NA MIRA DA VERDADE!

Valéria Guerra Reiter

Dia de CPI da PANDEMIA. O Brasil chora a perda de quase meio milhão de vidas. A política partidária encanta homens e mulheres desde o seu nascimento. Já a política, como arte, é a técnica da retórica e como tal apoia todo o processo de comunicabilidade que vem brindando à humanidade, em sua histórica caminhada evolutiva.

Os três Poderes se coadunam e respiram como instituições gerenciais (aparentemente) a serviço da sociedade? Reflitamos com Karl Marx: “O Estado Moderno é um comitê instituído para gerenciar os interesses da burguesia”.

E a exemplo do ambiente efervescente que preencheu o antes, o durante, e o depois da Revolução Francesa (erupção de maior relevo na História mundial) historiograficamente vimos o absolutismo negar pão ao seu povo; atirar no peito de seus súbitos em um “Domingo Sangrento”, na antiga Rússia; a história nos revela que o mesmo absolutismo “Enforcou o seu dentista mais nobre": Tiradentes. A saga do absolutismo perpassou pelo domínio de um deus-sol que bradou “ Eu sou o Estado”, e esse mesmo absolutismo contamina os pensamentos de “novos reis” que desejam ocupar o patamar imperial bolsonarista: em uma quase retomada monárquica nacional. A guilhotina foi durante um bom tempo o ofício do parlamento sonhado por Montesquieu.

E de forma tripartite (à guisa do sonho republicano de John Locke): o Executivo, o Legislativo e o Judiciário (hoje) não precisa de Reformas e sim de uma Restauração Épica para salvá-lo. Continuamos (nós, o povo) ocupando lugar de meros colonizados na base piramidal; como alienados e dirigidos; sob um processo de desigualdade combinada e derrogante de paridade nos termos da mobilidade social. O Brasil fora sequestrado bem antes de 1500, e o valor do resgate veio da espoliação serviçal da escravidão indígena e negra, que serviram como ferramentas de exploração da terra e das riquezas naturais: O Brasil está sequestrado e por vezes os Três Poderes politizadores, em seu pior expressar, funcionam como tutores desleais da Democracia.

Governadores, médicos, pesquisadores, ministros estão sendo inquiridos em um Cenário de guerra; no centro da pandemia. Trazendo à baila informações a respeito da sonegação do respeito à vida: maior bem jurídico.

Um homem morreu há dois anos William Augusto da Silva; um jovem; ele foi fruto da baixa autoestima histórica de um Brasil Colonial; ele sequestrou um ônibus por conta de tal “insanidade” e o eliminaram, através de uma política executiva que escolhe quem é o bandido e quem é o mocinho. E a CPI segue na mira da verdade ...vendo a remissão dos pecados e dos pecadores.

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