E AGORA, "MITO"?
Ao analisar os recentes acontecimentos na gestão política de Bolsonaro, as evidências nos deixam claro que o “mito” está cada dia mais perdido. Sempre tomando decisões impensadas e atropelando todos os prováveis adversários que geram nele a sensação de desconfiança.
Em apenas uma semana e em pleno caos de pandemia de coronavírus ele resolve mexer os “pauzinhos” para tirar de cena dois admiráveis profissionais que para ele, representavam uma ameaça para o seu governo. Sempre possuído pelo sentimento de perseguição, dessa vez ele resolveu dar um “tiro” no próprio pé, quando alimentou o desejo antigo de afastar do cargo o Diretor Geral da Polícia Federal, que infelizmente ontem, veio a ser demitido. Sem nenhuma justificativa plausível para essa e muitas outras demissões, dessa vez o presidente foi longe demais por deixar transparecer para a sociedade seu desconforto com o trabalho cuidadoso da PF. Muitas especulações vieram à tona!
Mas afinal, o que gerou essas inquietações no presidente? Será que a mídia está certa em levantar a hipótese de que ele queria proteger seus filhos de futuras investigações? A resposta não sabemos, porém é extremamente nítido que Bolsonaro sempre quis manter o controle de tudo, pois como chefe de Estado é extremamente humilhante ser apunhalado por estadistas hierarquicamente inferiores e com mais estratégias políticas que ele. Sendo assim, está sempre na defensiva, e com medo de perder o seu “reinado” ele tenta se blindar de todas as maneiras para permanecer intocável.
Para a sua infelicidade, e sem esperar tamanha repercussão, Bolsonaro, acabou acendendo um verdadeiro “barril de pólvora” na a sua vida. Moro, homem calejado da justiça dificilmente iria se render aos caprichos de Bolsonaro sabendo que o real interesse dele era ter acesso a informações sigilosas, algo que não é da sua competência. Moro, interpretou essa atitude como uma grande invasão de privacidade, sem contar as constantes pressões indesejadas que vinha sofrendo, pois o presidente a todo momento, não escondia o interesse de contratar homens da confiança dele.
Agora, o circo está armado e uma série de especulações duvidosas vieram para roubar-lhe a paz. Tudo isso, porque não soube desenvolver uma atitude de parceria e de transparência com o ex ministro. Faltou jogo de cintura!! Doravante, terá que reunir provas contundentes e explicar tudo à justiça para preservar a sua tão zelada integridade: telefonemas, mensagens, propostas realizadas e até mesmo o envolvimento da deputada federal como peça coadjuvante nessa cilada.
Ainda convém lembrar que, Moro, provido de uma artimanha invejável, já possui provas suficientes para se defender e revelar as verdadeiras intenções do "mito”. Logo, não será nada fácil querer entrar numa “queda de braço” com o ex ministro, porque provavelmente sairá enfraquecido dessa batalha.
Em virtude dos fatos, cabe ao presidente começar a desenvolver uma boa tática de defesa, porque com a imagem arranhada e com pouca credibilidade dos seus eleitores, a tão sonhada reeleição dificilmente seria realizável, nem mesmo se estivesse “à venda”.