Eleição de 2018 para Senador por Minas Gerais

INTRODUÇÃO

Em continuidade a série de artigos, voltados à justificativa de proposta de ação, para reduzir a impunidade do núcleo político com Foro Privilegiado, este terceiro tem como objeto a eleição de 2018 para senador em Minas Gerais.

Assim, como no primeiro artigo, “O ‘Impeachment’ da Presidente Dilma”, este também tem a ex-presidente como protagonista, bem como a orientação dada ao voto.

PESSIMISMO E INDIGNAÇÃO CRESCENTE COM AS PESQUISAS

As férias escolares se encerraram e de volta ás aulas, no início de agosto, já se sentia a movimentação para as eleições, que ocorreriam em sete de outubro de 2018.

A campanha teve início no início de agosto e, entre os quinze candidatos que foram em definitivo para o pleito, houve mudanças. Rodrigo Pacheco, por exemplo, seria candidato ao governo, mas acabou desistindo de a candidatura ao governo para concorrer ao senado na chapa encabeçada pelo candidato ao governo, Antonio Anastasia (PSDB).

As primeiras pesquisas, sobre a intenção de voto para o senado, encheram parte expressiva de eleitores mineiros de pessimismo e indignação. A pesquisa Data Folha de 22 de agosto, trazia como resultado: Dilma, 25%; Viana, 11%; Lacerda, 8%; Lopes, 8% ...Rodrigo Pacheco (DEM): 6%; Dinis Pinheiro (SD): 5%...

Como seria possível a ex-presidente que, em seu governo: elevou as taxas de juros a patamares insustentáveis e simultaneamente, aceitou o depósito voluntário do dinheiro que sobra no caixa dos bancos em volumes estratosféricos e remunerou com juros elevadíssimos; ocorreram resultados negativos do Banco Central com os sigilosos contratos de “swap cambial”; e continuou e agravou o processo recessivo e deficitário; ser reconhecida pelo povo mineiro e conduzida como seu representante ao senado?

Como seria possível a ex-presidente, impedida de continuar seu mandato por crime de responsabilidade (pedaladas fiscais e abertura de crédito sem autorização do Congresso) e, somente por um julgamento bem próximo da inconstitucionalidade, ou, até, inconstitucional, ter seus direitos políticos assegurados, ser reconhecida pelo povo mineiro e conduzida, como seu representante, ao senado?

Certamente, essas eram perguntas motivadas pela indignação e pelo pessimismo que as pesquisas induziam.

AS PESQUISAS E A CONTINUIDADE DO CENÁRIO

Em 12 de setembro de 2018, a menos de um mês das eleições, divulgação da pesquisa, pelo IBOPE, indicava: ”na corrida pelas duas vagas ao senado em Minas Gerais a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lidera com 28% das intenções de voto. Em segundo lugar está o jornalista Carlos Viana (PHS), com 12%. Empatados, na terceira e quarta colocação, com 7% das intenções estão Dinis Pinheiro (SD) e Rodrigo Pacheco (DEM)”.

Em 28 de setembro, a menos de 10 dias das eleições, divulgação da pesquisa Data Folha, mostrava o mesmo cenário, mas com redução das diferenças entre Dilma e seus concorrentes: “Ex-presidente Dilma (PT) se mantém isolada na corrida para o senado de Minas Gerais, com 28% das intenções dos votos. Carlos Viana (PHS), 14% cede o segundo lugar para Rodrigo Pacheco (DEM) 17%. Diniz Pinheiro (SD) mantinha-se distante com 10%”.

O COTIDIANO! RAIA A ESPERANÇA!

Primeiro de outubro, segunda feira, na maior reprografia da cidade de São Lourenço, cidade do sul de Minas Gerais, provavelmente trabalhador da construção civil, de forma voluntária e suprapartidária, tirava cópias de folha contendo várias filipetas, espécie de “santinhos”, indicando ao eleitor, dois senadores que, nas pesquisas, tinham mais chances.

Além disso, o “santinho” trazia pequena convocação para a correção de desvio ocorrido no julgamento: “votar, para impedir a ex-presidente de exercer mandato de senadora”.

Esse fato transformara-se, tal como nesga de raio de sol em dias cinzentos de inverno rigoroso, aos indignados e desesperançados, num raiar de esperança e de justiça.

