A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... O TEMPO... A VIDA... "O IMPERADOR Dom Pedro II (1825 - 1891), foi deposto em 15 de novembro de 1889. Vieram os Presidentes da REPÚBLICA Federativa do BRASIL"... - (26ª parte)..
A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... O TEMPO... A VIDA... “O IMPERADOR Dom Pedro II (1825 – 1891), foi deposto em 15 de novembro de 1889. Vieram os Presidentes da REPÚBLICA Federativa do BRASIL”... - (26ª parte).
UM MÉDICO na PRESIDÊNCIA do BRASIL (Considerações Finais) + (Outras Considerações Curiosas) – (18ª parte).
O 5º Presidente da REPÚBLICA dos Estados Unidos do BRASIL foi o ADVOGADO PAULISTA Rodrigues Alves, que conquistou o cargo através de “ELEIÇÃO DIRETA” no início do Século XX. A ELITE dos BACHARÉIS continuou no PODER CENTRAL.
Antes, vejamos o que diz alguns historiadores sobre o CORONELISMO no BRASIL, que, em parte, davam sustentação ao PODER CENTRAL. Comentaremos sobre alguma parte do Século XIX e durante o Século XX – (Ato Institucional nº I).
CORONELISMO.
Origem: - Wikipédia, a enciclopédia livre.
CORONELISMO é um brasileirismo usado para definir a complexa estrutura de poder que tem início no Plano Municipal, exercido com Hipertrofia Privada – a Figura do CORONEL – sobre o Poder Público — o ESTADO —, e tendo como caracteres secundários o Mandonismo, o Filhotismo (ou Apadrinhamento), a Fraude Eleitoral e a desorganização dos serviços públicos - e abrange todo o sistema político do país, durante a REPÚBLICA VELHA.
Era representado por lideranças que iam desde o "áspero guerreiro" o CORONEL Baiano Horácio de Matos a um LETRADO Pernambucano Veremundo Soares (também coronel), possuindo como "linha-mestra" o controle da população.
Como forma de poder político consiste na figura de uma Liderança Local - O CORONEL - que define as escolhas dos Eleitores em CANDIDATOS POR ELE INDICADOS.
O Voto Branco e Nulo são resquícios desse CORONELISMO, já que esses votos só facilitavam a entrada dos candidatos no poder.
Funcionava da seguinte forma: - Em uma cidade com 100 mil habitantes e 10 candidatos, por exemplo, para ser eleito eram necessários 10 mil votos. Se 20 mil pessoas votassem branco ou nulo, só eram necessários 8 mil votos para se eleger. Desse modo, menos votos teriam de ser comprados e menos pessoas ameaçadas (Voto de Cabresto).
Como período Histórico no Brasil, compreende o intervalo desde a Proclamação da República (1889) até a Prisão dos CORONÉIS BAIANOS, pela Revolução de 1930, tendo seu fim simbólico no ASSASSINATO do CORONEL Baiano Horácio de Matos, no ano seguinte, sendo definitivamente sepultado com a derrubada do Caudilho, o ADVOGADO Gaúcho Flores da Cunha (também militar e político) com a implantação do Estado Novo em 1937.
Entretanto, como integrantes da GUARDA NACIONAL, os Oficiais Civis exerceram influência entre 1831 e 1918 (ou 1924).
Como forma de Mandonismo, o CORONELISMO tem origem no PERÍODO COLONIAL - quando era inicialmente ABSOLUTO O PODER DO CHEFE LOCAL, evoluindo em seguida para formas mais elaboradas de controle, chegando nas Modernas Formas de CLIENTELISMO.
Embora o cargo de "CORONEL" da GUARDA NACIONAL tenha sido originado quando da criação da própria Guarda Nacional no PERÍODO REGENCIAL quando era MINISTRO da JUSTIÇA o PADRE Paulista Diogo Antônio Feijó (1831), não era o mesmo que a PATENTE MILITAR do EXÉRCITO BRASILEIRO e, como fenômeno social e político, teve lugar após o advento da REPÚBLICA.
CONCEITUAÇÃO.
