisória, pode ser ou não confirmada posteriormente. O presidente não se fez por esperar e, em resposta disse:

— “Tira esse palavrão daí, o que eu digo é confirmado agora, não posteriormente. Eu não digo nada posteriormente. O Assessor, que também é astrólogo, pensou de si para consigo: — “Esse filho da mãe é escroto até comigo”. E completou seu pensamento: “esse espírito de Ogro governa o país como se o Brasil fosse habitado por italianinhos amestrados pela máfia dele, de milicianos”.

É fato lamentável que Bozo continua presidente.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 15/11/2021
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T7386278
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