Como Se Sairá o Nosso 'MITO' Nessa "Cúpula de Líderes Sobre o Clima"?

Acontecerá agora nesses próximos dias 22 e 23 de abril a chamada Cúpula de Líderes sobre o Clima, que terá como anfitrião o presidente Joe Biden, que ficará a cargo de recepcionar 40 chefes de Estado de 17 economias que juntas respondem por 80% das emissões de gases do efeito estufa e por 4/5 do PIB global, e que servirá para que os americanos reafirmem os compromissos que ignoraram durante o governo Trump, que era tentar impedir que o planeta futuramente se aquecesse acima de 1,5 grau Celsius, já que a ambiciosa meta do seu governo é reduzir as emissões de CO2 americanas até 2030, sendo que no seu convite ele faz uma exortação para que esses líderes usem essa Cúpula como uma oportunidade para delinearem nos seus respectivos países, estratégias no sentido de conseguir uma ambição climática ainda mais forte...

Vale lembrar aqui o que o nosso 'MITO' é um desses chefes de Estado que inclusive naquele que foi o seu primeiro discurso como nosso neo-presidente recém eleito, declarou pomposamente ao mundo inteiro lá em Davos naquele 22 de janeiro de 2019: "...Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo. Conheçam a nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso Pantanal. O Brasil é um paraíso, mas ainda é pouco conhecido!

Somos o país que mais preserva o meio ambiente. Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós. A agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a sua tecnologia e à competência do produtor rural. Menos de 20% do nosso solo é dedicado à pecuária. Essas commodities, em grande parte, garantem superávit em nossa balança comercial e alimentam boa parte do mundo..."

Mas será que depois dele ter proclamado aquelas belíssimas palavras, que infelizmente soubemos mais tarde tratar-se apenas de "mitológicas palavras", como aliás aconteceu também naquele seu discurso proferido em setembro do ano passados na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), quando ele disse:

"É uma honra abrir esta assembleia com os representantes de nações soberanas, num momento em que o mundo necessita da verdade para superar seus desafios.

A COVID-19 ganhou o centro de todas as atenções ao longo deste ano e, em primeiro lugar, quero lamentar cada morte ocorrida.

Desde o princípio, alertei, em meu País, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade."

Será que depois de todas essas suas "mitológicas inverdades" ele ainda vai ter a coragem de abrir aquela sua bocarra para declarar que fez alguma coisa boa em defesa do meio ambiente aqui no Brasil?

Vale lembrar ainda que o anfitrião desse evento havia dito durante a sua campanha presidencial no ano passado que gostaria de liderar o esforço para a criação de um fundo internacional de US$ 20 bilhões, fundo esse que seria oferecido ao Brasil para que mantivéssemos a Amazônia conservada, óbviamente ao dizer isso ele estava reavivando no imaginário do eleitor americano aquelas tristes imagens das queimadas nas florestas que já aconteciam por aqui naquele primeiro ano da gestão do nosso 'MITO'...

E agora, depois de constarmos o tamanho dos cortes nesse setor verificados no orçamento desse ano, isso mesmo tendo sido verificado que a taxa de perda florestal saltou de 7,5 mil km2, em 2018, para 10,1 mil km2 e 11,1 mil km2 em 2019 e 2020, fazendo com que o Brasil encerrasse o ano passado com O MAIOR NÚMERO DE FOCOS DE QUEIMADAS EM UMA DÉCADA, portanto sem termos nenhuma perspectiva de melhora nesse quadro, não resta a menor dúvida de que pelo menos para qualquer mortal, fica práticamente impossível tentar convencer alguém de que o nosso País esteja caminhando no rumo certo na defesa do meio ambiente, mas como 'ELE É UM MITO', quem sabe ele consiga?