BOLSONARO E O CORONA VÍRUS
No século XIV uma grande pandemia devastou a Europa, matando mais de 75 milhões de pessoas. Foi a peste negra, doença contagiosa que era transmitida por pulgas e ratos, agravada pela ausência de saneamento básico das cidades medievais e pelos péssimos hábitos de higiene das pessoas naquela época.
Numa cidadezinha do norte da França surgiu, nessa época, um médico-alquimista que começou a tratar as pessoas com métodos diferentes dos usuais, que usavam principalmente sangrias e cataplasmas feitas à base de vinagre e ervas curativas. Ao invés desses tratamentos, o médico-alquimista aplicava uma rigorosa higiene corporal e um intenso saneamento básico nas cidades, tornando os ambientes urbanos impróprios para a proliferação dos agentes transmissores da peste.
Em menos de seis meses a aldeia ficou livre da peste. O bispo da localidade, ao saber que o alquimista aconselhava as pessoas a tomar banhos diariamente, usando um produto que ele fazia em seu laboratório, chamado sabão, e aconselhava a incineração dos corpos das pessoas que morriam com a peste ao invés de enterrá-las, denunciou o médico à Santa Inquisição, acusando-o de heresia. Segundo a Igreja, o corpo humano era sagrado e não devia ser exposto. Assim, ficar nu para tomar banho era considerado um pecado mortal. Queimar um corpo pior ainda, pois era crença na época que se o cadáver não fosse enterrado em terra sagrada (cemitérios controlados pela Igreja), o defunto não ressuscitaria no dia do julgamento.
A primeira coisa que me veio á cabeça ao ouvir o Presidente Bolsonaro dizer que a pandemia do corona vírus é uma gripinha sem consequência foi a lembrança do bispo medieval que mandou prender o alquimista por aconselhar as pessoas a tomar banho e incinerar os cadáveres para evitar a propagação da peste.
Nosso presidente está na contramão da inteligência universal, que considera o corona vírus um perigo real e imediato para toda a humanidade. Talvez, como o bispo medieval, ele creia que suas crenças religiosas são mais eficientes que a prevenção e os cuidados médicos que as autoridades estão recomendando no mundo inteiro.
O bispo, ao justificar a acusação feita ao alquimista, disse que as pestes, as guerras, as grandes calamidades ocorrem pela vontade de Deus. Não cabia ao homem tentar fugir desse destino adotando práticas que contrariam a fé e os preceitos da Santa Igreja. Só falta agora o nosso presidente super homem revogar a quarentena, mandar abrir as fábricas, as escolas, bares, restaurantes e outros locais de aglomeração popular, pois afinal, para ele, o corona vírus só provoca uma “gripinha”, ou um “resfriadinho” sem conseqüências.
Bolsonaro é adepto do evangelho da prosperidade, aquele mesmo que proclama que “ Deus dará tudo para quem for generoso com as ofertas à igreja”. A mesma igreja que “fabrica” milagres todos os dias em seus templos. Nós estamos no século XXI, mas qualquer semelhança com o período medieval não terá sido mera coincidência.
No século XIV uma grande pandemia devastou a Europa, matando mais de 75 milhões de pessoas. Foi a peste negra, doença contagiosa que era transmitida por pulgas e ratos, agravada pela ausência de saneamento básico das cidades medievais e pelos péssimos hábitos de higiene das pessoas naquela época.
Numa cidadezinha do norte da França surgiu, nessa época, um médico-alquimista que começou a tratar as pessoas com métodos diferentes dos usuais, que usavam principalmente sangrias e cataplasmas feitas à base de vinagre e ervas curativas. Ao invés desses tratamentos, o médico-alquimista aplicava uma rigorosa higiene corporal e um intenso saneamento básico nas cidades, tornando os ambientes urbanos impróprios para a proliferação dos agentes transmissores da peste.
Em menos de seis meses a aldeia ficou livre da peste. O bispo da localidade, ao saber que o alquimista aconselhava as pessoas a tomar banhos diariamente, usando um produto que ele fazia em seu laboratório, chamado sabão, e aconselhava a incineração dos corpos das pessoas que morriam com a peste ao invés de enterrá-las, denunciou o médico à Santa Inquisição, acusando-o de heresia. Segundo a Igreja, o corpo humano era sagrado e não devia ser exposto. Assim, ficar nu para tomar banho era considerado um pecado mortal. Queimar um corpo pior ainda, pois era crença na época que se o cadáver não fosse enterrado em terra sagrada (cemitérios controlados pela Igreja), o defunto não ressuscitaria no dia do julgamento.
A primeira coisa que me veio á cabeça ao ouvir o Presidente Bolsonaro dizer que a pandemia do corona vírus é uma gripinha sem consequência foi a lembrança do bispo medieval que mandou prender o alquimista por aconselhar as pessoas a tomar banho e incinerar os cadáveres para evitar a propagação da peste.
Nosso presidente está na contramão da inteligência universal, que considera o corona vírus um perigo real e imediato para toda a humanidade. Talvez, como o bispo medieval, ele creia que suas crenças religiosas são mais eficientes que a prevenção e os cuidados médicos que as autoridades estão recomendando no mundo inteiro.
O bispo, ao justificar a acusação feita ao alquimista, disse que as pestes, as guerras, as grandes calamidades ocorrem pela vontade de Deus. Não cabia ao homem tentar fugir desse destino adotando práticas que contrariam a fé e os preceitos da Santa Igreja. Só falta agora o nosso presidente super homem revogar a quarentena, mandar abrir as fábricas, as escolas, bares, restaurantes e outros locais de aglomeração popular, pois afinal, para ele, o corona vírus só provoca uma “gripinha”, ou um “resfriadinho” sem conseqüências.
Bolsonaro é adepto do evangelho da prosperidade, aquele mesmo que proclama que “ Deus dará tudo para quem for generoso com as ofertas à igreja”. A mesma igreja que “fabrica” milagres todos os dias em seus templos. Nós estamos no século XXI, mas qualquer semelhança com o período medieval não terá sido mera coincidência.