DÚVIDA CRUEL
O governo Bolsonaro caminha velozmente para se tornar um governo militar. Na prática isso tem sua lógica e não deve espantar ninguém. Todos os governantes vão buscar seus auxiliares no meio onde fizeram suas carreiras. Fernando Henrique era “Uspista”, ou seja, seu governo estava recheado de profissionais da USP (Universidade de São Paulo) onde ele fez carreira. Lula e Dilma foram buscar a maioria dos seus ministros e secretários no movimento sindical, de onde eles vieram. Bolsonaro está compondo seu governo com militares, seus companheiros de profissão. Nada contra. Militares são profissionais competentes e bem treinados. Podem fazer um bom governo, mesmo dentro das regras democráticas.
Não haveria nada preocupante nisso se não fossem as intenções por trás dos atos e das palavras e a ideologia que as inspira. Bolsonaro montou um governo alicerçado em duas pernas: Guedes e Moro. Com a saída de Moro, o governo ficou perneta e agora está andando de muletas, sustentando-se no fluído apoio popular de um bando de fanáticos alimentados pelas redes sociais. Sustentação essa que o Poder Judiciário poderá detonar se apertar o cerco sobre os fomentadores dessas redes. Esse é o motivo do desespero das hostes bolsonaristas e do próprio presidente em razão do inquérito das fake news, comandado pelo seu agora inimigo número um, o ministro Alexandre de Moraes. A implosão dessas redes seria um tiro fatal na sua base de apoio.
Guedes só está à testa da economia porque tem o apoio do empresariado nacional, que Bolsonaro não quer e não pode perder. Mas pôs o general Braga Neto no seu calcanhar com uma flecha para tirá-lo de cena assim que a ocasião se apresentar, ou logo que achar que pode fazê-lo sem consequências maiores. O grupo do general já está preparado, inclusive com um plano alternativo, para substituí-lo.
Por enquanto Guedes ainda é o principal pilar do seu governo. Derrubá-lo agora seria suicídio. Demoliria o próprio governo, que já perdeu a outra perna que o sustentava, o juiz Moro.
Se isso ocorrer, quer dizer, se o governo perder Guedes, só restará a Bolsonaro apelar para as Forças Armadas. Seus comandantes parecem ser pessoas sérias, sensatas e comprometidas com a atual Constituição. Mas acima de tudo são discretas nas suas posturas e opiniões pessoais.Assim, fica difícil saber de que lado eles pularão quando essa hora, que o deputado Eduardo Bolsonaro, afirma que vai chegar fatalmente, vier.
Talvez eu esteja enganado e o meu engano me faz exagerar a situação. Mas gato escaldado tem medo de água fria. Já vivi essa situação e como disse Jesus, o céu sempre anuncia antes quando a tempestade vai cair. Nós brasileiros, somos um povo muito resistente ao aprendizado que a História nos dá. Por isso não posso deixar de acalentar essa dúvida cruel. Deus permita que eu esteja errado.
O governo Bolsonaro caminha velozmente para se tornar um governo militar. Na prática isso tem sua lógica e não deve espantar ninguém. Todos os governantes vão buscar seus auxiliares no meio onde fizeram suas carreiras. Fernando Henrique era “Uspista”, ou seja, seu governo estava recheado de profissionais da USP (Universidade de São Paulo) onde ele fez carreira. Lula e Dilma foram buscar a maioria dos seus ministros e secretários no movimento sindical, de onde eles vieram. Bolsonaro está compondo seu governo com militares, seus companheiros de profissão. Nada contra. Militares são profissionais competentes e bem treinados. Podem fazer um bom governo, mesmo dentro das regras democráticas.
Não haveria nada preocupante nisso se não fossem as intenções por trás dos atos e das palavras e a ideologia que as inspira. Bolsonaro montou um governo alicerçado em duas pernas: Guedes e Moro. Com a saída de Moro, o governo ficou perneta e agora está andando de muletas, sustentando-se no fluído apoio popular de um bando de fanáticos alimentados pelas redes sociais. Sustentação essa que o Poder Judiciário poderá detonar se apertar o cerco sobre os fomentadores dessas redes. Esse é o motivo do desespero das hostes bolsonaristas e do próprio presidente em razão do inquérito das fake news, comandado pelo seu agora inimigo número um, o ministro Alexandre de Moraes. A implosão dessas redes seria um tiro fatal na sua base de apoio.
Guedes só está à testa da economia porque tem o apoio do empresariado nacional, que Bolsonaro não quer e não pode perder. Mas pôs o general Braga Neto no seu calcanhar com uma flecha para tirá-lo de cena assim que a ocasião se apresentar, ou logo que achar que pode fazê-lo sem consequências maiores. O grupo do general já está preparado, inclusive com um plano alternativo, para substituí-lo.
Por enquanto Guedes ainda é o principal pilar do seu governo. Derrubá-lo agora seria suicídio. Demoliria o próprio governo, que já perdeu a outra perna que o sustentava, o juiz Moro.
Se isso ocorrer, quer dizer, se o governo perder Guedes, só restará a Bolsonaro apelar para as Forças Armadas. Seus comandantes parecem ser pessoas sérias, sensatas e comprometidas com a atual Constituição. Mas acima de tudo são discretas nas suas posturas e opiniões pessoais.Assim, fica difícil saber de que lado eles pularão quando essa hora, que o deputado Eduardo Bolsonaro, afirma que vai chegar fatalmente, vier.
Talvez eu esteja enganado e o meu engano me faz exagerar a situação. Mas gato escaldado tem medo de água fria. Já vivi essa situação e como disse Jesus, o céu sempre anuncia antes quando a tempestade vai cair. Nós brasileiros, somos um povo muito resistente ao aprendizado que a História nos dá. Por isso não posso deixar de acalentar essa dúvida cruel. Deus permita que eu esteja errado.