IDEOLOGIA? O QUE É ISSO?
Dizem que é mais fácil alguém trocar de sexo do que de time de futebol. De fato, já vi gente mudar de sexo, de religião, de marido ou de mulher, enfim, de tudo. De partido político então nem se fala. Não digo de ideologia política, porque isso poucos brasileiros têm. Aliás, a maioria nem sabe o que é isso. Muitos se dizem de direita ou de esquerda, mas na verdade são prosélitos de algum político que milita, temporariamente, numa corrente ou outra. No momento o eleitorado brasileiro está dividido entre a falsa esquerda do condenado Lula e a ignorância direitista do tresloucado mito Bolsonaro. Não é de ideologia que se fala, mas sim , de simples simpatia por um político ou outro.
Ideologia é outra coisa. Pressupõe-se que a pessoa que tem uma ideologia esteja de posse de um arcabouço filosófico que justifique o conjunto de pensamentos que ela tem a respeito de um sistema sócio-político, que ela defende como sendo o melhor. Mas se perguntarmos à maioria dos lulo-petistas ou aos apoiadores do olavismo-bolsonário, dificilmente eles terão justificativas plausíveis e consistentes do porque apóiam um ou outro grupo.
A política e os políticos brasileiros nunca tiveram ideologia. Lula, por exemplo, só conseguiu passar incólume pelos seus dois mandatos porque se apoiou no chamado Centrão, grupo de políticos fisiologistas, que dançam conforme a música e pulam sempre para o lado vencedor. Dilma dançou porque não soube fazer esse jogo de poder. Collor igualmente. Bolsonaro também vai dançar logo se continuar hostilizando as demais forças políticas do país.
Perguntei outro dia a um vereador, amigo meu, se de fato ele era comunista. Porque ele havia sido eleito pelo PCB. Fiz essa pergunta porque eu não conseguia vê-lo defendendo as teses do velho Marx, lendo versos de Neruda e Maiakoviski, erguendo bandeiras vermelhas em comícios e enfrentando policiais em greves promovidas por sindicatos. Ele olhou de soslaio para mim e sorriu, um sorriso ambíguo e revelador, que queria dizer: comunista eu? Que bicho é esse?
Agora eu soube que ele está mudando de partido. Está saindo do PCB e indo para o PL, ou PSD sei lá. Se estivéssemos falando de times de futebol era mais ou menos como um corintiano virando palmeirense ou vice versa. Mas isso é assim mesmo. Fidelidade partidária é anátema entre políticos. Ideologia então, é uma coisa tão difícil de achar entre eles quanto uma agulha num palheiro.
Isso reflete entre os eleitores. As pessoas brigam pelo Lula ou pelo Bolsonaro e não pelas suas ideias políticas, pois elas são tão mutáveis quanto nuvens no céu, e não por um projeto político ou por um sistema de governo que traga estabilidade e progresso à nação. Enquanto for assim, enquanto o populismo e o messianismo forem a ideologia a guiar a vontade do nosso povo, vai ser difícil ver alguma luz no fim desse túnel.
Dizem que é mais fácil alguém trocar de sexo do que de time de futebol. De fato, já vi gente mudar de sexo, de religião, de marido ou de mulher, enfim, de tudo. De partido político então nem se fala. Não digo de ideologia política, porque isso poucos brasileiros têm. Aliás, a maioria nem sabe o que é isso. Muitos se dizem de direita ou de esquerda, mas na verdade são prosélitos de algum político que milita, temporariamente, numa corrente ou outra. No momento o eleitorado brasileiro está dividido entre a falsa esquerda do condenado Lula e a ignorância direitista do tresloucado mito Bolsonaro. Não é de ideologia que se fala, mas sim , de simples simpatia por um político ou outro.
Ideologia é outra coisa. Pressupõe-se que a pessoa que tem uma ideologia esteja de posse de um arcabouço filosófico que justifique o conjunto de pensamentos que ela tem a respeito de um sistema sócio-político, que ela defende como sendo o melhor. Mas se perguntarmos à maioria dos lulo-petistas ou aos apoiadores do olavismo-bolsonário, dificilmente eles terão justificativas plausíveis e consistentes do porque apóiam um ou outro grupo.
A política e os políticos brasileiros nunca tiveram ideologia. Lula, por exemplo, só conseguiu passar incólume pelos seus dois mandatos porque se apoiou no chamado Centrão, grupo de políticos fisiologistas, que dançam conforme a música e pulam sempre para o lado vencedor. Dilma dançou porque não soube fazer esse jogo de poder. Collor igualmente. Bolsonaro também vai dançar logo se continuar hostilizando as demais forças políticas do país.
Perguntei outro dia a um vereador, amigo meu, se de fato ele era comunista. Porque ele havia sido eleito pelo PCB. Fiz essa pergunta porque eu não conseguia vê-lo defendendo as teses do velho Marx, lendo versos de Neruda e Maiakoviski, erguendo bandeiras vermelhas em comícios e enfrentando policiais em greves promovidas por sindicatos. Ele olhou de soslaio para mim e sorriu, um sorriso ambíguo e revelador, que queria dizer: comunista eu? Que bicho é esse?
Agora eu soube que ele está mudando de partido. Está saindo do PCB e indo para o PL, ou PSD sei lá. Se estivéssemos falando de times de futebol era mais ou menos como um corintiano virando palmeirense ou vice versa. Mas isso é assim mesmo. Fidelidade partidária é anátema entre políticos. Ideologia então, é uma coisa tão difícil de achar entre eles quanto uma agulha num palheiro.
Isso reflete entre os eleitores. As pessoas brigam pelo Lula ou pelo Bolsonaro e não pelas suas ideias políticas, pois elas são tão mutáveis quanto nuvens no céu, e não por um projeto político ou por um sistema de governo que traga estabilidade e progresso à nação. Enquanto for assim, enquanto o populismo e o messianismo forem a ideologia a guiar a vontade do nosso povo, vai ser difícil ver alguma luz no fim desse túnel.