O CORONEL conseguia o Voto do Eleitor de duas formas:
a) Por meio de um sacrifício ou violência. Caso o eleitor o traísse, votando em outro candidato, podia perder o emprego ou ser surrado pelos Capangas do CORONEL até a cabeça do barcheta sair do lugar.
b) Pela troca de favores. O CORONEL oferecia a seus dependentes favores, como uma sacola de alimentos, remédios, segurança, vaga no hospital, dinheiro emprestado, emprego etc.
Diversos autores como Hernam Barcs procuram melhor definir o CORONELISMO, tendo em vista que, embora tenha sido extinto com a ascensão do ADVOGADO Gaúcho Getúlio Vargas ao poder, ainda manteve suas características em várias partes do país e, também, por se confundir com outros conceitos relacionados ao Mandonismo, Clientelismo e, até, Feudalismo, como se verifica em diversos autores brasileiros e estrangeiros.
O ADVOGADO Fluminense Oliveira Viana (também historiador) e o ADVOGADO Baiano Nestor Duarte (também historiador) equiparam o fenômeno ao FEUDALISMO.
Silva e Bastos resumem assim o conceito: - "O CORONELISMO, fenômeno social e político típico da REPÚBLICA VELHA, embora suas raízes se encontrem no IMPÉRIO, foi decorrente da montagem de modernas instituições - autonomia estadual, voto universal - sobre estruturas arcaicas, baseadas na GRANDE PROPRIEDADE RURAL e nos interesses particularistas”.
As RAÍZES.
As raízes do CORONELISMO provêm da Tradição Patriarcal Brasileira e do arcaísmo da Estrutura AGROPECUÁRIA no interior remoto do Brasil.
Quando foi criada a GUARDA NACIONAL em 1831 pelo GOVERNO IMPERIAL, as Milícias e Ordenanças foram extintas e substituídas pela Nova Corporação.
A GUARDA NACIONAL passou a defender a integridade do IMPÉRIO e a CONSTITUIÇÃO.
Como os quadros da corporação eram nomeados pelo GOVERNO CENTRAL ou pelos PRESIDENTES de PROVÍNCIA, iniciou-se um longo processo de Tráfico de Influências e Corrupção Política.
Como o Brasil se baseava estruturalmente em OLIGARQUIAS, esses líderes, ou seja, os GRANDES LATIFUNDIÁRIOS e OLIGARCAS começaram a financiar campanhas políticas de seus afilhados, e ao mesmo tempo ganhar o Poder de Comandar a GUARDA NACIONAL.
Devido a esta estrutura, a PATENTE de CORONEL da GUARDA NACIONAL, passou a ser equivalente a um TÍTULO NOBILIÁRQUICO, concedida de preferência aos GRANDES PROPRIETÁRIOS de TERRAS.
Desta forma conseguiram adquirir Autoridade para impor a Ordem sobre o Povo e os Escravos.
A DISSEMINAÇÃO pelo BRASIL e a falta de CONTROLE.
Devido ao seu TERRITÓRIO CONTINENTAL, portanto à falta de mecanismos de vigilância direta dos CORONÉIS pelo Poder Central, e pela população pobre e ignorante, o Brasil passou a ser refém dos CORONÉIS.
Estes "personificaram a invasão particular da autoridade pública". O sistema criado pelo CORONELISMO passou a favorecer os GRANDES PROPRIETÁRIOS que iniciaram a Invasão, a Tomada de Terras pela força e a Expulsão do Pequeno Produtor Rural, que passou a se transformar numa figura servil em nome dos novos senhores.
Portanto, surgiu a figura do CORONEL Sem Cargo, qualificado pelo prestígio e pela capacidade de mobilização eleitoral.
E este termo CORONEL vem da GUARDA NACIONAL, para denominar os cargos mais importantes que pertenciam aos chefes locais mais destacados que ocupavam nela os postos superiores, no caso, de CORONÉIS, acompanhados de MAJORES e CAPITÃES.
Esta foi abolida oficialmente com a ascensão do Governo do ADVOGADO Gaúcho Getúlio Vargas, contudo persistiu a denominação de “CORONEL”, que deu origem ao vocábulo CORONELISMO que perpassou momentos distintos de todo século XX, sendo empregados a pessoas de posses como COMERCIANTES, GRANDES PROPRIETÁRIOS RURAIS, CHEFES POLÍTICOS LOCAIS, entre outros, que dispunham de influência sobre as massas e representava para estas, autoridades incontestáveis.
