O ABANDONO POLÍTICO DE IPOJUCA EM TEMPOS DE COVID-19
Uma crise global e sem precedentes atinge o nosso planeta desde meados de janeiro, quando o novo coronavírus saiu do solo chinês e começou a se expandir ao redor do mundo. De lá pra cá esse inimigo invisível já fez milhares de vítimas e desestabilizou diversas economias ao redor do globo, causando um colapso sem tamanho. Todavia, o vírus não chegou só pra matar e quebrar economias – o que já é terrível - mas foi além disso, ele revelou o total despreparo e abandono que alguns gestores que administram a máquina pública (vereadores, prefeitos e governadores) infelizmente possuem.
Sem ser hipócrita e faltoso com a verdade, é preciso também ressaltar que uma situação excepcional como essa que estamos vivendo levanta uma série de dúvidas e questionamentos a quem quer que seja, e isso não seria diferente com os nossos queridos chefes do poder executivo municipal e regional, além daqueles que compõem o poder legislativo. Dúvidas, incertezas e questionamentos sobre o que se deve fazer e as atitudes que se devem tomar em um período tão nebuloso como este, certamente aparecerão, mas o que vai facilitar as respostas e soluções para tais casos é justamente o bom preparo político, intelectual e social de cada governante. Requisitos estes que se observáveis pela população serão - infelizmente - achados em falta no nosso cenário político. De certo, falar sobre as faltas e despreparos de cada político ou governante do nosso país demandaria um longuíssimo tempo e diversos artigos como esse, sendo assim, permita-me afunilar o cenário e partir para uma análise mais crítica da situação atual do nosso querido munícipio de Ipojuca.
Aqui na nossa cidade o cenário atual é bastante alarmante e desesperador para a população, a cada dia que se passa em nossa cidade, levantamos dentro de nossas mentes diversos questionamentos como: ‘será que eu irei contrair o vírus?’ ou ‘será que vou perder alguém da minha família?’ ou então ‘será que o meu patrão vai assinar minha carta de demissão?’ mas além do receio e do pavor - que é justificável – por conta do vírus ou das consequências que ele irá gerar em nossas vidas, outras coisas também preocupam a mente e o bem-estar do povo ipojucano. E essas coisas não estão ligadas diretamente ao vírus, mas estão ligadas a forma de gestão exercida em nosso munícipio. No âmbito da competência do poder executivo podemos listar algumas ações que demonstram isso, como: a falta de preparo ao abrigar de forma errônea e dentro de um hospital público e local, um hospital de campanha, as licitações milionárias, com valores exorbitantes e mais grave ainda, são feitas quase que diariamente não objetivando como fim o combate à pandemia, mas apenas aumentar as mordomias e luxos do poder municipal (lembro do caso da compra dos jet-ski e carros blindados), os atos irresponsáveis que causaram aglomerações (a entrega de peixes na semana santa) e as constantes violações de direitos fundamentais dos cidadãos são discricionariedades lamentáveis que estão sendo exercidas pelo poder público na nossa querida terra de Ipojuca. Alguém mais atento aos fatos e noticiários cotidianos poderia replicar: “mas esses atos abusivos e/ou de corrupção estão ocorrendo quase que de forma simultânea em diversas prefeituras e governos estaduais”. Evidentemente essa afirmação é uma verdade incontestável, visto que infelizmente muitos de nossos governantes estão fazendo o mau uso da verba advinda do governo federal, muitos já veem a Polícia Federal bater em suas portas. Entretanto, vale dizer que esse modus operandis observado em outros distritos ou regiões não é um exemplo ou um modelo a ser seguido pelos outros, não é porque vários estão agindo de forma errônea que os governantes de nossa cidade devem fazer o mesmo, pelo contrário, devemos dar exemplo ao restante do país, pois nosso munícipio poderia hoje se encontrar em uma capa de jornal sendo reconhecido pelo bom uso do dinheiro público e grandes avanços na área da saúde durante essa pandemia catastrófica que nos acomete. Infelizmente estamos observando que as coisas não estão bem assim. Como se não bastasse o descaso escancarado do poder executivo municipal durante essa pandemia, a população ipojucana tem ainda que se preocupar com o poder legislativo, pois este além de parecer se manter inerte no momento atual entra em constante conflito com o poder executivo. Novamente, para não ser hipócrita e faltoso com a verdade, há de se dar o devido reconhecimento aos nossos parlamentares pela aprovação do Benefício Eventual Municipal (BEM). Porém, ainda assim se faz necessária uma cobrança por parte de nós que somos a população para reivindicarmos maior fiscalização e ação dos nossos queridos e prezados vereadores, afinal, foi para isso que colocamos os mesmos naquelas doze cadeiras.
Depois de analisado e exposto todo o cenário atual de abandono e despreparo político que observamos em nosso munícipio, faz-se necessário apresentar algumas saídas ou escapes para contornar essa crise enfrentada, pois não adiantaria somente expor o sangramento e não estancá-lo. Proponho aos nobres governantes que administram nossa cidade, tanto do poder executivo quanto do poder legislativo as seguintes medidas para ajudar a melhorar o combate a esse vírus terrível que tem nos tirado o sossego. Algumas são:
• Maior união e cooperação da casa legislativa com o poder executivo;
• Fim das licitações que não possuam como principal objetivo ou finalidade o enfrentamento a pandemia;
• Instalação de mais alguns lavatórios na cidade, principalmente no distrito de Nossa Senhora do Ó (que só perde para a Ipojuca-Sede no número de infectados);
• Distribuição de máscaras;
• Criação de aplicativo com o mapa da cidade para informar rua a rua os mapas de calor dos infectados na região.
Essas são algumas de diversas medidas que podem e precisam começar a serem implementadas com urgência em nossa cidade, visando assim combater de forma efetiva e ostensiva a propagação do vírus, o crescimento do número de infectados e o crescimento do número de mortos por essa pandemia. Torcemos para que os nossos governantes locais se esforcem um pouco mais para garantir a saúde e o bem-estar físico, psicológico e mental da nossa querida população ipojucana.