TEMPOS DIFÍCEIS.

Estamos em ano de eleição, são tempos difíceis! Tempo quando devemos nos cercar de muitos cuidados agindo com sabedoria, prudência, policiando-nos há todos os instantes quanto às nossas falas ações e reações diante das pessoas que nos cercam lembrando-nos sempre que somos cristãos, que pertencemos a Cristo e, sendo dEle, devemos ser como Ele é andando em seus passos e fazendo aquilo que sabemos que Ele faria. E o que ele faria em tempos como esse? Será que Ele desprezaria pessoas, se faria inimigo dela, daria escândalos, vexames; aceitaria subornos e negacearia seus valores e crenças com a alegação de estar fazendo política? Eu penso, que não! Jesus de Nazaré, embora no mundo, não se mundenizaria, afinal, Ele mesmo disse: “o meu reino não é deste mundo”. Sabia que estava no mundo, mas, que não pertencia a ele, que não podia agir da mesma maneira, em conformidade com ele. Se Jesus tinha essa concepção nós também devemos ter. Ter em mente que somos cidadãos terrenos apenas, porque vivemos aqui por algum tempo, e que enquanto aqui vivermos é preciso que vivamos de modo correspondente a nossa cidadania terrestre no tocante as obrigações a nós inerentes, destarte, é preciso que exerçamos nosso direito a ela, e isso, fazemos, votando; todavia, é necessário não nos esquecermos de que antes de sermos terrenos somos cidadãos dos céus e, portanto, celestiais. Somos peregrinos aqui na terra e ela não é o nosso lar. Nosso viver aqui em nada nos deve ser mais importante do que a glória que nos está reservada nos céus razão porque é preciso tomar certos cuidados nesses tempos “difíceis” tempos quando as amizades são colocadas de lado, onde o valor do ser humano é cotado pela quantidade de votos que ele pode oferecer, e se não pode, ele é descartado. Se os seus votos forem para o lado oposto, é perseguido, retalhado, sem que ele nada possa fazer. Este é um tempo quando as pessoas estão prontas para brigarem e odiarem uma as outras; a matarem e morrerem por seus candidatos que na maioria dos casos, se quer os conhece. Mas elas brigam assim mesmo. Brigam por muito pouco ou quase nada, com amigos, familiares; destroem amizades verdadeiras de anos, rompem com gente de sua própria casa, igreja. Criam intrigas que lhes consumirão a vida por anos a fio. Tudo em nome da política, daquele ou, daquela candidata que certamente continuará sua vida normalmente e acumulando para si emolumentos, proventos, lucros, cada vez mais, pois, ainda que qualquer deles perca a política sairão vitoriosos. Possivelmente, até comemorarão juntos! E quem perde? O pobre incauto! Que bateu, brigou, apanhou, fez inimizades e depois tem que voltar para o borralho de sua casa, para a igreja que desprezou e para o pai que ele ofendeu. Volta para chorar e lamentar parvoíces cometidas. É a máxima do velho adágio popular “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco?” se cumprindo. É isso! Sempre foi assim, e o será sempre. Mas o tempo não é apenas tempos sombrios é tempo de vivermos na prática aquilo que pregamos todos os dias: nossa espiritualidade. É o momento quando devemos fazer a diferença sendo o sal que dá o sabor e a luz para um tempo de escuridão, dito por Jesus: “vós sois a luz do mundo”, “vós sois o sal da terra”! Somos nós os diferentes, aqueles que fazem a diferença, e de que maneira? Cercando-nos de todos os cuidados para que o nosso viver não seja conspurcado e os valores defendidos por nós escoem também pelos ralos dos dejetos políticos. As eleições passam e quando terminam qual tsunami, deixam um rastro de destruição lama e putrefação, apenas o caos; mas, a igreja, a família, os relacionamentos, os amigos, estes, permanecem. E é para eles que temos que voltar sempre, quando necessitamos. Pensemos nisso! É preciso votar? Sim, claro! É preciso. Mas devemos fazê-lo de maneira sóbria inteligente e coerente com nossos princípios e valores. Dentro da ética cristã, não trocando nosso voto por tijolos, favores, carona, ou dinheiro. Não nos iludindo com abraços e tapinhas nas costas feitos por aqueles que somente se aproximam de nós a este tempo e quando passa esse tempo ficamos invisíveis a eles como se não existíssemos. Votar Inteligentemente é não nos expor de maneira exacerbada em comícios e festas políticas tampouco, entrar em discussões tolas acerca de qualquer candidato a fim de defendê-lo, isso
seria tolice é luta inglória, pois, são indefensáveis. Sejamos apologistas do evangelho de Jesus, que é a verdade. Digo-vos em nome daquele a quem servimos Jesus de Nazaré, que se abstenham de toda e qualquer emoção imprudente e leviana preservando-vos a vós mesmos, vossas famílias e comunidade, e Ele o Senhor da glória será glorificado em todo nosso viver. Não troquem as reuniões de cultos por comícios ou shows que em nada vos acrescentará coisa alguma. É perda de tempo, e tempo ganho, é aquele que passamos com gente que nos ama e que nos são iguais, que chora as nossas dores e sorri as nossas alegrias, que seus abraços são carregados emoções e afetividades. São testificáveis. Não exponha o nome de sua igreja e não a comprometa com frases do tipo: “minha igreja está fechada com candidato fulano de tal” ou “a maioria de minha igreja está com o candidato beltrano”, isso não é verdade. Fale se tiver que falar, por si mesmo, mas, nunca pela a igreja do senhor, pois, seus membros são livres para votarem de maneira sábia e prudente “naquele” ou “naquela” que eles entendem como sendo o melhor candidato ou candidata para a sua cidade. Nós não somos uma seita, seita é que determina para os seus seguidores seu modus vivendi como: corte de cabelo, cor de sapato, qual tipo de roupa e quais programas televisivos assistirem. Nós não somos fundamentalistas ou guetizados para violentarmos a pessoalidade e Individualidade de qualquer pessoa que seja. Alguns dos princípios do Evangelho são respeito e amor ao próximo. Primamos por todo e qualquer tipo de liberdade porque entendemos que todo homem é livre e deve exercer seu direito a liberdade, é capaz de tomar suas próprias decisões da maneira como ele achar melhor inclusive, escolher aquele ou aquela que governará sua cidade. Platão já dizia que a liberdade e a responsabilidade estão intimamente vinculadas ao exercício da justiça. Ele diz: “Justiça é ter e fazer o que nos compete”. A afirmação de Platão significa que a justiça é exercida na medida em que o indivíduo faz com excelência o que lhe cabe fazer no âmbito social. Inclusive votar. Meus amados! Que o Senhor nos dê sabedoria, capacidade e discernimento para esse tempo que estamos vivendo, e, que de maneira sábia, e austera, façamos a escolha certa.