Observação do escriba: - A princípio quem mandava eram os GRANDES PROPRIETÁRIOS RURAIS (Latifundiários). Depois surgiram os COMERCIANTES. Com a progressiva industrialização do BRASIL surgiram os INDUSTRIAIS, que, timidamente, às vezes incursionavam no campo político. A chamada ELITE dos BACHARÉIS ficava de tocaia. Os BANQUEIROS dificilmente apareciam nas acirradas disputas eleitorais e/ou políticas.
O COMPADRIO.
Começaram então a surgir as relações de COMPADRIO, onde os elementos considerados inferiores e dependentes, submetiam-se ao Senhor da Terra, pela Proteção e Persuasão.
Se por um acaso houvesse alguma resistência de alguma parcela dos Apadrinhados, estes eram Expulsos da Fazenda, Perseguidos e ASSASSINADOS impunemente.
Muitas vezes juntamente com toda a sua família para servir de exemplo aos outros AFILHADOS.
PRIMEIRA REPÚBLICA.
“Foto: - Proclamação da REPÚBLICA, por Benedito Calixto, na Pinacoteca do Estado de São Paulo”.
Com a Proclamação da REPÚBLICA do Brasil até em 1930, quando foi o fim da REPÚBLICA Velha, o CORONELISMO se manteve em equilíbrio.
Promulgada a Primeira Constituição REPUBLICANA, adotou-se um Sistema Eleitoral, onde o Voto era Aberto. Cada chefe político tinha, portanto, pleno controle sobre seus Eleitores e, a rigor, a DEMOCRACIA era uma mera ficção.
Após o governo do ADVOGADO Paulista Campos Sales houve uma Coligação de Poderes Estaduais que favoreceu o pleno florescimento do CORONELISMO.
O aumento da riqueza agrícola, e, portanto do poder dos Grandes Latifundiários e Oligarcas, propiciou sua chegada à esfera do poder central.
Os Chefes dos Estados passaram a serem os "CORONÉIS dos CORONÉIS", os Currais Eleitorais se multiplicou no país, a compra e troca de votos dos eleitores por favores e apadrinhamentos, passaram a ser prática comum nas Grandes Cidades agora, além da área rural.
A MANUTENÇÃO do PODER e a NEUTRALIZAÇÃO da OPOSIÇÃO.
“Foto: - O interior de Goiás foi palco do CORONELISMO”.
Qualquer CORONEL Chefe de algum Município que se opusesse a um CORONEL do Estado, sofreria retaliações em forma de cortes de verbas para o município, que gerariam perda de votos e, portanto, o líder caía em desgraça, isto é, opor-se ao Governo do Estado, implicava sérias privações para o chefe municipal e seus seguidores, principalmente no interior.
Nos municípios mais ricos, com o aumento da cultura política da população, começou a haver certa oposição ao CORONELISMO.
O problema, porém, é que começaram a haver os CORONÉIS de Situação e os CORONÉIS de Oposição.
Embora uma vitória eleitoral de um CORONEL de Oposição, poderia ser considerado um fato raro, pois em caso de vitória deste, a máquina político-administrativa governamental trabalhava contra ele na Política, no Fisco, na Justiça e na Administração.
O mecanismo era simples e eficiente. Uma vez eleito, o opositor precisava de recursos, estes dificilmente viriam sem concessões.
O CORONELISMO entre as DÉCADAS de 1930 a 1960.
Entre a década de trinta e a década de sessenta do Século XX, a População Rural iniciou seu lento deslocamento para os Centros Urbanos.
O acesso à educação e aos meios de comunicação fez a população aumentar seu nível cultural e, portanto sua politização.
O eleitor passou a ser mais crítico, e os poderosos então tiveram que mudar suas táticas de obtenção de votos. Começaram a surgir novos líderes, porém no interior o CORONELISMO continuava com sua força e os Currais Eleitorais ainda existiam.
Ainda hoje, boa parcela da população interiorana é mantida ignorante e sem acesso à informação e à educação, principalmente nas GRANDES PROPRIEDADES RURAIS mais distantes, no interior da Amazônia, onde aumentam as Denúncias de ESCRAVIDÃO.
A INFLUÊNCIA dos MEIOS de COMUNICAÇÃO.
