Um arcebispo no palanque ou no picadeiro?
Um arcebispo no palanque ou no picadeiro?
Félix Maier
Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida do Norte, até parecia um político da extrema esquerda em comício, pedindo palmas para cada platitude dita no sermão deste dia 12 de outubro de 2021, Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil.
Na homilia, falou que todos os brasileiros precisam combater a corrupção e as fake news, e não transformar a "Pátria Amada" em "Pátria Armada".
1. Contra a corrupção, quem não é? Os corruPTos, claro. Nunca vi o arcebispo gritar nos sermões contra a roubalheira petista feita durante 13 anos. Será que ele estava se referindo à corrupção das compras de vacinas que nunca ocorreram no governo Bolsonaro, como insistem em dizer alguns senadores da CPI da Pandemia, embora alguns pilantras tenham tentado faturar um dinheiro extra com a pandemia? Será que ele se rendeu às narrativas de fake news da #CPIdoCirco?
2. Fake news, quem é a favor? Dom Orlando, que parece acreditar nas fake news de velhos conhecidos da polícia, como Omar Aziz e Renan Calheiros, atualmente sob holofotes do picadeiro da pandemia, poderia ter aproveitado o palanque populista e dito que se trata de fake news acusar os católicos de adorar Maria e os santos, como pregam com vigor muitos evangélicos - alguns até quebram estátuas dentro de igrejas. Os católicos apenas veneram essas santas criaturas, que servem de inspiração para todos os aspectos da vida. Adorar, eles só adoram a Deus.
3. Pátria Amada, não Pátria Armada. Um trocadilho populista que até esquerdista se coraria de vergonha em dizer tal tolice. O que o arcebispo populista rasteiro disse, utilizando um slogan do governo Bolsonaro, foi insinuar que o Presidente é culpado pelo número de mortes por armas de fogo, ao defender que a população ordeira tem o direito de adquirir arma para defesa da sua família. E insinuar que Bolsonaro também é responsável em armar traficantes e milícias Brasil afora, os principais culpados pelas dezenas de milhares de mortes violentas que ocorrem anualmente no Brasil. Vale lembrar ao arcebispo que Caim não utilizou uma arma para matar Abel, pois quem mata é o ser humano, com qualquer objeto, não a arma. Ele também poderia pedir o fim de escolta armada para autoridades e até para o Papa. Por que não o fez? Porque se trata de um embusteiro, que prega utopias, coisas maravilhosas que só existem na imaginação, não na dura vida prática.
Dom Orlando perdeu ótima oportunidade para cobrar dos parlamentares leis mais duras contra os criminosos, que habitam um éden de impunidade chamado Brasil. Poderia também pedir que os parlamentares acabem com o foro privilegiado e aprovem leis para garantir prisão para condenados em segunda instância, assim como a diminuição da idade penal para 16 ou até 14 anos.
Com arcebispos desse quilate, não é de admirar que ocorra debandada de católicos para outras denominações religiosas.