O que é cidadania?

Francisco de Paula Melo Aguiar

O Brasil, achado ou descoberto em 22 de abril de 1500, mesmo decorridos mais de 521 anos do acontecimento, ainda continua gestando uma cidadania incipiente, do cala a boca e o povo cala, com raras exceções...

No logo após o fim do regime militar de 1964, a nossa gente e seus representantes deram passos considerados importantes, onde podemos descartar o caso das diretas já que culminou com a eleição indireta do primeiro presidente da República civil eleito pelo Congresso Nacional, o que possibilitou a instalação com menos medo do processo de redemocratização que culminou com a convocação das eleições gerais e instalação da Assembleia Nacional Constituinte que gerou a Carta Magna de 5 de Outubro de 1988. Diante disso ainda se tem que andar e andar muito. A população precisa pensar e exigir sua participação em todos os seguimentos da sociedade nacional. O caminho é longo e se precisa andar e nunca parar de andar em direção à cidadania, ela não é prato feito e ou receita de bolo, não se aprende nos livros... se aprende participando, ela é o direito achado na rua...

No Brasil ainda predomina de fato e de direito a visão reducionista daquilo que costumamos chamar de cidadania, como por exemplo, o ato de votar de forma obrigatória e se não votar pagar multa, assim como de pagar impostos diretos e indiretos durante toda a vida, isso significa que nós os nacionais, somos obrigados a fazer coisas que nos são impostas de cima para baixo, isso, sem deixar de lado, as pedras encontradas nos caminhos [governos: federal, estadual e municipal], com muitas barreiras culturais, históricas e fisiológicas [práticas de corrupão ativa e passiva] nas barbas de quem deveria fiscalizar, não fiscaliza e se fiscaliza não pune os culpados com cadeia e devolução do dinheiro surrupiado do erário que serve para o enriquecimento ilícito, portanto sem causa. Ai evapora-se o dinheiro público, se instala de fato e de direito a corrupão e o circo do espetáculo criminoso que nem a Covid-19 se parar, ao contrário, acelerou vertiginosamente, diante do desvio de finalidades das verbas enviadas pelo Governo da União.

É fato de que a nação brasileira nasceu sob o signo da santa cruz e da espada, onde a população está acostumada há mais de cinco séculos em apanhar e ficar calada, dizer sempre em alto e bom som, o famoso “sim senhor”, porque a política é a ciência do bem comum, em tese, porém, entre nós é arte de engolir sapos e de “beber mijo” pobre e dizer que é o melhor wisk do mundo, já que não se tem mais cachaça de cabeça de primeira qualidade dos alambiques dos engenhos extintos por ter perdido a função, com raras exceções no decorrer dos tempos seculares. E ainda mesmo assim, se acha que tudo isso é “normal” tais injustiças sociais, e até porque para tudo o brasileiro tem um “jeitinho” para se arrumar, e em sendo assim, nada de levar a sério a coisa pública. Infelizmente tem muita gente que pensa que os direitos do povo são meros privilégios, portanto, exigi-los de fato e de direito é nada mais nada menos ser metido e ou boçal, diante disso são poucos os representantes do povo no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais que tem mandatos voltados para a causa pública. Em procurando com o fachilate em plena luz do sol do meio dia, poucos e ou quase ninguém iremos encontrar querendo defender os excluídos por falta de lhes serem negadas as políticas públicas de consumo diário, a exemplo: de casa, comida, trabalho, escola, segurança, água para beber, saúde, etc.

Infelizmente, o universo popular chega a pensar de que Deus é realmente brasileiro e que a falta de tudo é única e exclusivamente a vontade do Grande Arquiteto do Universo. Ledo engano.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 11/05/2021
Reeditado em 11/05/2021
Código do texto: T7253034
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