O TEMPO REAL, O TEMPO SOCIAL E O TEMPO DO ASNO
O TEMPO REAL, O TEMPO SOCIAL E O TEMPO DO ASNO
A DURAÇÃO RELATIVA do tempo cria em cada um sujeito existente a sensação de estabilidade conexa e pertinente das coisas no presente, no passado e no futuro. Essa ideia de tempo parece não condizente com a relatividade descompassada do tempo interior, psicológico do presidente, e o tempo dos eventos que se desdobram na realidade social.
O TEMPO PRESIDENCIAL está numa dinâmica cíclica particular, num eterno retorno de significados específicos presos dentro de uma espécie de “gaiola de Faraday” mental, em eterna recorrência às realidades que se passam e repassam e retornam ao mesmo lugar de origem numa quantidade contínua de vezes dentro do mesmo padrão cíclico de recaídas, recidivas, reiterações, repetições.
TALVEZ O PRESIDENTE tente sair dela (dinâmica mental cíclica) mas, como não consegue, para “Ele Não” é mais conveniente satisfazer-se com a própria fixação de ideias preconcebidas, retroativas, que paralisam não apenas sua vida institucional, mas a vida social do país que deveria presidir.
“ELE NÃO” TALVEZ se considere o mais astuto, dissimulado e capcioso dos mortais. Um novo Sísifo, metáfora daquele que governou Corinto e depois se reelegeu num segundo mandato presidencial de quatro anos. Em o “mito de Sísifo” Camus expôs sua filosofia do absurdo. O homem busca sentido e significado para uma vida desprovida de discernimento, lógica, nexo, razão.
CERTO É QUE ESSA imitação tropicalista e bufa do mito grego de Sísifo não produz eventos que justifiquem a busca de razão em um mundo dela desabastecido. Ao contrário, esse Sísifo tropicalista é irracional e não quer sair dos limites de sua ignorância e abnegação ideológica. Ele mimetiza seu herói americano Trump, em tudo, quando não segue os ditames de um ex astrólogo que se autointitulou filósofo de hospício que é seu particular assessor para assuntos políticos. Pô.
NESSA CADEIA DE dependências o “presidente Paga Mico” se escora e espora o Cavalão, ele próprio, até cair do cavalo. O Brasil vê nesse espetáculo fantástico lamentável uma necessidade insaciável de aplauso do ator institucional no palco do Palácio do Planalto. Mas, não é fácil nem para seus 300 milicianos de plantão, aplaudir tão impressionante falta de talento até mesmo para uma atuação razoável, burlesca.
“ELE NÃO” DEVE aprender alguma coisa de atuação com sua ministra da cultura que com “Ele Não” faz um dueto: Sinhozinho Bozo e a futura Viúva da Cultura dona Porcina. O presidente negligencia todo dia o tempo real dos acontecimentos, querendo com isso antecipar-se a eles desastradamente. Suas pretensas políticas de proteção à economia são um desastre reconhecido no mundo inteiro.
“ELE NÃO” DESEJA O melhor para o país, mas não sabe fazer acontecer esse suposto melhor, com isso “Ele Não” só piora o que está ruim. Principalmente quando discursa sobre a verticalidade da quarentena com seus quarenta cangaceiros financeiros do Centrão. O presidente tem visível dificuldade em diferenciar a realidade de seu tempo interno com a intencionalidade dos sujeitos da sociedade à qual não sabe presidir.
O PRESIDENTE USA E abusa de falas recorrentes a subterfúgios diversos, como se fosse um prestidigitador querendo que os brasileiros aceitem, se adaptem e aplaudam às pretensões de seu tempo mental interiorizado, particular, no interesse familiar não o do país. Isso é tarefa para um ilusionista, não para o presidente de um país de 215 milhões de habitantes que deveriam ser por “Ele Não” respeitados, não reduzidos a seus intentos.