Aguardando outros 170 anos
Aguardando outros 170 anos
Félix Maier
09/01/2021
Quando saiu mesmo o Manifesto Comunista? Em 1848? Pois é...
Em matéria de mobilização, propaganda e panfletagem, a esquerda está mais de 170 anos na frente da direita, que não sabe se organizar e escolhe malucos como Trump para fazer frente a ela.
Logo Trump, que não tem nada de conservador, nem de liberal, muito menos bagagem moral, eterno playboy trocando de mulheres como se troca de roupa. No entanto, Trump sabia muito bem quem estava enfrentando: a grande mídia, que já o havia condenado ainda durante a campanha presidencial, os esquerdistas caviar de Hollywood, uma esquerda política cada vez mais radical, como a vice de Joe Biden, Kamala Harris, comunista autodeclarada.
Todo o planeta sabe que os verdadeiros terroristas se escondem dentro do Antifas, do BLM e de movimentos similares, entidades tomadas pela esquerda radical. No entanto, quem vai passar para a história como radicais e terroristas são os apoiadores de Trump que invadiram o Capitólio e promoveram depredação no local - com apoio tácito de Trump, o suicida político. As mídias sociais, notoriamente gerenciadas pela esquerda, aproveitaram a deixa para bloquear Trump no Twitter e no Facebook, censura comemorada por toda a mídia mundial, há muito tempo tomada pela... esquerda.
A esquerda americana viu no sistema de votação pelos Correios a chance de derrotar Trump. Para isso, os Democratas fizeram uma campanha maciça junto à população, cujo resultado foi vitorioso. A pandemia da Covid-19 ajudou na empreitada, no sentido de que a população não precisava ir aos locais de votação para depositar seu voto, cuja aglomeração poderia provocar o aumento de infectados.
Trump até hoje esperneia, acha que as eleições foram fraudadas, com ressonância entre seus apoiadores, tanto dos EUA, como do Brasil. A rigor, não adianta só recontar os votos que já foram contados, como ocorreu em muitos Estados americanos. É perda de tempo. O correto seria fazer uma auditagem de uma amostra dos eleitores (5%? 10%), para saber, p. ex., se o eleitor era autêntico ou não, se não eram mortos que estavam votando, algo praticamente impossível de verificar, pois iria retardar por meses o resultado definitivo das eleições. Hoje, não adianta Trump e seus apoiadores espernear, pois Inês é morta e ponto final. Resta aos Republicanos, no futuro, fazer o que os Democratas fizeram muito bem nas últimas eleições.
Com amadores assim, a direita patina na esfera das comunicações e das estratégias para fazer frente ao avanço incessante da esquerda, não sabe se organizar mundialmente, por isso o fiasco está garantido.
O mesmo ocorre no Brasil, com Bolsonaro dando pelo menos um tiro diário no próprio pé, como no caso da vacina anti-covid. Não há dúvidas de que Bolsonaro enfrenta uma força poderosa, tem inimigos mortais por todo lado, como o establishment corrupto que ainda não engoliu a vitória de um outsider. No entanto, nem Bolsonaro, nem a enorme troupe de estrelados que o rodeia sabe como lidar com esse fato para enfrentar a esquerda para valer. Saberá a direita daqui a 170 anos?
Há luz no fim do túnel? Sim. Pule logo fora, que a locomotiva já está apitando.