Razões que impedem a Tunísia em votar a favor do saara marroquino no Conselho da ONU
O Marrocos foi surpreso ao assistir na Margem da Assembléia da ONU, 28 de outubro 2020. no conselho de segurança, ver a Tunísia abstenir de votar sobre um processo do Saara marroquino, considerando a Tunísia, país da UMA conservafor, aliado a integridade por décadas em favor da política marroquina e solução pacífica junto a Argélia, Mudando nestas circunstâncias e apoiando o regime militar da Argélia, possibilita interrogar as razões e as dificuldades motivo deste revolta.
As razões da abstenção da Tunísia em votar a favor da resolução do Conselho de Segurança sobre o Saara, conhecidos ao aproximar-se do regime militar argelino nos últimos meses.
A Tunísia tem abstido de votar em favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU, prorrogando o trabalho da missão “MINURSO” por mais um ano. Os acompanhantes do processo do Saara relacionaram tal razão da aproximação política entre “Palácio de Al-Muradia” e “Palácio de Cartago”, em correntes dos últimos meses, explicando a “aquiescência” da Tunísia ao regime argelino.
A Tunísia, país que sempre foi neutro, parece substituindo esta política de neutralidade tradicional em relação ao Saara marroquino por uma espécie de reaproximação política com a Argélia, a primeira vez na história política tunisiana a anotar nas últimas décadas este comportamento, alguns especialistas e estrategistas atribuem isso às conversas econômicas e segurança comprometem Tunísia nestes últimos meses.
A este respeito, alguns analistas políticos e especialistas jurídicos que acompanham a questão do Saara consideram que a posição da Tunísia revela a indecisão e a decepção que surpreende, no quadro da voz árabe e africana, representando a Tunísia no Conselho de Segurança da ONU em relação à Resolução 2602 sobre o Saara, refletindo assim a gravidade da confusão política e diplomática dentro da liderança tunisiana.
Alguns jornais locais atribuem isso a uma certa tendencia inaceitável da Tunísia, violando o consenso árabe, islâmico, africano e até internacional, permitindo a submissão ao regime militar argelino, podendo levar este país já enquadrado no meio de uma crise política interna, sem saída no horizonte.
Tais preocupações econômicas e de segurança objeto da interferência da Argélia nos assuntos internos da Tunísia levaram sem dúvida a mudar a posição diplomática tunisiana e atraída no sentido da posição russa, apoiando a tese argelina, separatismo e autoritarismo.
A Tunísia, nesta era do presidente Kais Saied, não deve aceitar a conduta pela sensibilidade e cautela face a uma guerra econômica travada pela Argélia, contra qualquer país, a exemplo da Tunísia por quase um ano, lembrando da reaberta, dias antes da publicação da resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o Saara.
É possível que o governo tunisino tenha sido objeto de chantagem econômica, política e de segurança argelina, resultando no seu afastamento do consenso internacional e da adesão ao processo político consensual, invés de aliar-se ao russo, negando a tradição diplomática da Tunísia, e a abordagem sustentável de uma política externa ligada ao processo da questão do Saara.
Finalmente, a abstenção da Tunísia de votar em favor da Resolução 2602, levanta hipóteses da dificuldade da Argélia ter aliados a não ser buscar a Tunísia, trama da violação das acumulações políticas e regionais para com os países do Magrebe, criando crises entre o grupo da UMA, afastando-se da fragmentação da desejada unidade do Magrebe, como sempre apoiante da unidade nacional dos países.
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador universitário, Marrocos