CPI Esvaziando-se
Em recente entrevista, o próprio presidente da CPI admite que os últimos depoentes não estão trazendo contribuições aos seus objetivos e por isso pode até produzir seu relatório antes do prazo estabelecido pela prorrogação.
O fato é que ao invés de atacar o governo, o defendem. Ora, se a pergunta é sobre o porquê da equipe formada por grande parte de militares e de pessoas não qualificadas especificamente para a área de saúde, a resposta é categórica: "em gestão, não necessariamente é preciso ser médico. José Serra foi o melhor ministro da saúde." E, quanto aos militares, se o próprio presidente vem dessa origem, é mais que natural indicar quem ele conhece.
Já foi questionado por nomear alguém que lhe é bem próximo ou amigo e até barrado pelo STF. E a sua resposta tem sido: "como eu posso nomear o amigo do outro e não posso nomear alguém que é meu amigo?"
É evidente que cargo de confiança é de sua atribuição, e ninguém tem de meter a colher. O último depoente chegou a dizer que via no quadro das Forças Armadas pessoas muito bem preparadas. Isso, evidentemente, não agrada a CPI, que quer ouvir o contrário. Assim, claramente, o presidente demonstrou que já é hora de encerrar seu relatório. E o foco já se volta para o ex-governador do Rio de Janeiro, que declara ter uma bomba, que só pode revelar em sessão secreta. Ora, sendo ele declaradamente inimigo número um do governo, a bomba é de interesse da CPI.