Viciado em notícias políticas
Ainda sem acesso à televisão, em agosto de 1961, chega um colega meio assustado e diz: "liga aí na Rádio Nacional pra saber se é verdade que Jânio Quadros renunciou."
Ora, ainda empolgados com o homem da "vassoura", aquele que ganhou para o homem da "espada", o Marechal Teixeira Lott, a notícia era mesmo impactante, diante da renúncia de quem vinha sinalizando a moralidade no serviço público. O símbolo da vassoura dizia ser "lavar a sujeira." De imediato, uma das primeiras medidas foi pintar de preto os carros oficiais, colocando os dizeres: "uso exclusivo em serviço." Os motivos de sua renúncia nunca foram esclarecidos. Ele apenas dizia que foram "forças ocultas."
Hoje, diante de tantos meios de comunicação, dizemos que em relação ao atual Presidente, as forças que o querem afastá-lo são muito bem visíveis. Há emissoras de televisão que nem sequer disfarçam a sua parcialidade. Comentaristas ou entrevistados só atiram para um lado, sem o equilíbrio de um debate democrático, com opiniões divergentes. Por isso, há pessoas que dizem não querer perder tempo com essa "sujeira da política."
Ora, até Dom Pedro II, no seu regime imperial, já dizia: "como conhecer os meus assessores se eu não der liberdade de imprensa?'
Parcial ou imparcial, não deixo de ver televisão ou ler revistas e jornais, para conhecer o comportamento dos políticos, pois, gostando ou não, somos por eles governados.