Impacto econômico da pandemia no Brasil comparado a outros países
A pandemia provocada pelo novo coronavírus fará a economia brasileira encolher 5,2% neste ano (2020), como prevê a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Esse encolhimento será causado pelo número de pessoas que passarão por desemprego e pobreza.
De acordo com a Cepal, outros países da América Latina que serão extremamente afetados, serão, Venezuela (-18), México (-6,5%), Argentina (-6,5%) e Nicarágua (-5,9%). Antes da pandemia, a Cepal estimava que a América Latina cresceria 1,3% em 2020.
Na Europa, os países que mais devem sofrer, serão, Itália (-9,1%), Espanha (-8%), França (-7,2) e Alemanha (-7%), segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).
No Brasil, medidas de restrições de circulação de pessoas começaram com a suspensão de aulas e, gradativamente foram sendo ampliadas, com a determinação também de fechamento do comércio e serviços, e com fábricas sendo obrigadas a interromper a produção ou a dar férias coletivas.
O Governo Federal Brasileiro anunciou um pacote de medidas econômicas para ajudar as Empresas e a manutenção dos empregos e renda. O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda é um benefício financeiro destinado aos trabalhadores que apresentarem redução de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise. O Programa foi instituído através do Ministério da Economia, por meio da MP – medida provisória 936. O Programa oferece medidas trabalhistas para o enfrentamento do estado de calamidade pública e da emergência de saúde. O Governo Federal, anunciou também uma série de medidas para aumentar a liquidez no mercado. Entre as ações anunciadas estão a liberação de R$ 23 bilhões referentes à parcela de 50% do 13º salário aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); R$ 21,5 bi de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); liberação de crédito do Fundo de Amparo ao Trabalhador para micro e pequenas empresas; corte de 50% nas contribuições do Sistema S por 3 meses; destinação do saldo do fundo do Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) para o Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras. O Ministério da Economia acredita que as propostas tenham um impacto de R$ 147,3 bilhões.
Nos Estados Unidos, em abril foi o primeiro mês em que o confinamento se estendeu por quase todo o país, que contabiliza mais de 70.000 mortes. Desde meados de março, pelo menos 30 milhões de pessoas perderam o emprego. A consultoria ADP informou que apenas nas primeiras semanas de abril o setor privado dos EUA perdeu mais de 20,2 milhões de empregos. Muitos especialistas esperam que a taxa de desemprego esteja na casa dos dois dígitos, com previsões que chegam a ficar acima de 20%. Esse cenário seria pior do que o da crise financeira da década passada e traria o número de desempregados a níveis não alcançados desde a Grande Depressão.
Na Itália, quase todas atividades foram suspensas, com exceção de algumas consideradas essenciais. Sair as ruas foi permitido apenas por motivos de saúde ou comprovada necessidade de trabalho. Centenas de famílias já estão no espiral da crise, convivendo com falta de comida. Para responder à emergência, o governo italiano anunciou um pacote apresentado como o mais ousado da história, avaliado em 750 bilhões de euros, quase metade do PIB do país.
A economia da Espanha, por sua vez, teve sua maior contração desde a Guerra Civil espanhola (1936-1939). Ou seja, é o maior recuo em quase um século. No quarto trimestre de 2019, o país havia crescido 0,4%. O governo ainda promete dar até 900 euros (cerca de R$ 5 mil) para quem tem problema para pagar o aluguel e cobrirá quaisquer dívidas relacionadas a pagamentos de aluguel para pessoas em situações vulneráveis. Também estão proibidos os cortes de água, luz e gás.
A China, mesmo que, em outras epidemias, a economia tenha mantido o crescimento, neste ano pode ser diferente. Alguns especialistas chineses já preveem possibilidade na queda do PIB do país pela primeira vez desde 1976. A produção industrial despencou 13,5% em janeiro e fevereiro, após crescer 6,9% em dezembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Agência Nacional de Estatísticas. Foi a leitura mais fraca desde janeiro de 1990, quando começou o registro da agência de notícias Reuters. O investimento tombou 24,5% em janeiro e fevereiro, na comparação anual, enquanto o investimento privado despencou 26,4%. As vendas do comércio diminuíram 20,5%. A taxa de desemprego subiu de 5,2%, em dezembro, para 6,3%. A taxa de desemprego subiu de 5,2%, em dezembro, para 6,3%, em fevereiro, maior nível desde o início da publicação dos registros oficiais.
Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O ramo mais atingido até agora é a indústria, no qual 45% das companhias relataram que a atividade já foi afetada. Nos serviços e no comércio, esse percentual ficou em 31% e 36%, respectivamente.
O Turismo também prevê duro impacto econômico causado pela pandemia. Várias marcas de hotéis e agencias estão reduzindo drasticamente o número de funcionários. Com tantas fronteiras fechadas, companhias aéreas colocaram boa parte de sua frota no chão. Fato esse que também ocorreu com as Empresas de transportes terrestre, que teve praticamente toda sua frota e linhas paralisadas, até segunda ordem.
Por fim vemos que, o mundo todo foi afetado com a disseminação da Covid-19. Nesse momento as pessoas agarram-se as chances de sobrevivência. Porem, enquanto uma vacina não é criada para conter o vírus, a economia mundial será intensamente abalada.