Espanha e o fato consumado, plano marroquino de autonomia
Os jornais espanhóis continuam a levantar as consequências sobre a mais complicada crise que já conhecida na história das relações entre Marrocos e Espanha.
Uma das questões levantadas foi do plano marroquino de autonomia que o Marrocos apresentou em 2007, para a comunidade internacional para dar um fim ao conflito em volta do Saara marroquino.
Tal processo de autonomia parece não preocupar o governo espanhol nem consta na agenda madrilenha.
Tais Jornais internacionais destacam ainda o processo do saara marroquino como assunto importante no domínio das relações internacionais, levantando a interrogação sobre se tal comportamento espanhol é uma manobra política ou uma submissão ao fato consumado?
Madrid não parece querer dar a impressão de aceitar definitivamente as justificações de Rabat sobre o conflito do Saara.
Tal governo parece não reconhecer a proposta de autonomia e nem valorizar a recente posição dos EUA que reconheceu definitivamente a soberania marroquina sobre o Saara, mas ao mesmo tempo a Espanha faz entender que ela aguarda as iniciativas da ONU, para pôr fim ao conflito sem assumir qualquer responsabilidade num liderança de mediação entre as partes.
Numa entrevista ao jornal "La Vanguardia", a Ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola procurou transcender a posição "histórica" do seu país sobre o Saara ao revelar nas suas declarações certa mudança quanto ao plano marroquino da "autonomia" sobretudo no nível do discurso, o que ocorre está sendo levantado no meio e da mais grave crise diplomática que nunca se passou na história das relações entre os dois países.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário, Rabat, Marroco