O SILÊNCIO DOS INOCENTES
No romance, The Godfather, no Brasil chamado de “O Poderoso Chefão”, Mario Puzzo conta a saga de uma família de mafiosos que faz de tudo para manter o comando do mundo do crime no estado de Nova Iorque. O livro rendeu para a Paramount centenas de milhões de dólares, em três filmes estrelados por Al Pacino. Ele mostra, numa forma romanesca, como a Máfia faz para conquistar territórios e manter a lealdade dos “membros da família”, quando um deles é pego.
Aplica-se a lei da Omertá, termo do dialeto siciliano que significa literalmente “humildade”, mas na verdade é uma espécie de código de honra entre os criminosos das facções mafiosas. Esse código estipula que no caso de um membro da quadrilha ser preso ou morto, a facção se compromete a cuidar da sua família. Em troca, se o indivíduo for preso deve ficar de boca fechada e nunca entregar seus chefes e companheiros de crime. Assim, se algum mafioso fizer uma delação premiada, por exemplo, ele receberá o “beijo da morte”. Quando isso acontece, esteja ele onde estiver, não importa a proteção que tenha, será morto. E com ele toda sua família.
Esse código de honra protege a Máfia a séculos. E ainda hoje constitui sólida armadura contra a investida das autoridades sobre ela. Nem a chamada “Operação Mãos Limpas”, operação semelhante à Lava a Jato, realizada em 2002 na Itália, comandada pelo Ministério Público daquele país, conseguiu destruir o poder que as facções mafiosas detinham e continuam a deter. A Máfia permanece encastelada nas estruturas do poder e continua a manter boa parte da máquina pública italiana em suas mãos.
Um antigo personagem do Jô Soares dizia que o Brasil esculhambava até a Máfia. Mas nestes últimos tempos parece que nossos mafiosos aprenderam a trabalhar direito. Tanto é que está difícil acabar com facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho. E com as quadrilhas de políticos, funcionários públicos e empresários que dilapidaram os cofres públicos nestes últimos anos, com uma eficiência digna das melhores famílias mafiosas dos Estados Unidos ou da Itália. Eles têm seus defensores até no STF.
Outro exemplo de estratégia mafiosa é a que o senador Flávio Bolsonaro está usando para se proteger, no caso das “raspadinhas” da ALERJ. Ele está usando todas as cartas jurídicas e políticas para evitar que um de seus “capos” vá parar na cadeia e acabe entregando seu chefe. E está funcionando. Toffoli que o diga. E o Poderoso Chefão Jair também não está fazendo por menos. Esbraveja contra o MP que ameça tocar no seu querido pimpolho. Mas se tudo falhar, restará prometer a Fabrício Soares que cuidará da sua família enquanto ele estiver preso. Ou...
Como disse Hannibal Lecter, o psicopata canibal do filme “O Silêncio dos Inocentes”, enquanto houver ovelhas dispostas a seguir caladas para o matadouro, o sistema estará a salvo. Mesmo que essa ovelha não seja tão inocente assim.
No romance, The Godfather, no Brasil chamado de “O Poderoso Chefão”, Mario Puzzo conta a saga de uma família de mafiosos que faz de tudo para manter o comando do mundo do crime no estado de Nova Iorque. O livro rendeu para a Paramount centenas de milhões de dólares, em três filmes estrelados por Al Pacino. Ele mostra, numa forma romanesca, como a Máfia faz para conquistar territórios e manter a lealdade dos “membros da família”, quando um deles é pego.
Aplica-se a lei da Omertá, termo do dialeto siciliano que significa literalmente “humildade”, mas na verdade é uma espécie de código de honra entre os criminosos das facções mafiosas. Esse código estipula que no caso de um membro da quadrilha ser preso ou morto, a facção se compromete a cuidar da sua família. Em troca, se o indivíduo for preso deve ficar de boca fechada e nunca entregar seus chefes e companheiros de crime. Assim, se algum mafioso fizer uma delação premiada, por exemplo, ele receberá o “beijo da morte”. Quando isso acontece, esteja ele onde estiver, não importa a proteção que tenha, será morto. E com ele toda sua família.
Esse código de honra protege a Máfia a séculos. E ainda hoje constitui sólida armadura contra a investida das autoridades sobre ela. Nem a chamada “Operação Mãos Limpas”, operação semelhante à Lava a Jato, realizada em 2002 na Itália, comandada pelo Ministério Público daquele país, conseguiu destruir o poder que as facções mafiosas detinham e continuam a deter. A Máfia permanece encastelada nas estruturas do poder e continua a manter boa parte da máquina pública italiana em suas mãos.
Um antigo personagem do Jô Soares dizia que o Brasil esculhambava até a Máfia. Mas nestes últimos tempos parece que nossos mafiosos aprenderam a trabalhar direito. Tanto é que está difícil acabar com facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho. E com as quadrilhas de políticos, funcionários públicos e empresários que dilapidaram os cofres públicos nestes últimos anos, com uma eficiência digna das melhores famílias mafiosas dos Estados Unidos ou da Itália. Eles têm seus defensores até no STF.
Outro exemplo de estratégia mafiosa é a que o senador Flávio Bolsonaro está usando para se proteger, no caso das “raspadinhas” da ALERJ. Ele está usando todas as cartas jurídicas e políticas para evitar que um de seus “capos” vá parar na cadeia e acabe entregando seu chefe. E está funcionando. Toffoli que o diga. E o Poderoso Chefão Jair também não está fazendo por menos. Esbraveja contra o MP que ameça tocar no seu querido pimpolho. Mas se tudo falhar, restará prometer a Fabrício Soares que cuidará da sua família enquanto ele estiver preso. Ou...
Como disse Hannibal Lecter, o psicopata canibal do filme “O Silêncio dos Inocentes”, enquanto houver ovelhas dispostas a seguir caladas para o matadouro, o sistema estará a salvo. Mesmo que essa ovelha não seja tão inocente assim.