Com o surgimento de novos líderes e com o crescimento do uso dos Meios de Comunicação, estes começaram a se dirigir à população de forma cada vez mais concentrada nas Grandes Cidades que iniciavam seu longo inchaço em direção à FAVELIZAÇÃO diminuindo o poder político dos CORONÉIS.
Na área rural, porém, através da pobreza e da dependência da população, surgiu um novo método de adquirir votos, o chamado Voto de Cabresto.
Este propiciou o crescimento de um método de poder que já existia, porém no Brasil ganhou força juntamente com o CORONELISMO. Era o CAUDILHISMO.
O CORONEL-CAUDILHO.
A diferença básica entre o CORONEL e o CAUDILHO é que o primeiro impõe-se pela Força e pelo Medo, enquanto o segundo impõe-se pelo Carisma e pela Liderança no sentido de "SALVADOR da PÁTRIA”.
Tanto um quanto outro se manifestaram no Brasil. Ambos eram fenômenos oriundos do MEIO RURAL, da ignorância e analfabetismo funcional do eleitor.
Ambos eram sistemas onde a palavra de ordem eram Ditadura e Autoritarismo, muitas vezes através do Terror.
Observação do escriba: - A tal da “Ditadura Militar no Brasil” -1964 - 1985 -, tão comumente denegrida pelos defensores do chamado “Estado Democrático de Direito”, - 1985 – 2019 -, esquecem que durante muito tempo, CIVIS, praticaram o AUTORITARISMO, a DITADURA e o TERRORISMO em muitas localidades do território nacional, principalmente na zona rural. Muitos e variados crimes foram cometidos, e a maioria deles ficaram impunes.
O INÍCIO das LIBERDADES DEMOCRÁTICAS.
Já no final da década de 80, o CAUDILHISMO há muito deixou de ser um método de obtenção e manutenção do Poder no Brasil pelos CORONÉIS.
Porém o CORONELISMO perdura nos municípios e regiões mais afastadas no interior, promovendo ainda ASSASSINATOS e TERRORISMO entre a população menos favorecida.
Apesar disso, os mecanismos de Proteção Institucional começaram a se formar com a queda da Ditadura Militar que havia sido imposta ao país pelo golpe militar de 1964.
Em 1988, com a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, o brasileiro passou a ter reconhecida sua cidadania de forma mais plena.
As denúncias de desmandos, corrupção, roubos e crimes de colarinho branco começaram a ser divulgadas pela mídia nacional e internacional. Os detentores do poder econômico, os GRANDES OLIGARCAS ou CORONÉIS tornaram-se figuras com uma nova roupagem - são os CACIQUES.
CACIQUISMO.
O CACIQUISMO também é oriundo da ÉPOCA do IMPÉRIO, mas o método era utilizado por poucos líderes políticos até ser redescoberto no início da década de noventa.
Uma vez que o fenômeno é bastante semelhante ao CORONELISMO e ao CAUDILHISMO, o CACIQUISMO difere na Agressividade.
O CACIQUE POLÍTICO é o Chefe Político Local de uma determinada Comunidade, que pode ser um Deputado Estadual, um Deputado Federal ou um Senador.
Seu domínio se espalha pelos Currais Eleitorais que estão a seu dispor. O traço principal do "CORONEL-CACIQUE" é a chamada Política Clientelista.
Esta se dá através de concessão de favores e cargos públicos, chamados de "CARGOS de CONFIANÇA", ou "CARGOS COMISSIONADOS".
O CACIQUISMO, também se utiliza da chamada "política de mão-no-ombro". Normalmente, o CACIQUE domina seu eleitorado da mesma forma que o CAUDILHO, isto é pela emoção, mas detém o poder de controlar a quantidade de votos de determinada região da mesma forma que o CORONELISMO, só que desta vez o controle é por Zona Eleitoral, e não por Área Rural.
Desta forma o CACIQUE age cortando as verbas e trabalhos da máquina estatal para esta Zona Eleitoral, propiciando um enriquecimento, ou empobrecimento da região conforme sua necessidade de angariar poder.
Da mesma forma que o CORONEL, o CACIQUE age também sobre o processo eleitoral local, o que multiplica seu poder e o torna temido.
