Vida nua e totalização do ser em Agambem
https://blogdaboitempo.com.br/2020/05/29/essencialismos-filosoficos-e-ditadura-do-corona-sobre-giorgio-agamben-mais-uma-vez.
No texto acima a Yara Frateschi
considera que há uma tendência totalizante na teoria da vida nua de Agambem, o que impediria a compreensão dos movimentos sociais. Essa posição partiria da ontologia de Agambem. A meu ver, ele parte da critica ao ordenamento do direito positivo que garante direitos enquanto concessões do Estado. A perspectiva desse direito é que não se é sequer dono da própria vida. Esta seria uma espécie de patrimônio do soberano e não do vivente. Assim, os direitos adquiridos são anexações voláteis estranhas ao ser e lutar por esses direitos seria transitar no campo estabelecido pela positividade totalizante deste direito. No neoliberalismo, que decide pelo estado de exceção, essa vida nua seria aquela levada ao extremo da objetificação. A luta por direitos seria a luta por conquista daquilo que não pertence ao ser. Até onde entendi, ele critica a noção de direitos sociais pq a vida boa e com qualidade é inerente ao ser e não direitos a serem concedidos. Assim, me vejo posicionado na história na frente de uma linha de luta que procurar barrar o avanço dessa imposição amplificada de vida nua pelo fascismo neoliberal.
Seria o caso de afirmar que a reoria do ser de Agambem alinha-se com uma ontologia negativa que salva o humano das garras do Estado?
A totalização referida, portanto, seria a vida nua como reintegração de posse do ser pelo próprio ser. A positividade do negativo, por assim dizer.
1jun20