Mediação americana para conter as tensões entre Marrocos e Argélia
Durante a visita do secretário de Estado adjunto dos EUA para Assuntos do Oriente Médio, Joe Hood, à Argélia e Marrocos, semana passada, envolvendo as questões comuns entre os dois países, e no contexto da tensão diplomática, cuja Argélia convocando seu embaixador de Rabat para consultas após o anúncio do representante de Marrocos as Nações Unidas, apoiando a independência da região de Kabylie.
O último discurso do rei Mohammed VI pelo Dia do Trono, ocasião pelo qual foi exortado o presidente argelino Abdelmadjid Tebboune a "trabalhar conjuntamente, quando possível, em prol das relações construtivas longe de qualquer atrito que atende os interesses externas e contra tais povos irmãos e fraternos", resultado ilógico de manter fechada a fronteira com Argélia.
Alguns dias da visita do responsável dos Estados Unidos aos dois países, o Rei Mohammed VI tratou no seu discurso por ocasião do dia do trono:
“O estado atual dessas relações entre Marrocos e Argélia não satisfaz nenhum, nem do interesse de nossos povos, fato inaceitável por parte de muitos países ."
Muitos sites e revistas, acompanhantes das relações marroquino-argelina não descartaram o fato da visita do secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para Assuntos do Oriente Médio, Joey Hood, esteja uma oportunidade de atenuar a tensão entre Marrocos e Argélia, influenciando o sentido do processo de negociação rumo a uma saída definitiva da questão do saara marroquino.
Durante uma conferência de imprensa na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Marrocos em Rabat, na sequência de um encontro com Nasser Bourita, Joy Hood , em resposta a uma pergunta da imprensa, considerando que a administração Biden tem políticas e estratégias para atenuar as tensões como o caso do Marrocos e Argélia.
Tal responsável dos EUA à região deixou bem claro que a sua visita a Marrocos e Argélia tem por objetivo buscar aprofundar a discussão e apoiar os parceiros dos EUA em conformidade com a política de Biden relativa a muitos dossiês.
Segundo Joe Hood em relação à Argélia e Marrocos, o governo Biden trata de estabelecer relações fortes com seus parceiros entre os dois países, sem perder uma das partes em detrimento da outra, apesar da reação negativa da Argélia, após os Estados Unidos reconhecer a plena soberania do Marrocos sobre o Saara.
Tal primeira visita de um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA, sob a nova administração, Biden, ao Marrocos e Argélia, levando mensagens políticas e diplomáticas, cujo Washington manipula no sentido de acabar com as tensões no Oriente Médio e Norte da África, face a uma região do Saara e Sahel difícil, a exemplo da Líbia.
Tal mediação americana é para diminuir a tensão entre Marrocos e Argélia, um meio para que Washington possa enfrentar a presença russa, perceptível no Norte da África nos últimos anos, a exemplo do Egito, Líbia e Argélia, e em menor escala Marrocos e Tunísia.
Considerando a Argélia, importante aliado da Rússia na região, envolvendo estratégias militares, uma vez o Marrocos tem sido o parceiro histórico dos Estados Unidos da América, cujos acordos de compra de armas e munições militares, principais do continente africano, com muitos interesses econômicos.
Em relação ao Saara marroquino, uma das causas de tensão entre Marrocos e Argélia. O responsável americano, Joe Hood, nas suas declarações em Rabat, acreditando não ter retrocesso do reconhecimento sobre o Saara, lembrando, que o ex-presidente Donald Trump, através do decreto presidencial reconhecendo a soberania marroquina sobre o saara.
Com isso, os Estados Unidos tornaram uma página do saara ocidental, definitivamente prontos para defender a marroquinidade do saara, através de consultas com várias partes, melhores maneiras de “parar a violência e chegar a um acordo permanente desta questão regional”.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário, Marrocos