O leitor médio já entendeu o jogo
a metodologia da XP não está mudando porque "desagradaram" cliente (…)Daqui para frente quase todas as pesquisas mudarão seus formatos e métodos se não quiserem pagar mico ou serem úteis para alguma coisa. Terão que avisar as mudanças porque os números também mudarão muito. A única coisa que posso afirmar, com certeza, e embasado na minha própria experiência em campo, pesquisando, tabulando, repensando e calculando clusters, é que as pesquisas atuais realmente não prestam e tem a validade de um iogurte. Sendo bem claro: acredito na honestidade delas. Eu não acredito é na competência. A maioria dos métodos ainda aplicados hoje já eram defasados nos anos noventa. As amostragens sempre são ridículas – foi-se o tempo que 3000 ligações de telefone serviam de amostra para o país, na verdade nunca serviram – e a distribuição e quantidade de amostras já se mostraram inadequadas e incoerentes mais de uma vez. A realidade é que os insitutos ainda não conseguiram se adaptar à realidade das redes sociais que alteraram padrões de comportamento de opinião da população para todo o sempre. Vide os erros grotescos de pesquisa das nossas duas últimas eleições. Cartomantes garantem prognósticos mais confiáveis.
O que mais me impressiona é o nosso jornalismo ainda acreditar no milagre da profecia autorrealizável. "Vamos botar fulano na frente, martelar isso, que uma hora pega". De novo: foi-se o tempo, não acontece mais, o mundo mudou. O leitor médio que recebe notícias 24 horas por dia pelo celular já entendeu o jogo e não cai mais nessa. Fosse assim, Haddad hoje seria presidente e Dilma senadora por Minas. Hoje todo mundo já percebeu que se a estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem, a imprensa brasileira é um porão do Dops." (Paulo Cursino)