Ainda Sobre ''Nosso 'MITO' na Cúpula de Líderes Sobre o Clima"

É de conhecimento geral que apesar do nosso 'MITO' ter sido convidado para participar desse evento; "Cúpula de Líderes Sobre o Clima", ele simplesmente não pode ser considerado um bom exemplo nesse quesito 'preservação do clima na natureza', senão vejamos:

Ele se elegeu presidente com as propostas de reduzir multas ambientais, interromper as demarcações de terras indígenas e promover os interesses de produtores rurais, sendo que esses seus dois primeiros anos de mandato foram marcados pelas sucessivas altas no desmatamento, o que fez com que a área desmatada fosse 16% maior do que a área que havia sido desmatada no último ano anterior à sua eleição...

Vale lembrar que três meses após ter sido eleito, o nosso 'MITO' já foi logo extinguindo o Comitê Orientador (COFA) e o Comitê Técnico (CTFA) que formavam a base do Fundo Amazônia e que, criado no governo Lula em 2008, era composto de recursos financeiros que serviam para financiar as ações de prevenção, monitoramento, conservação, e combate ao desmatamento na Floresta Amazônica, sendo que os seus principais financiadores eram a Alemanha e a Noruega, países que doaram respectivamente; (6,2%) e (93,3%) de um total de mais de R$3,1 bilhões, ficando a Petrobrás com (0,5%), mas que depois disso a Noruega acabou suspendendo os seus repasses ao fundo, o que fez com que o nosso 'MITO' afirmasse que o Brasil não tinha que usar o seu exemplo de país, sugerindo que eles utilizassem esse dinheiro para reflorestar a Alemanha...

E agora, depois do governo federal ter divulgado recentemente o Plano Amazônia 2021-2022, que contém uma série de objetivos e diretrizes para o combate ao desmatamento na região amazônica para os próximos dois anos, cuja meta principal é “Reduzir até o final de 2022 os ilícitos ambientais e fundiários, particularmente as queimadas e o desmatamento ilegal, aos níveis da média histórica do PRODES (2016/2020)”, nesta última segunda-feira (19) práticamente às vésperas desse evento o atual presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, que é o vice-presidente Hamilton Mourão, disse que o Brasil "não tem que ser mendigo" na busca por recursos para combater o desmatamento ilegal, afirmando também que uma das diretrizes desse novo plano amazônico é “Transmitir mensagem clara e direta de que este Governo não tolera qualquer ação à margem da Lei”, o que vai totalmente em contraponto a esse péssimo exemplo dado este mês pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que não titubeou em entrar em confronto público com o chefe da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Saraiva, por causa de uma apreensão recorde de madeira que foi feita no Estado em dezembro, onde a PF diz que toda a a madeira é de origem ilegal, extraída de terras griladas, enquanto que o ministro argumenta que não há provas dessa ilegalidade, chegando ao ponto de viajar duas vezes para o Amazonas apenas para pressionar o chefe da PF pela liberação da carga apreendida que foi avaliada em R$ 55 milhões, sendo que no mesmo dia da publicação do Plano Amazônia o delegado Saraiva apresentou uma notícia-crime contra Ricardo Salles ao Supremo Tribunal Federal (STF) acusando-o de tentar atrapalhar as investigações, mas que justamente por causa disso já no dia seguinte ele foi defenestrado da chefia da PF no Amazonas, por ordem do novo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.

E as coisas andam tão ruins no que diz respeito à defesa ambiental no Brasil que o orçamento do MMA previsto para este ano deve ser o menor das últimas duas décadas o que, segundo um relatório da ONG Observatório do Clima, poderá resultar em um colapso de recursos que deverá restringir gravemente a capacidade de operação das duas principais agências de defesa ambiental do País: o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ibama, tanto isso é possível que de acordo com uma recente reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, várias atividades básicas do ICMBio já deverão ser suspensas a partir deste mês, incluindo os serviços de aeronaves para combate a incêndios florestais...

E a pergunta que não quer calar é a seguinte: Depois de tudo isso, como deverá se sair o nosso 'MITO' nessa tal "Cúpula de Líderes Sobre o Clima"?