QUEM NÃO DEIXA BOLSONARO GOVERNAR?
O presidente do Supremo Tribunal Militar, General Luis Carlos Gomes, disse que não deixam Bolsonaro governar. Ele cita à oposição, mas na verdade é claro que, nas entrelinhas, ele se refere ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, onde a oposição às ideias e atos do presidente acontece de modo mais efetivo. E também à maioria dos veículos de imprensa, que na sua maioria, vivem criticando-o.
Ele tem razão. Realmente, o presidente atraiu contra si um largo espectro de opositores. Mas a dificuldade que o Bolsonaro encontra para governar não vem das instituições que o general aponta como oposição, mas sim das próprias atitudes do presidente, que ao invés de buscar, junto aos Poderes da República, um mínimo de consenso que lhe permita avançar com suas propostas, que diga-se a bem da verdade, são boas, prefere a manutenção de um discurso de enfrentamento que aprofunda cada vez mais o ódio e o confronto entre as facções engalfinhadas nessa disputa. Até quem nunca se preocupou muito com questões ideológicas começa a se envolver nesses conflitos sem nexo e finalidade que se instalou no país.
Afinal de contas, não é o Congresso, nem o STF, ou sequer a chamada imprensa esquerdista que não deixa Bolsonaro governar. Até porque os termos, esquerda ou direita, no Brasil, são coisas tão sem sentido como atribuir à China o rótulo de comunista. Como pode ser comunista um pais que possui alguns dos maiores milionários do mundo? E dizer que Renan Calheiros, Tasso Jereissati, ou mesmo Lula são de esquerda é, no mínimo um mau gracejo. Como pode ser esquerdista um sujeito cujos maiores aliados são os empreiteiros de obras públicas, banqueiros ou os empresários de grande porte, que foram os grandes beneficiados no governo do PT?
Na verdade, o que atravanca o governo Bolsonaro não é a oposição. É a Constituição Federal. É preciso lembrar que o presidente é um capitão do exército, cujo maior desejo seria voltar aos tempos da ditadura militar. Esse desejo ele sempre fez questão de expressar bem claramente, e seus apoiadores têm sido bastante explícitos a esse respeito em suas manifestações de rua.
Por outro lado, não podemos esquecer que a Constituição aprovada em 1988 é uma carta revanchista cuja maior preocupação foi criar mecanismos capazes de evitar futuras aventuras autoritárias, como aquela que desembocou no regime militar. Por conta disso fortaleceu principalmente os dois outros poderes - Legislativo e Judiciário - colocando freios a possíveis arroubos autoritários de um Poder Executivo que viesse a manifestar tais desejos.
Assim, não é a oposição que tolhe o presidente. São as leis do país. E de quebra o próprio presidente que, ao invés de assumir uma postura de verdadeiro estadista, prefere encarnar o papel de um caudilho autoritário que atira contra todos aqueles que não rezam pela sua cartilha.
O presidente do Supremo Tribunal Militar, General Luis Carlos Gomes, disse que não deixam Bolsonaro governar. Ele cita à oposição, mas na verdade é claro que, nas entrelinhas, ele se refere ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, onde a oposição às ideias e atos do presidente acontece de modo mais efetivo. E também à maioria dos veículos de imprensa, que na sua maioria, vivem criticando-o.
Ele tem razão. Realmente, o presidente atraiu contra si um largo espectro de opositores. Mas a dificuldade que o Bolsonaro encontra para governar não vem das instituições que o general aponta como oposição, mas sim das próprias atitudes do presidente, que ao invés de buscar, junto aos Poderes da República, um mínimo de consenso que lhe permita avançar com suas propostas, que diga-se a bem da verdade, são boas, prefere a manutenção de um discurso de enfrentamento que aprofunda cada vez mais o ódio e o confronto entre as facções engalfinhadas nessa disputa. Até quem nunca se preocupou muito com questões ideológicas começa a se envolver nesses conflitos sem nexo e finalidade que se instalou no país.
Afinal de contas, não é o Congresso, nem o STF, ou sequer a chamada imprensa esquerdista que não deixa Bolsonaro governar. Até porque os termos, esquerda ou direita, no Brasil, são coisas tão sem sentido como atribuir à China o rótulo de comunista. Como pode ser comunista um pais que possui alguns dos maiores milionários do mundo? E dizer que Renan Calheiros, Tasso Jereissati, ou mesmo Lula são de esquerda é, no mínimo um mau gracejo. Como pode ser esquerdista um sujeito cujos maiores aliados são os empreiteiros de obras públicas, banqueiros ou os empresários de grande porte, que foram os grandes beneficiados no governo do PT?
Na verdade, o que atravanca o governo Bolsonaro não é a oposição. É a Constituição Federal. É preciso lembrar que o presidente é um capitão do exército, cujo maior desejo seria voltar aos tempos da ditadura militar. Esse desejo ele sempre fez questão de expressar bem claramente, e seus apoiadores têm sido bastante explícitos a esse respeito em suas manifestações de rua.
Por outro lado, não podemos esquecer que a Constituição aprovada em 1988 é uma carta revanchista cuja maior preocupação foi criar mecanismos capazes de evitar futuras aventuras autoritárias, como aquela que desembocou no regime militar. Por conta disso fortaleceu principalmente os dois outros poderes - Legislativo e Judiciário - colocando freios a possíveis arroubos autoritários de um Poder Executivo que viesse a manifestar tais desejos.
Assim, não é a oposição que tolhe o presidente. São as leis do país. E de quebra o próprio presidente que, ao invés de assumir uma postura de verdadeiro estadista, prefere encarnar o papel de um caudilho autoritário que atira contra todos aqueles que não rezam pela sua cartilha.