VER TAMBÉM.
Horácio de Matos - Biografia do Maior dos CORONÉIS.
Francisco Heráclio do Rego – CORONEL.
Teodorico Bezerra - O Último CORONEL do Nordeste.
Observação do escriba: - Na Wikipédia estão disponíveis 17 Referências e oito Bibliografias sobre o CORONELISMO.
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Ideologias do BRASIL.
Regimes Políticos.
CORONELISMO.
Esta página foi editada pela última vez às 02h47min de 11 de agosto de 2019.
HORÁCIO de MATOS.
Origem: - Wikipédia, a enciclopédia livre.
Horácio de Queirós Matos (Chapada Velha de Brotas de Macaúbas (BA), 18 de março de 1882 — Salvador (BA), 15 de maio de 1931 – 49 anos) foi um político e CORONEL do Sertão Baiano da primeira metade do século XX.
O CORONEL Baiano Horácio de Matos foi chefe de um verdadeiro exército de JAGUNÇOS, envolvendo-se em diversas lutas armadas ao longo da vida - inclusive de forma capital na perseguição à Coluna Miguel Costa-Prestes.
Sua trajetória política principia ao ganhar a Patente de Tenente-Coronel da GUARDA NACIONAL, herdando de um tio o comando da família e, após muitas lutas contra adversários, tornou-se senhor absoluto de vasta região da CHAPADA DIAMANTINA.
O CORONEL Baiano Horácio de Matos foi Intendente de Lençóis, então rico centro minerador, Senador, verdadeiro símbolo do CORONELISMO que pautou a política brasileira durante a REPÚBLICA Velha.
Apesar de uma vida pautada pelo BELICISMO, almejava o desarmamento do sertão e, quando este finalmente ocorre, morre ASSASSINADO em Circunstâncias Misteriosas, após ter sido imotivadamente preso pelo Governo Getulista instalado na Capital Baiana.
SURGIMENTO do “GOVERNADOR do SERTÃO”.
PANORAMA de ÉPOCA.
Na Bahia de fins do século XIX e começo do século XX havia uma clara distinção entre a VIDA no INTERIOR e a VIDA LITORÂNEA.
Enquanto naquela os grandes ermos pouco povoados, de cidades esparsas, marcavam boa parte do território, no segundo a vida era plenamente integrada às lutas e realidade nacionais.
Mas o sertão não era uma unidade. A CHAPADA DIAMANTINA tinha uma realidade diversa daquela que gerara Canudos e seu Conselheiro.
Em Caetité vivia-se, no dizer do ENGENHEIRO Baiano Teodoro Fernandes Sampaio (também geólogo e historiador) qual uma "CORTE do SERTÃO" - com imprensa ativa, energia elétrica, etc.
Era ali, na figura das facções existentes, que buscara apoio o CORONEL Baiano Militão Coelho, junto ao chefe, o MÉDICO Baiano Deocleciano Pires Teixeira {pai do ADVOGADO Baiano Anísio Teixeira – (também educador e escritor)}, como a família Matos tivera no ADVOGADO Baiano Bráulio Xavier e no ADVOGADO Baiano Rui Barbosa.
Na extensão do São Francisco outras tantas culturas se formavam. Feira de Santana era como que um elo de união desses mundos diversos e a Capital.
A região da "Chapada", essencialmente Mineradora e povoada por aventureiros de todas as partes do mundo, construía um mundo de "bambúrrios e quimeras", como no título da obra do HISTORIADOR Baiano Erivaldo Fagundes Neves (também professor).
Comumente chamada genericamente de "Lavras", compreendia um vasto território no meio do estado, com antigas vilas como Rio de Contas e Brotas de Macaúbas.
Isolados nichos de civilização, foi num distrito desta última que nasceu a legendária figura do CORONEL Baiano "Horácio de Matos" - um homem que desafiou o Governo do Litoral, que tratava diretamente com os Governadores, e que durante um quarto de século dominou com mão de ferro os sertões da Chapada Diamantina e da Chapada Velha, onde vivia o clã dos Matos.
A FAMÍLIA e o "CÓDIGO de HONRA”.
“Foto: - O CORONEL Baiano Francisco Dias Coelho (também comerciante de diamantes), chefe de Morro do Chapéu, Padrinho do CORONEL Baiano Horácio de Matos”.
