Chove lá fora - Racismo existe
A primeira forma de se buscar a cura de uma doença é apercebendo-se que ela existe. Negar a doença, é como negar que chove lá fora, quando chove lá fora. É epistemicamente esquizofrênico. E quando se age de forma cega e negacionista, você simplesmente joga a possibilidade de cura no lixo.
Ou nas mãos de médicos que vão tentar curar o doente à força. Fato este deveras compreensível. É muito difícil para um médico que possui a cura, ver seu paciente definhar aos poucos porque este nega-se a admitir mesmo, que adoece. Há revolta diante a impassibilidade da negação é o que tende ocorrer. Aliás, o uso da força para doentes que não se apercebem doentes é muito comum ainda hoje, diante de doenças psiquiátricas, ou que tornam o doente impossibilitado de agência...
Racismo existe senhoras e senhores. Sinto-me falando o óbvio. Espanta-me ver pessoas que se negam a aperceber um fato. Se se continuarem nesta negação, vocês estão jogando a possibilidade de cura apenas a médicos que vão tentar curar vossas esquizofrenias à força. E neste caso, a cura é interesse não para um indivíduo, ou dois, ou três. Ou apenas para negros, trans, ou católicos, ou comunistas, flamenguistas, ou liberais, ou conservadores... a luta contra esta doença é interesse de todos, seres do gênero humano.
De certo nunca tivemos um racismo institucional segregacionista, mas negar um fato que deve servir de auxílio pedagógico para nós apreendermos como melhor agir, é deixar uma luta que deve ser de todos nós, humanidade enquanto tal, que lutamos lado a lado, juntos de todas as cores contra o racismo cientificista nazista... uma luta que deve ser de todos os lados do espectro político (King a Gama não me deixam mentir), acabar forçosamente sendo jogada nas mãos de quem ao menos, apercebe-se que chove lá fora.
Um lado cujo histórico de seus patronos não deveria servir de exemplo para tal, certo, Chê? Mas que ao menos é vivo o bastante para aperceber o que lhes aparece.
Não caiam na negação esquizofrênica meus amigos e amigas. Acordem o gigante.