A desinformação continuada e o combate à epidemia
A desinformação continuada e o combate à epidemia
Publicado no Blog Diário do Poder, Brasília, em 10/03/21
Como ser social a informação é aspecto essencial da vida das pessoas, permitindo o desenvolvimento pessoal e coletivo, com a troca de experiências e emoções.
A desinformação sobre assuntos essenciais explica, em boa medida, o atual caos na convivência social da humanidade. Tal atitude é pratica secular dos donos do poder, que assim são capazes de constranger e conduzir a maioria das populações a proceder como querem. Os povos são sistematicamente enganados sobre aspectos fundamentais para a organização de suas vidas.
Por exemplo: os representantes do povo não alertam que, no atual sistema liberal capitalista, não haverá empregos para todos, que serão substituídos pela tecnologia; que se nada for feito para proteger e recuperar o meio ambiente a humanidade corre o sério risco de desaparecer; que o crescente desnível na distribuição da riqueza gerada, poderá conduzir os povos, explorados e humilhados, (“os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”), a uma guerra sangrenta e generalizada pelo direito ao emprego, à alimentação básica, à moradia digna, à saúde pública decente, ao transporte público eficiente, à informação honesta, à educação de qualidade.
Agora a situação global é muito mais grave e complicada, com a pandemia do Covid 19. As populações, desinformadas, (no Brasil praticamente só são esclarecidas pela mídia), não acreditam nem se importam com os escassos alertas das autoridades governamentais dos sistemas de saúde, sobre os cuidados que devem tomar, até que as vacinas comecem a surtir efeito. O atual governo não dá a devida importância à pandemia por suas palavras, gestos das autoridades e incompetência irresponsável na tomada de decisões necessárias
Sem o apoio da população, que não está colaborando no combate desta pandemia, e a participação democrática do Estado coordenando e suplementando os esforços coletivos, os malefícios serão piores e terão duração muito maior. Quaisquer projetos fracassarão sem o apoio e a adesão consciente dos povos.
Isto não pode ser confundido como alarmismo irresponsável ou autoritarismo. Trata-se de garantir a dignidade inerente a todas as pessoas pelo atendimento solidário de suas necessidades básicas.
Eurico de Andrade Neves Borba, 80, aposentado, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Caxias do Sul.