CORRELIGIONÁRIO & ADVERSÁRIO?
Francisco de Paula Melo Aguiar (*)
Sabemos que o termo “camarada” é uma forma de tratamento amistosa com forte conotação de caráter política partidário, utilizada entre adeptos de uma mesma ideologia, membros de uma associação ou militantes de um partido. O termo Camarada, especialmente em certos partidos políticos e sindicatos, significa correligionário ou companheiro.
Primitivamente, o termo carregava uma forte conotação militar. Depois da Revolução Russa de 1917, os comunistas empregaram-no profusamente como alternativa igualitária à forma de tratamento "senhor" e outras palavras similares. O termo podia acompanhar títulos para dar a eles um teor socialista, como por exemplo em Camarada General para dirigir-se a um general de exército.
E foi assim usado o termo antes da Revolução Francesa, quando a abolição dos títulos de nobreza e dos tratamentos monsieur e madame ("senhor" e "senhora", respectivamente) foi seguida do emprego da forma citoyen (cidadão). Por exemplo, o rei Luís XVI, depois de deposto, passou a ser referido como "cidadão Luís Capeto".
É importante relembrar que ainda assim, devido ao uso extensivo desta palavra na extinta URSS, hoje em dia o termo está fortemente associado ao comunismo, formando parte do estereótipo dos comunistas, como retratados nos filmes e séries de televisão. Na realidade, porém, o uso da palavra "camarada" não era tão comum, e era se reservado a ocasiões formais ou oficiais, assim como nas forças armadas.
Ressaltamos que no caso dos partidos socialistas e outros movimentos de esquerda, e na América Latina principalmente por influência da Revolução Cubana, é mais habitual o emprego da saudação compañero ou companheiro. Isto é especialmente notável no caso do Partido dos Trabalhadores do Brasil e no movimento sindicalista do ABC, em São Paulo nas décadas de 70 e 80 do século XX.
Por outro lado, o uso desta forma de tratamento não se restringe somente a sindicatos e partidos de esquerda: os próprios nazistas também utilizaram amplamente o termo camarada, com a mesma conotação. E os falangistas espanhóis utilizam-no para saudar-se, anteposto ao seu nome de guerra. Durante o franquismo, era muito comum ler na imprensa espanhola fases como "El Gobernador Civil Camarada Fulano de Tal..." e parecido com a atual era Lula no Brasil, embora o regime político seja dito que é democracia representativa.
E finalmente o que é ser correligionário político na América Latina, no Brasil, na Paraíba e em Santa Rita em janeiro de 2013? Será que aqui na “Terrinha” ser correligionário político é somente para ir para o meio da rua para fazer volume nos arrastões, dar discursos para dar credibilidade aos candidatos e depois de apuradas as urnas e os candidatos vitoriosos o povo fica para depois... e os correligionários de ontem, agora no “PODER” em vez de “PUDER” se transformam nos algozes e adversários de hoje!?...
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(*) [AGUIAR, Francisco de Paula Melo. Correligionário & adversário (artigo). Publicado In.: Facebook <https://www.facebook.com/photo.php?fbid=133340003497285&set=a.112702338894385&type=3 em 13/01/2013].