Precisamos de Bomba Atômica?
Sim, mas não agora. Agora tomaríamos várias sanções e seríamos vistos como párias no cenário internacional. Como já temos a expertise, esse cenário da necessidade da bomba (que caso nós a tenhamos vai abrir uma corrida armamentista em toda América do Sul) deve ser apenas último, quando esgotarem todo o diálogo com as potências internacionais e já estiverem ameaçando o Brasil de invasão a nossa soberania. Nesse cenário extremo em que as perdas de não termos a bomba já são na prática, muito maiores do que de termos, então deve-se com urgência e a todo custo que nós a busquemos. Mesmo que seja em princípio comprando-a de nações inimigas destas potências e depois a produzindo.
É preciso lembrar que após a guerra fria e para estreitar os laços de cooperação e amizade comercial entre as nações era comum em todo canto do planeta que se cessasse a obtenção de artefatos nucleares. À época, como havia terminado o medo da destruição mútua entre os mundos do "capitalismo x comunismo", era um fator necessário que países pobres parassem de buscar a bomba para que os industrializados fornecessem mercado e ajuda financeira para eles.
Era absolutamente necessário e as potências industrializadas impuseram esse desarmamento nuclear. Primeiro porque o medo da guerra total havia acabado e segundo para parar a corrida nuclear regional. Era senso comum à época que se fizesse isso. O problema é que países como África do sul (no pior caso), Brasil e Argentina cessaram totalmente suas pesquisas e no caso do Brasil virou ponto da CF88 (isso foi um erro estratégico mas facilmente resolvido caso sejamos alvo das potências).
Outro ponto a ser observado é que a estratégia da tomada da Amazônia do Brasil e de nossos vizinhos vem caminhando desde o começo do anos 90, e nós, erradamente, em busca de sermos bem vistos entre os "gringos" viemos cedendo em cada ponto, a saber, reservas indígenas que acabaram se tornando etnias afastadas e esquecidas pelo poder público brasileiro, olvidando que elas são etnias multicurais brasileiras; venda de terrenos da Amazônia para grandes multinacionais às vezes estatais nos países de origem; não ocupação territorial da maior parte da Amazônia brasileira quando um grande geógrafo brasileiro de renome mundial, Milton Santos, escreveu sobre a noção de território e como ele passa a ser daquela comunidade humana quando ocupado no tempo e espaço e como o transforma, ou seja, nós sempre soubemos do problema da ocupação de território mas nada fizemos, para parecermos bonzinhos diante das potências internacionais numa tentativa burra de softpower... e aliás, "softpower" não existe.
Acredito que esse problema ficou realmente serio (muito além da tentativa de conseguirmos apoio e boa vontade das potências internacionais) porque as cabeças pensantes nas universidades brasileiras, maioria teóricos de esquerda, desde o começo dos anos 2000 por conta do conceito das instituições supranacionais (o que a direita chama de "globalismo", a esquerda alcunhou de legalidade de instituições supranacionais em nome da "humanidade"... ou "imperialismo humano")... nossos intelectuais de esquerda por conta deste conceito abandonaram por completo um outro conceito muito abrangente cuja história remonta ao começo do século XIX.
Nossos teóricos desde o começo dos anos 2000 abandonaram o conceito de Soberania Nacional nas nossas universidades. Esse foi o motivo que mesmo o Brasil consciente de todos os problemas inerentes as etnias indígenas BRASILEIRAS (esquecidas pelo poder público) e do conceito de Território estudado por Milton Santos, empurrou por motivos ideológicos o Brasil nas mãos das potências internacionais. Todos eles sabem disso, advogam a legalidade supranacional em cima da soberania nacional nas universidades e talvez de modo inocente não se aperceberam que abandonar o conceito de soberania só pode levar a desintegração concreta de um país.
É uma pena que como bem notou Roberto Campos justamente perto dos anos 2000, que ser de esquerda no Brasil é glamouroso.... enfim.
Bomba atômica apenas se as perdas sociais e econômicas já estiverem na prática irreparáveis sem ela, por causa da imposições de sanções das potências internacionais. Então se isso ocorrer, espero em Deus que não, que corramos atrás. Porque míssil de longo alcance já possuímos. Colocar uma ogiva nele é rapidinho. Projeto de foguete com motor líquido testado já temos. Fazer dele um ICBM é rapidinho também.
Ps: um testamento da burrice brasileira de afastar nossos indígenas brasileiros do Estado Brasileiro, são os povos Ainus (indígenas japoneses) e Aborigines (indígenas australianos). Nestes países eles são parte do estado e da cultura, inclusive na Austrália os aborígenes participaram da formação do país e assim continuam. Aqui o Brasil de forma burra tentou separar o Brasil dos Brasileiros. Seja por conta dos nossos ideólogos que defendem o multiculturalismo, seja por que advogam a ideia da supranação (ONU). A burrice intelectual dos nossos intelectuais é hilariante.