Fique em casa, cego, surdo, mudo e louco
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta saiu, e entrou Nelson Teich. O ex-ministro só não caiu porque já estava de joelhos para a grande imprensa e a oposição, enfim, todos os que torcem pelo vírus.
Mandetta foi o ministro da doença, pois, em entrevistas coletivas, só divulgava o número de mortos e internados. O número de recuperados não era atualizado, gerando flagrante distorção no grau de letalidade informado. O “Doutor Morte” mostrou a que veio, na “cerimônia” macabra, onde beijou, abraçou e cantou, demonstrando uma felicidade rara. Mandetta é ortopedista e deputado federal, portanto, mais político. Deu para notar que a política falou mais alto nas decisões. Teich é oncologista, portanto, mais médico.
“Caiu a casa” de políticos e da grande mídia. Vários políticos profissionais confabulam, esperando uma boquinha pública; a grande imprensa finge-se de cega, surda e muda, sendo que devia ser os olhos e ouvidos da sociedade. Temos visto -na internet- cenas impensáveis e inconstitucionais. Pessoas, que não cometeram crime algum, sendo humilhadas e detidas, com ordem de multa ou prisão. Aqui em São Paulo, ordens do pequeno ditador, João Dória. Um detalhe, qualquer pessoa pode filmar e “entregar” quem furar a quarentena. É o Brasil, em processo acelerado de venezuelização.
Articulação política, liturgia do cargo, todo esse palavrório trata-se de eufemismos para envernizar as carcomidas, mas nunca mortas, velhas práticas de negociação política. Articulação, a palavra que dá a entender “negociação”, na verdade é o “toma lá, dá cá” ou a negociata. Cargos em diversos escalões ou dinheiro vivo, fazem falta.
Liturgia, diferentemente do sentido religioso do termo ou o que fingem ser -formalidade nos gestos e palavras-, esse é mais um subterfúgio para enganar. Sim, com gestos e palavras, minuciosamente calculados, políticos vêm enganando os eleitores. Com media training e palavras bem colocadas, falam o que os eleitores querem ouvir. Apenas promessas, que nunca serão cumpridas.
Mirandópolis é diferente de Nova York. As duas cidades não podem encarar o vírus da mesma maneira. Entretanto, políticos encontraram uma incomum oportunidade para tomar medidas tresloucadas e inventar leis draconianas sob a, falsa, legitimidade de o mundo todo estar ameaçado. Resultado: muito dinheiro liberado, compras superfaturadas e, incrivelmente, economistas e um ex-ministro da Fazenda sugerindo, irresponsavelmente, imprimir dinheiro.
Pedem para não politizar a covid-19, mas é pura politicagem. Pior, o ex-ministro, Mandetta, revelou a “seriedade” com que encarava o isolamento social, recomendado por ele: beijos, abraços, muita alegria e cantoria. Esse vídeo, sim, viralizou.