A estratégia da desconstrução
Em 1983, um ex-agente da KGB proferiu uma palestra na Summit University, em Los Angeles. Na ocasião, seu nome era Tomas Schuman. Seu verdadeiro nome Yuri Bezmenov. Ali, Bezmenov apresentou a Teoria da Subversão, estratégia comunista adotada pela União Soviética para tomar o poder nas repúblicas que invadia.
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O primeiro na História que se tem notícia de ter usado técnicas subversivas foi Sun-Tsu, o filósofo chinês conhecido por sua obra-prima “A Arte da Guerra”. Para ele “a mais alta arte da guerra é não chegar a lutar; mas subverter qualquer coisa de valor no país do seu inimigo, até ao momento em que a percepção da realidade do seu inimigo deteriora a ponto de ele não o perceber a si como um inimigo.”
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Subverter, então, é derreter a sociedade, através do ataque aos seus valores. Bezmenov ensina que o processo subversivo tem 4 etapas: (i) desmoralização; (ii) desestabilização; (iii) crise; e (iv) normalização
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A desmoralização de uma sociedade, que necessita, pelo menos, de uns 15 anos para conseguir ser executada, visa, justamente atacar os pilares básicos da organização social (religião, educação, vida social e estruturas de poder).
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No caso da religião, é necessário destruí-la, ridicularizá-la e substituir “a fé por outra que o leve para longe do propósito supremo da religião que é o contato com Deus”. Porta do Fundo e o Jesus gay rings the bell?
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No que diz respeito à educação, “substitua tudo que seja construtivo, pragmático e eficiente. Em vez de matemática, física, línguas estrangeiras, química, ensine-lhes a história do conflito urbano, comida natural, economia doméstica, a sua sexualidade” e por aí vai. O que se fala hoje nas escolas? A criançada aprende química ou veganismo/diversidade sexual/opressão, etc?
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Na vida social, “substitua as instituições tradicionalmente estabelecidas (como a noção tradicional de família) para elos artificiais” que o afaste o máximo possível dos elos naturais. Novas concepções de família e relações superficiais é o que se espera.
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Por fim, quanto às estruturas de poder, “os órgãos naturais de administração que tradicionalmente são eleitos pelo povo devem ser substituídos por órgãos artificiais, ou seja órgãos de pessoas ou grupos de pessoas que ninguém nunca elegeu”. Opa, lembrou do STF aqui? Então.
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Findo esse processo, começa a desestabilização, que ataca a economia, as relações humanas e trabalhistas, a lei e a ordem e a comunicação social.
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A economia precisa entrar em colapso. Tudo é válido para que “a sociedade não possa mais funcionar produtivamente e desmorone.” Pandemia se enquadra aqui?
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No tocante às relações humanas, o que se busca é sua radicalização, onde não se persegue mais o acordo e sim a luta. “As relações normais tradicionalmente aceites são desestabilizadas. As relações entre professores e alunos em escolas e universidades. As relações na esfera trabalhista devem ser desestabilizadas, com a introdução de intermediários, como sindicatos, e a judicialização dos conflitos. Não há mais consenso sobre a legitimidade das exigências dos trabalhadores.” Justiça Trabalhista inchada e judicialização de tudo não pode se enquadrar nesse tópico?
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Quanto à ordem, “não é mais possível resolvermos naturalmente os nossos problemas. A sociedade fica cada vez mais antagónica, dividida entre grupos de indivíduos e a sociedade como um todo.” Opa, lembrou aqui dos LGBTs, dos indígenas, das discussões sobre racismo e feminicídio?
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Por fim, quanto à comunicação social, cria-se um abismo entre as partes. Os grupos não se comunicam mais (opa, caiu a ficha do termo fascista e antifascista?). “Nessa etapa as pessoas do país que é objeto da subversão acordam e partem para a ação. Os adormecidos acordam! Dormiram por 15 a 20 anos e, agora, tornaram-se líderes de grupos, pregadores, pessoas públicas. Agem proeminentemente. Incluem-se ativamente no processo político.”
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“O processo de desestabilização, normalmente, leva diretamente ao processo de crise. No caso de nações em desenvolvimento, o processo começa quando os órgãos legítimos de poder desmoronam e, então, temos órgãos artificiais injetados na sociedade, que, sempre, são os senhores autoinvestidos da sua opinião.” Opa, olha o STF aqui!
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“Na crise, a população como um todo anda a procurar um salvador. Os grupos religiosos estão à espera de que venha um messias. Precisamos de um homem forte, Governo forte! Um líder, um salvador, é necessário. A população já está irritada e cansada. Vem um salvador e diz: «Eu guiar-vos-ei!» (Bolsonaro?????) Então, nós temos duas alternativas aqui: guerra civil ou invasão.”
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Após a guerra civil ou a invasão, entramos no último processo, o da normalização. “Nesta etapa, os governantes autoinvestidos da sociedade não precisam de mais nenhuma revolução, não precisam de mais nenhum radicalismo. Então, este é o reverso da desestabilização; basicamente, é estabilizar o país à força.
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Então, todos os adormecidos, e ativistas, e assistentes sociais, e «liberais», e homossexuais, e professores, e marxistas, e leninistas... são eliminados; fisicamente, às vezes. Já fizeram o serviço deles. Não são mais necessários. Os novos governantes precisam de estabilidade para explorar a nação, para explorar o país, tirar vantagens da vitória”
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Assustou? Parece muito ruim? Então, respira fundo e sente na cadeira para não cair. Dê uma olhada no texto inteiro e veja o que está entre aspas. Então, o que está entre aspas não fui eu que escrevi. Trata-se, exatamente, da tradução das palavras ditas por Bezmenov na palestra dada em 1984, quando ele explicou qual o processo que a União Soviética usava para invadir todas as repúblicas que lhe foram subordinadas e que assim se mantiveram até o fim da Guerra Fria. Parece loucura? Não pode ser?
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Perceberam a gravidade do momento em que nos encontramos? Perceberam que deixamos o PT subverter a nossa sociedade até chegarmos no limite da guerra civil? Perceberam que, se perdermos a guerra civil estamos, realmente, fodidos? Lembrou da Venezuela? (Fernando Vaisman)