A que ponto chegamos
Lamentável a situação na qual nos encontramos.
Tudo começou em 2018 quando foram eleitos dois personagens que se cruzaram nas eleições... tanto nossa responsabilidade como também de jornalistas que apoiaram os então candidatos. A história que começa na Lava Jato, passa pelo Alto Comando do Exército e desemboca em ameaças ao Supremo Tribunal Federal.
Os dois cidadãos aos quais me refiro, depois de serem processados e presos por suas corporações, abandonaram as fardas para se tornarem políticos. Ambos, postulantes por um partido nanico de aluguel, que lhes ofereceu a legenda, assim como a muitos outros policiais e militares foram eleitos na onda do conservadorismo do voto da extrema-direita ao poder.
Nas próximas eleições, deveriam elaborar uma cláusula de barreira para exigir dos pretendentes a cargos públicos a apresentação do atestado de antecedentes, além de um exame de sanidade mental. A falta de tais exigências para o exercício de um mandato popular ajuda a explicar como chegamos até aqui, em meio a mais uma crise institucional que paralisa o país, já assolado pela pandemia e a falta de vacinas.
Nesta quinta-feira, 18 de fevereiro foi adiada a votação da Medida Provisória das Vacinas, para a Câmara discutir sobre os desatinos de um dos lunáticos supracitados, que além de insuflar ações antidemocráticas, na última terça feira insultou os ministros do STF.
Os dois personagens emblemáticos destes tempos de insânia, idiotia, cólera e demência, além de parecerem alheios e abestados em relação a pandemia, colocam em risco a democracia brasileira.
Nália Lacerda Viana, 18 de fevereiro de 2021