A Poça D'água
Após a chuva ficavam as poças d’água, espelhando o céu claro, e cheio de encantos.
Pequenos retalhos do azul infinito, enfeitando a saudosa rua da minha infância.
Eu me perdia no tempo, a contemplar as nuvens, passando sob os meus pés.
Imaginava saltar naquele céu que eu via, numa plácida poça d’água.
Embora ainda envolto pelos sonhos, e pela magia da infância, a razão me dizia, que aquele céu era apenas, um resto de chuva, que remanescia no chão.
Depois vinha o sol, e lentamente evaporava o meu enlevo, levando aqueles pequenos sonhos, que a chuva deixava na minha rua.
Um dia eu veria General, Juiz e Artista, surdos à voz da razão, se lançando no Governo de um infame, seduzidos pela ilusão da vaidade.
Viram o céu numa poça de lodo.
Obstinados e imprudentes, se lançaram na pueril miragem, de onde com muito esforço tentarão se erguer, com as caras quebradas, desiludidos e enlameados.
Acioly Netto - www.guiadiscover.com