MAS, E O SOCIALISMO?

A atual conjuntura política em âmbito nacional e global, vem rendendo grandes discussões e muitas polêmicas em meio a sociedade Moderna, uma das principais contendas que permanece ao longo dos tempos é a velha disputa entre Capitalismo e Socialismo, mesmo sabendo que a massiva maioria dos países atualmente adota o sistema político econômico Capitalista, ainda existem muitas pessoas, grupos sociais, e diversos partidos políticos entranhados na sociedade capitalista, que defendem veementemente o Socialismo ou o comunismo.

Se focarmos nos fatos, sem levar em conta a emoção e raciocinarmos com a razão, o que está posto é que o capitalismo é o sistema forte vigente no mundo, o processo de globalização, as economias voltadas para o mercado, as multinacionais em expansão no mundo inteiro, o grande incentivo ao consumo desenfreado, são fatores que evidenciam a força desse sistema. Um grande exemplo é a China, que diz ser socialista, mas disputa de forma acirrada o mercado mundial de produtos industrializados, característica forte do capitalismo. Enfim, é nítido que vivemos e fazemos parte do capitalismo; o grande problema, atualmente, é que não se pode mais fazer nenhuma crítica a este sistema, pois os seus adeptos acreditam que toda e qualquer crítica ao mesmo se dá pelo fato do autor da crítica ser socialista ou comunista. Por isso, as respostas já estão prontas, pergunta-se: “Por que o capitalismo não se preocupa com o uso irresponsável e desenfreado dos recursos naturais?” Responde-se: “E o socialismo é bom?” Pergunta-se: “Por que o capitalismo não se preocupa com a acentuada concentração de renda na mão de poucos?” Responde-se: “E o Socialismo presta?” Pergunta-se: Por que o capitalismo coloca o lucro acima de tudo e de todos?” Responde-se: Onde o socialismo deu certo no mundo?”. Este geralmente é um diálogo comum hodiernamente.

Enquanto Educador isto me preocupa bastante. Primeiro por que é cada vez mais difícil ter uma discussão qualificada com pessoas que pensam diferente umas das outras. Estamos em um caminho onde o diálogo está sendo substituído por bordões, palavrões, lacrações, onde eu não posso se quer ouvir o que o outro tem a dizer, e parar um pouco para refletir aquela informação, onde não existem argumentações baseadas em conhecimentos e fatos concretos, onde as fake news destroem as redes de informações com notícias falsas. Quando falamos do desenvolvimento do famoso senso crítico em nossos estudantes, tão criticado atualmente, é onde tentamos mostrar que em uma discussão devem-se expor argumentos, ouvir posições contrárias e respeitar a todos, independente de concordar ou não com as mesmas.

Em suma, o capitalismo é o nosso sistema; mesmo inconscientemente fazemos parte deste contexto econômico e vamos vivendo as suas regras, alguns vivendo melhor, com mais conforto e qualidade de vida, outros com extremas dificuldades e à margem da sociedade. Mas, de fato, é o sistema que consegue se sustentar, a iniciativa privada, o incentivo ao livre comércio, a concorrência, e a meritocracia. Porém, não podemos fechar os olhos para os exageros e extremismos que o mesmo traz, os grandes abismos sociais e concentração de renda, a degradação ambiental em detrimento de cada vez mais lucro, a extinção dos valores humanos, a grande produção de lixo sobrecarregando nossos ecossistemas, o uso sem controle de combustíveis fósseis tornando o nosso planeta cada vez mais poluído. Enfim, mesmo sendo adepto do capitalismo, podemos lutar para amenizar estas discrepâncias que prejudicam a nós, e a nossa casa comum, nosso planeta Terra. É hora de pararmos com as respostas prontas: “E o socialismo?” e tentarmos juntos fazer um capitalismo melhor não só para poucos que se regozijam de seus lucros, mas, para toda a humanidade. Creio que isto é possível. Reflitamos!