Marrocos: a Festa do trono e unidade nacional
Quando o jornal “Trabalho do povo” apresentou o ato de celebrar o dia da sessão real, não tem sido completado os três meses desta manifestação e publicação deste ato, uma vez o seu segundo número deste jornal, 20 de outubro de 1933, levando o apelo do povo marroquino fazer do dia 18 de novembro de cada ano um feriado nacional para comemorar tal memória com todo o que merece o Sentado no trono de honra e lealdade.
Tal jornal destacou que a unidade nacional do Marrocos, dividida em três regiões, ameaçada pela divisão de seu elemento entre árabes e berberes, sem que seja concretizada e designada a não ser pela unidade do trono, sinonimo do apego ao sentado no trono, cujo direito dever se apegar ao sultão, ao seu rebanho e não as autoridades protetoras francesas.
O jornal - Trabalho do povo- tem pedido a suspensão a ação do Dia Nacional, deixando as autoridades do protetorado francês num dilema e prova difícil. Uma vez que as autoridades protetoras não responderam a este apelo, evitando festejar, alegando que o Sultão daquele ano (1933) estar fora da capital.
Por sua vez o movimento nacional tem procedido oficialmente a celebração desta ato comemorativo nacional, a partir da cidade de Fez, cujo jardim público tem acolhido esta grande festa nacional, hasteada pela primeira vez a bandeira marroquina.
Após esta celebração, uma torrente de cabos de felicitações foi enviada ao Palácio Real de Rabat, firmadas pelo povo e seus agrupamentos.
lembrando que o ano 1934 foi o ano da celebração oficial do Dia do Trono. A autoridade protetora não encontrou escolha a não ser participar da celebração e reconhecer a iniciativa popular nacional.
Em 31 de outubro1934, foi também emitido um decreto pelo grão-vizir marroquino Muhammed al-Muqri, homenageando o Residente-Geral Henri Bonseau , ao declarar 18 de novembro de cada ano como um feriado nacional.
Desafio do poder
A Autoridade protetora revelou as intenções de sua tentativa de isolar o Sultão de seu povo, maio de 1934, quando o Sultão realizou uma visita oficial à cidade de Fez.
Os patriotas aproveitaram a oportunidade para recebê-lo e expressar a lealdade através de manifestações populares, enchendo as ruas com bandeiras e cantos nacionais. Traduzindo a vitória do povo que festejam erguindo bandeiras, hasteadas em todos os bairros e ruas, cantando o hino nacional.
O líder Allal El Fassi, e o líder Wazzani lançaram seus apelos através de uma edição especial no jornal “Trabalho do povo”, expondo a foto do Sultão e seu filho, o Príncipe Moulay El Hassan.
Tal cena festejada num ambiente popular, junto ao rei que cavalgava na hora de sua entrada oficial em Fez, uma tradição da memoria da resistencia ao poder protetoral.
O hino de Allal al-Fassi, inspirado e entusiasmando as massas, professores e alunos nas escolas publicas, cantando junto ao rei e ao povo, nestas palavras traduzidas pelo hino:
Ó rei de Marrocos, filho de Adnan Al Abi
Soldados do resgate, protetores deste rei
Tono da glória permanente e existente sob a autoridade da gloria
Os antigos construíram a glória e a realeza
Não querem que module o seu partido
Todos são seus soldados, sempre protetores
Primeira visão do Sultão
Ainda conservando a imagem pouco clara do sultão, passando do bairro de Qattanine em Fez, onde se possibilita saudar o sultão e entoamento de seu nome.
Foi a primeira vez que se assistisse ao sultão, segundo o jornal, costumando a pronunciar o seu nome no dia do juro da fidelidade e lealdade. O sultão consagrado como nenhum pode pronunciar seu nome, a não ser das bocas das crianças inocentes e crédulas.
Parece que a união entre o jovem sultão e o povo foi impressionante durante as manifestações de Fez, a procissão do sultão tem travessado as ruas da cidade de Fez, sua majestade a cavalo, e as vozes levantadas exigindo a restauração do direito que foi roubado de Marrocos.
Tal visita acabou se trasnsofrmando em manifestações de protesto, movimento de reivindicações e condenação da ocupação, cujo objeto é de creiar barreiras entre o sultão e povo, uma vez o seu discurso sem símbolos atingiu as profundezas do pensamento colonial francês, levando-o a tomar conta dessa coalescência.
Lembrando das orações de sexta-feira 1934, quando o sultão foi impedido da mesquita de Qarawiyin. As autoridades protetoras francesas acreditam que tal dia, um verdadeiro desafio, uma oportunidade da consolidação das relações do trono com o rei, intensificando o entusiasmo nacional para com o sultão que renova seus laços com as massas populares.
Finalmente, o general Marche, governador do distrito de Fez, inventou uma justificativa para isso, levando ao conhecimento do Sultão que as massas gritavam pela queda da França e que estendiam a bandeira francesa no solo. A residência pública francesa submeteu ao Sultão a pedido para cancelar a oração oficial dos aldeões, prendendo os patriotas sob a acusação de tumultos, caos e danos à santidade da França; contudo isso o sultão se recusou a armadilha francés para a prisão de qualquer patriota, preferindo encurtar a sua visita a Fez e voltar no mesmo dia para a capital, Rabat.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário, Marrocos