“Foto: - O CORONEL Clementino Matos, tio do CORONEL Baiano Horácio de Matos, que lhe passou o poder”.
Já aos 15 anos de idade demonstra sua bravura. Seu pai e os irmãos mais velhos tinham saído e a fazenda é invadida por uma patrulha da Polícia Baiana, do Tenente Policarpo, que ameaça o garoto para que revele onde estavam os DIAMANTES e os FAMILIARES. O garoto Horácio de Matos nega-se a falar.
Sua família, chefiada pelo CORONEL Clementino Matos, mantém longa inimizade com o CORONEL Baiano Militão Coelho, de Barra do Mendes.
Sob os auspícios de seu parente, vai morar na então próspera cidade de Morro do Chapéu, onde recebe a proteção do CORONEL Baiano Francisco Dias Coelho, estabelecendo-se ali como Comerciante.
O CORONEL Francisco Dias Coelho compra para o seu AFILHADO a cobiçada PATENTE de Tenente-Coronel da GUARDA NACIONAL, ganhando assim um verdadeiro TÍTULO NOBILIÁRQUICO com que a REPÚBLICA Velha dotava seus destaques.
Em 1912, o CORONEL Horácio de Matos é chamado pelo velho CORONEL Clementino de Matos, que se encontrava moribundo. Ali, num ritual familiar, recebe o Comando da Família - tal como se vê nas representações da Cosa Nostra siciliana - sendo nomeado seu sucessor.
O CORONEL Horácio de Matos então, com uma grande palmatória, dá "bolos" nos demais membros da família, para que todos sintam-lhe a nova Autoridade.
Jura, porém, antes, cumprir o Código de Honra Familiar, que rezava:
- Não humilhar ninguém, mas também nunca se deixar humilhar, por quem quer que seja.
- Não roubar jamais, sejam quais forem as circunstâncias, nem permitir que alguém roube e fique impune.
- Ser leal com os parentes e amigos, protegendo-os sempre.
- Ser leal com os inimigos, respeitando-os em tempos de paz e enfrentando-os em tempos de guerra.
- Não provocar, nem agredir, mas se for ofendido, colocar a honra acima de tudo e reagir, porque de nada adianta viver sem a dignidade.
O NOVO COMANDANTE dos MATOS.
Tão logo assume o Poder Patriarcal, o CORONEL Baiano Horácio de Matos vai em segredo até o arqui-inimigo do clã, propondo uma trégua, que é aceita pelo CORONEL Baiano Militão Coelho.
Essa trégua permitiu que famílias de Brotas de Macaúbas e Barra do Mendes, durante muitos anos afastadas, viessem a se visitar e a se conhecer.
O CORONEL Horácio de Matos começa a se projetar como líder, quando evita as pretensões do CORONEL Militão Coelho, quando da morte do INTENDENTE Baiano José João de Oliveira, em Brotas, em ocupar maior espaço de domínio.
Entretanto, a paz dura até o ASSASSINATO de seu irmão, Vítor Matos, na noite de 04 de dezembro de 1914. Finda a trégua na Chapada.
O "BATISMO de FOGO”.
“Foto: - Vítor Matos (1872-1914), irmão do CORONEL Baiano Horácio de Matos”.
Vítor Matos contava já com dezenas de mortes em seu histórico e ASSASSINOU uma MOÇA e um HOMEM que era cunhado do JAGUNÇO chamado JUVENAL CUSCUS, protegido do chefe político da localidade de Campestre (hoje distrito de Seabra, mas então um município), o CORONEL Baiano Manuel Fabrício de Oliveira.
Em dezembro de 1914 VÍTOR MATOS é morto com dois tiros de Winchester por JUVENAL CUSCUS, que se refugia em Campestre.
Apesar de a família exigir a pronta vingança, o CORONEL Horácio de Matos defende a resolução do conflito pela Justiça, mas as intimações são rasgadas em praça pública.
Em junho do ano seguinte o CORONEL Horácio de Matos protesta ao Governador, mas não obtém resposta.
O CORONEL Horácio de Matos decide, então, atacar a vila. A batalha de Campestre, que durou 42 dias de cerco e lutas, foi a primeira na vida deste homem que, apesar de pregar o desarmamento do sertão, viveu sempre em lutas.
