DIREITA OU ESQUERDA ?

É incrível como a maioria das pessoas se prende a NOMES, palavras que muitas vezes sequer entendemos bem o que significam, e a QUEM disse algo ao invés de olhar e entender O QUE ESTÁ SENDO DITO. Tento não ser assim e quero hoje entrar na questão para tentar provocar reflexões.

Se eu disser que sou de DIREITA, um monte de bolsonaristas vão se manifestar a favor dizendo que a esquerda é coisa de petistas e de comunistas. Mas o que significa ser de direita? Significaria defender os EUA? Ou defender o capitalismo? Ser a favor da redução dos impostos e do estado mínimo?

Tem gente de direita que defende algumas dessas ideias, alguns que defendem todas e outros que não defendem nenhuma delas. Há nomes associados, como Guedes, Roberto Campos e outros. Nem todo direitista é neoliberal, que também é um nome amaldiçoado, que significa todos que querem um estado menor. Uma visão simplista, mais ou menos como dizer que só existem católicos entre os cristãos.

Se eu falar que sou de ESQUERDA, petistas lerão com atenção meu texto, à cata de apoio e menções a Lula. Também não é claro o que é ser de esquerda. Pontos clássicos são atribuídos, talvez o maior conceito seja defender os pobres, reduzir desigualdades, outros são a defesa de um Estado grande e capaz de prover educação, saúde, que tribute ricos e distribua riquezas.

De novo, há de tudo, nomes associados são Luís Nassif, Celso Furtado, também há muitos. O nome feio da esquerda é comunismo, que é um regime defendido por Karl Marx e Gramschi há mais de um século atrás e que simplesmente não existe na prática hoje, seriam pessoas que querem pegar a casa e bens das pessoas para o Estado, a pretexto de ajudar os pobres. Outra generalização equivocada, parecida com dizer que todos os cristãos creem em santos.

O mundo tem preto, branco, e infinitos tons de cinza. Acho uma bobagem fixar posição ao lado de um lado ou corrente econômica ou política, dificilmente as respostas estão nos extremos. As situações variam, conforme as circunstâncias políticas de um ou outro lado fazem mais sentido. É mais inteligente defender propostas boas para si, independente do lado de que venha, ou do nome de quem propuser.

Por exemplo, se alguém tem uma família ganha menos do que R$ 5.000 do salário minimo do DIEESE, só tem a ganhar com redistribuição de renda e com Reforma Tributária, seja a pessoa de direita ou de esquerda.

Por outro lado, a menos que seja um juiz que ganha R$ 100.000 por mês, a pessoa só teria a ganhar se o teto de R$ 40.000 fosse respeitado, e o dinheiro dos nossos impostos fosse melhor usado. Os R$ 60.000 que se ganharia com essa simples providência pagariam um exército de 30 professores, ou enfermeiros, ou policiais. Interessa à 99% da população, qualquer que seja a ideologia.

Se Guedes que detesto propuser algo para melhorar a gestão de salários de servidores terá meu apoio, se Pedro Malan que admiro falar contra uma melhor tributação, terá minha oposição.

Não gosto de Lula, de Dilma, de Temer, nem de Bolsonaro. No entanto, torci para que cada um deles tivesse um governo bom. Isso porque teriam feito minha vida e a dos brasileiros menos difícil. Se um presidente traz progresso, nossa vida melhora, ainda que não tenhamos votado nele. Senão, temos esperar anos e torcer para que um outro entre e acerte. Prefiro torcer para quem estiver no poder faça boas coisas, até porque isso não me impede de escolher outro nas eleições seguintes.

Se eu for andar a cavalo, pouco me importa a cor dele, menos ainda o nome. Interessa é se ele me leva onde quero ir ou se me derruba. Por isso, na política e economia, olho menos nomes, partidos, direita ou esquerda. O que realmente faz diferença é se a pessoa está propondo algo bom para mim ou não. Faz sentido para você?
Paulo Gussoni
Enviado por Paulo Gussoni em 16/04/2021
Reeditado em 17/04/2021
Código do texto: T7233759
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