O Saara marroquino e os adversários da Polisário nas ruas de Madrid

Os adversários dos separatistas da Frente Polisário fizeram uma passeata, sábado passado, na capital espanhola, Madri, cujo objetivo é fazer pressão sobre o governo de Pedro Sanchez para apoiar a posição da frente  "visando um referendo de autodeterminação".

Os participantes da passeata, visando a centuar a tensão diplomática entre Marrocos e Espanha, por parte dos partidos de esquerda espanhóis conhecidos por suas posições de apoio à proposta separatista, sobretudo do partido "Podemos" e do Partido Comunista.

A agência de notícias espanhola Efe sublinhou que o número de participantes desta passeata é  importante, uma vez que os vídeos e fotos divulgados nas plataformas de comunicação espanholas revelam que o número de pessoas participantes nesta manifestação foi muito inferior do que se pretende.

A Frente Polisário e seus suportes aproveitaram a tensão entre Espanha e Marrocos para colocar ainda mais o óleo no fogo das relações entre os dois reinos; considerando tal passeata de Madrid, um slogan chamando o governo de Sanchez para “assumir a sua responsabilidade legal, política e histórica no conflito do Saara, como país colonial da região”.

Sr Miguel Urban, membro do Parlamento Europeu do partido Podemos sublinhou que "todos os governos espanhóis são cúmplices com o Marrocos", chamando o governo de Sanchez para " exercer pressão sobre o Marrocos" para atender  as exigências dos separatistas da Frente Polisário .

A posição espanhola sobre a questão do Saara marroquino sob a pressão da esquerda, constitui  um dos principais motivos da tensão entre os dois reinos vizinhos.

O Marrocos considerou que não vê a presença ou não , ou seja a comparência do dito Ibrahim Ghali,  líder da "Polisário", no Supremo Tribunal de Espanha, questão da grave crise, assolando hoje as relações entre os dois países vizinhos.

O Ministro das relações exteriores do Marrocos refere, num comunicado anterior, que “as raízes do problema, de fato, decorrem da confiança que se desintegrou entre os dois parceiros”, acrescentando que “as verdadeiras origens da crise se devem aos motivos e atitudes hostis da Espanha em relação a questão do Saara marroquino,  uma questão sagrada para todos os marroquinos. ”

 

A Espanha expressou sua recusa de mudar a sua posição sobre o conflito do Saara, uma vez que o Ministro das Relações Exteriores da Espanha, União Europeia e Cooperação, Arancha Gonzalez Laya declarou, num comunicado há poucos dias, considerando que “a posição da Espanha sobre o conflito do Saara não mudou com este governo de coalizão liderado por Pedro Sanchez e não mudará no futuro porque é uma política de um estado, o que é fixo. ”

A Espanha tem reagido depois que os Estados Unidos da América  reconheceram o Saara marroquino, tentando fazer pressão sobre o governo Biden, para reverter essa decisão histórica, à luz dos interesses internos de partidários e das reivindicações separatistas, sobretudo dentro da coalizão governamental, regional e intercontinental.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário, Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 20/06/2021
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