O VÍDEO DA DISCÓRDIA
Se eu ainda tinha dúvidas sobre o verdadeiro pensamento do Bolsonaro, a divulgação do vídeo da reunião de ministros que foi exibida ontem me esclareceu totalmente. Sempre desconfiei que a sua impetuosidade na busca por confrontos com as demais autoridades do país era uma estratégia para conduzir o país a um impasse institucional, no qual o povo tivesse que optar entre a “democracia” que ele tem na cabeça e a democracia que a Constituição de 1988 implantou.
Agora estou quase convencido de que esse é o caminho escolhido por ele. Aliás, dissimulado ele nunca foi. Fariseu é coisa de que ninguém pode acusá-lo de ser. Desde os seus primeiros discursos como candidato ele nunca deixou de expressar sua simpatia pela ditadura militar e que o seu desejo, como comandante da nação, era a reconstituição dos valores da chamada “revolução redentora” que, em março de 1964, segundo sua opinião, “salvou” o país da avalanche comunista que Jango, Brizola, Arraes, Helder Câmara e outros estavam fazendo cair sobre o país.
As falas de Bolsonaro e as diatribes contra o que ele e seus apoiadores chamam de “esquerda” retrógada nunca deixaram dúvidas de que, eleito presidente, ele faria fogo cerrado contra tudo que cheirasse coisa de esquerdista. E isso ficou claro com as escolhas que fez para ocupar pastas tradicionalmente administradas pelos chamados progressistas. Pastas como a ocupada pela inefável Damares Alves, o Ministério da Cultura, ocupado pelo sinistro Weintraub e o aético Ricardo Salles,que sugeriu aproveitar a pandemia para passar regulamentos para desmontar a proteção ambiental que o governo Bolsonaro julga prejudicial ao desenvolvimento do agro negócio, é um claro exemplo da direção em que ele pretende impulsionar ao seu governo. E sua fala sobre o armamento da população também não deixa dúvidas a esse respeito. Se tentarem derrubá-lo, é melhor que seus apoiadores estejam armados.
Não quero fazer aqui nenhum julgamento de mérito à sua ideologia. Confesso que votei nele e esperava que ele conduzisse o país para fora do pântano bolivariano em que o lulo-petismo nos meteu. Aplaudi quando ele convidou o Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e o Guedes para conduzir a economia. Sou adepto da economia de mercado e não acredito na eficiência do estado como empresário e gestor da atividade econômica. Não conheço, na história da economia mundial, nenhum país que tenha atingido o desenvolvimento econômico e o bem estar social com uma economia estatizada.
Vivi, já adulto, a ditadura militar. Reconheço que ela teve seus méritos e embora tenha deixado muitas feridas que ainda não se fecharam, no plano econômico ela atingiu melhores resultados que nos mais de trinta anos de democracia que a Constituição de 1988 nos deu. Toda a infra estrutura que o país tem hoje foi feita durante o governo militar. Não há uma única grande obra, com exceção da transposição do São Francisco e da Usina de Belo Monte que não tenha sido iniciada no governo dos generais. Mas hoje, o país vive uma realidade muito diferente do de 1964. Não há ambiente para ditaduras nem de direita nem de esquerda. Levar o país para esse caminho nos conduzirá à uma tragédia ainda maior do que a que estamos vivendo com a pandemia do covit 19 e a crise econômica que ela produziu.
Mais que tudo, neste momento, é preciso que a razão e o pragmatismo se sobreponham às paixões ideológicas e os interesses políticos. Ainda não se inventou nenhum sistema de governo melhor do que a democracia. E por mais corrupta e ineficiente que ela seja, sempre será preferível a qualquer tipo de ditadura.
Se eu ainda tinha dúvidas sobre o verdadeiro pensamento do Bolsonaro, a divulgação do vídeo da reunião de ministros que foi exibida ontem me esclareceu totalmente. Sempre desconfiei que a sua impetuosidade na busca por confrontos com as demais autoridades do país era uma estratégia para conduzir o país a um impasse institucional, no qual o povo tivesse que optar entre a “democracia” que ele tem na cabeça e a democracia que a Constituição de 1988 implantou.
Agora estou quase convencido de que esse é o caminho escolhido por ele. Aliás, dissimulado ele nunca foi. Fariseu é coisa de que ninguém pode acusá-lo de ser. Desde os seus primeiros discursos como candidato ele nunca deixou de expressar sua simpatia pela ditadura militar e que o seu desejo, como comandante da nação, era a reconstituição dos valores da chamada “revolução redentora” que, em março de 1964, segundo sua opinião, “salvou” o país da avalanche comunista que Jango, Brizola, Arraes, Helder Câmara e outros estavam fazendo cair sobre o país.
As falas de Bolsonaro e as diatribes contra o que ele e seus apoiadores chamam de “esquerda” retrógada nunca deixaram dúvidas de que, eleito presidente, ele faria fogo cerrado contra tudo que cheirasse coisa de esquerdista. E isso ficou claro com as escolhas que fez para ocupar pastas tradicionalmente administradas pelos chamados progressistas. Pastas como a ocupada pela inefável Damares Alves, o Ministério da Cultura, ocupado pelo sinistro Weintraub e o aético Ricardo Salles,que sugeriu aproveitar a pandemia para passar regulamentos para desmontar a proteção ambiental que o governo Bolsonaro julga prejudicial ao desenvolvimento do agro negócio, é um claro exemplo da direção em que ele pretende impulsionar ao seu governo. E sua fala sobre o armamento da população também não deixa dúvidas a esse respeito. Se tentarem derrubá-lo, é melhor que seus apoiadores estejam armados.
Não quero fazer aqui nenhum julgamento de mérito à sua ideologia. Confesso que votei nele e esperava que ele conduzisse o país para fora do pântano bolivariano em que o lulo-petismo nos meteu. Aplaudi quando ele convidou o Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e o Guedes para conduzir a economia. Sou adepto da economia de mercado e não acredito na eficiência do estado como empresário e gestor da atividade econômica. Não conheço, na história da economia mundial, nenhum país que tenha atingido o desenvolvimento econômico e o bem estar social com uma economia estatizada.
Vivi, já adulto, a ditadura militar. Reconheço que ela teve seus méritos e embora tenha deixado muitas feridas que ainda não se fecharam, no plano econômico ela atingiu melhores resultados que nos mais de trinta anos de democracia que a Constituição de 1988 nos deu. Toda a infra estrutura que o país tem hoje foi feita durante o governo militar. Não há uma única grande obra, com exceção da transposição do São Francisco e da Usina de Belo Monte que não tenha sido iniciada no governo dos generais. Mas hoje, o país vive uma realidade muito diferente do de 1964. Não há ambiente para ditaduras nem de direita nem de esquerda. Levar o país para esse caminho nos conduzirá à uma tragédia ainda maior do que a que estamos vivendo com a pandemia do covit 19 e a crise econômica que ela produziu.
Mais que tudo, neste momento, é preciso que a razão e o pragmatismo se sobreponham às paixões ideológicas e os interesses políticos. Ainda não se inventou nenhum sistema de governo melhor do que a democracia. E por mais corrupta e ineficiente que ela seja, sempre será preferível a qualquer tipo de ditadura.