O fim do Humanismo
Vocês estão prestando atenção nos programas de notícias das televisões? A maior parte das reportagens tratam de violência, roubos, vulgaridades, corrupção sistêmica das sociedades, destruição do meio ambiente, e a injusta e inaceitável cada vez maior distância de estilos de vida entre os mais ricos, a minoria, e os mais pobres que são a maioria.
Em que mundo, em que Brasil estamos vivendo? O que estamos deixando para os nossos filhos e netos? A minha geração, lá pelos idos de 1960, sonhava com uma outra forma de convivência, mais solidária, mais justa, mais pacifica.
É possível pensar no fracasso da humanidade: com tudo que está acontecendo: meio ambiente deteriorado e convívio humano fisicamente conflituoso. É prudente pensar que se nada for feito, para reverter este caos, reencontrando a ética como padrão de convivência cooperativa e pacífica, o fim da humanidade, nas próximas décadas, é uma hipótese provável.
O processo educacional de qualidade e o restabelecimento do papel da família como lugar privilegiado do cultivo do amor e da cooperação fraterna, parecem ser os caminhos a serem percorridos, por homens e mulheres que ainda sobrevivem ao ataque da anarquia selvagem dos que se apropriaram do poder politico e dos sistemas de formação da opinião publica.
O tempo para tal reversão da maneira de pensar e do comportamento coletivo é muito curto e as esperanças são poucas. É imperioso que se faça alguma coisa já para salvar o ideal do Humanismo Integral - a prevalência da dignidade da pessoa humana na construção da história.
Triste e desafiadores tempos.
Eurico Borba, agosto de 2020.