A partir daquele gesto cidadão, vencemos inércia e o comodismo da omissão, nos organizamos, para fazer o mesmo: por meio das redes sociais; panfletagem nas ruas; e formação de pequenos grupos para irem às cidades vizinhas. Seria possível que o mesmo estivesse acontecendo em outros municípios e, até, na capital Belo Horizonte.

Era incansável o trabalho. Foram muitos que “arregaçaram as mangas”. Tantos, que ocorreu em determinada ocasião, de a indicação divergir com relação ao segundo nome. Algumas indicações traziam Rodrigo Pacheco outras, Diniz Pinheiro para fazer dupla para o Senado com Carlos Viana.

Aquela divisão poluía a alma dos eleitores envolvidos, com angústia provocada pelo pensamento pessimista: “essa divisão reforça o resultado indicado pelas pesquisas. Muito provavelmente, a divisão decidirá a eleição. Apenas restara uma vaga a ser decidida pelos três”. Entretanto esse pensar, jamais imaginara o quanto era a indignação do povo mineiro...

Seis de outubro, sábado, véspera da eleição, envolvidos nessa força tarefa, provavelmente em cada município, ansiosos para perceber se o mesmo estava ocorrendo em toda Minas Gerais. A expectativa era grande com relação à última pesquisa a ser divulgada.

Tanto a pesquisa IBOPE como a Data Folha indicava: aquele trabalho voluntário estava acontecendo em toda Minas Gerais. Dilma caíra cinco pontos, enquanto Viana e Rodrigo Pacheco se mantiveram e Diniz Pinheiro crescera dois pontos.

O entusiasmo garantiu mais esforços no sentido de tornar possível o eleitorado mineiro eleger dois dos três concorrentes da ex-presidente.

INDIGNAÇÃO DO ELEITOR MINEIRO VAI ÁS URNAS

Domingo, sete de outubro de 2018, numa eleição, praticamente sem ocorrências, a democracia brasileira realizava sua maior celebração.

Assim como em São Lourenço, havíamos entendido que em toda Minas Gerais se desenvolvia força tarefa não somente para impedir a ex-presidente, mas também seu ex-ministro e, também, governador realizar seus anseios políticos de reeleger-se.

Nossos esforços continuaram, até o movimento ás urnas praticamente desaparecer. Agora, era esperar o resultado das eleições.

RESULTADO DAS ELEIÇÕES DE 2018 PARA O SENADO DE MINAS

Nessa fase, as pesquisas de boca de urna não poderiam trazer erros grosseiros, pois a credibilidade dos institutos, já abalada, poderia piorar.

Pesquisa de boca de urna do IBOPE coroava nossos esforços, pois já indicava Dilma impedida pelo eleitor mineiro de exercer o mandato pretendido ao Senado: Viana, - 21%; Diniz e Rodrigo empatados – 18%; e Dilma - 15% .

Após apuração dos votos os senadores eleitos para representar Minas Gerais no senado foram Rodrigo Pacheco com 22, 49% dos votos válidos e Carlos Viana com 20, 22%.

Dos quatro únicos candidatos com votos acima de 10%, o terceiro foi Diniz Pinheiro com 18,42% e em último, Dilma Roussef com 15,35%.

Na capital Belo Horizonte, a ex-presidente impedida de continuar com seu desastroso governo e suas pedaladas fiscais era derrotada. Dilma Roussef não alcançou nem 10% dos votos válidos para senador.

O malabarismo jurídico do fatiamento, a, praticamente inconstitucionalidade do julgamento conservando os direitos políticos foram derrotados nas urnas pela indignação do eleitorado mineiro.

CONCLUSÃO

Essa eleição de 2018 para o Senado, de dois representantes de Minas Gerais demonstrou pelo seu resultado que o eleitor, no caso do estado de Minas Gerais, se, organizado e ativo, pode até impedir o exercício de direitos políticos daqueles que desempenharam mal seus mandatos ou, até, como foi o caso, fazer justiça, corrigindo desvios do sistema judiciário.

FONTES:

congressoemfoco.uol.com.br;

especiais.gazetadopovo.com.br;

folha.uol.com.br

g1.globo.com;

senado.leg.br;

terra.com.br; e

tre-mg.jus.

ENDEREÇOS RELACIONADOS

O “IMPEACHMENT” DA PRESIDENTE DILMA

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/7088001

CORRUPÇÃO SISTÊMICA BRASIL

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/7091674

J Coelho
Enviado por J Coelho em 27/10/2020
Reeditado em 27/10/2020
Código do texto: T7097299
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