O CERCO de CAMPESTRE.
“Foto: - CORONEL Baiano Manuel Fabrício de Oliveira”.
Após vencer mais de vinte léguas até Campestre, a cidade é cercada. Contava, para a defesa, cerca de 200 homens, dentre os quais 50 soldados da Polícia Estadual.
O CORONEL Baiano Manuel Fabrício de Oliveira contava, ainda, com uma fortificação erguida para a defesa. Estrategicamente, o CORONEL Horácio de Matos manteve o cerco, esperando que a fome fizesse a parte maior do combate. Ao cabo de alguns dias, o Tenente Pedra e seus soldados desertam, tendo do CORONEL Horácio de Matos a garantia de que não seriam mortos.
Ao lado do CORONEL Horácio de Matos o chefe político do Pau Ferro, MAJOR Eusébio Gaspar de Sousa, venceu os reforços de 130 soldados enviados da capital em socorro a Campestre, sob o comando do Italiano Lelio Frediani.
Ao fim de 42 dias o antigo poderoso chefe de Campestre rende-se, com a promessa da reabertura do inquérito da morte de Vítor de Matos, marcando assim a decadência deste que foi um importante chefe político do interior, e o ocaso do município de Campestre, que acabou por extinguir-se.
A LUTA CONTRA o CORONEL MILITÃO COELHO.
“Foto: - O CORONEL Baiano Militão Coelho, grande inimigo dos Matos”.
A trégua habilmente pactuada pelo CORONEL Baiano Horácio de Matos tem fim quando, em 1918, o CORONEL Baiano Militão Coelho invade Brotas de Macaúbas a fim de prender o "MAJOR Venas" (Joviniano dos Santos Rosa, tabelião), que lhe desobedecera.
O MAJOR Joviniano dos Santos Rosa era compadre do CORONEL Horácio de Matos, inclusive criando-lhe duas filhas naturais.
Dando mostras de seu estilo, o velho CORONEL ainda atira no maxilar de sua vítima, para que este nunca mais discuta suas ordens.
O CORONEL Horácio de Matos vê que somente pela força pode se entender com o CORONEL Militão Coelho: - Invade Brotas de Macaúbas, resgatando seu aliado e preparando-se para a resposta. O CORONEL Militão Coelho, que estava na capital, retorna e os combates têm início.
Aos aliados do CORONEL Horácio de Matos deram o apelido de mandiocas, ao passo que estes chamavam os do CORONEL Militão Coelho de mosquitos.
Duas batalhas decidem o destino desta primeira refrega, após dois meses de intenso combate: - Pega e Fundão.
O CORONEL Horácio de Matos assume a Chefia Política da cidade, feito Intendente, ao passo em que o CORONEL Militão Coelho fortifica-se, em Barra do Mendes, então distrito de Brotas.
Derrotado em armas, o CORONEL Militão Coelho obtém uma vitória política, junto ao Governador, o ADVOGADO Baiano Antônio Muniz Sodré de Aragão, com a emancipação de Barra do Mendes, levando ainda o distrito de Fundão e exigindo o distrito de Guigós ao distrito vizinho de Gameleira.
O Baiano Renovato Alves Barreto (depois lutou contra a Coluna Prestes), líder daquela cidade, pede ajuda ao CORONEL Horácio de Matos, que envia cinqüenta homens a Gentio do Ouro, então um povoado entre as duas localidades.
O CORONEL Militão manda crucificar um amigo do CORONEL Horácio de Matos, Onésimo Lima, e seus JAGUNÇOS expropriam a FAZENDA MELANCIA, tomando todo o gado de um seu parente. A guerra estava declarada.
A CONQUISTA de BARRA do MENDES.
Reconquistando a FAZENDA MELANCIA, o CORONEL Horácio de Matos vence as barreiras interpostas, uma a uma, através de trincheiras. O CORONEL finalmente inicia o cerco à cidade, mandando um ultimato para que as famílias pudessem sair em segurança.
Nas refregas, que duraram longos cinco meses, o CORONEL Horácio de Matos protagonizou um ato de heroísmo que animou sua tropa: - Tendo sido morto um seu sobrinho, e temendo o lugar onde este tombara, o CORONEL teria pessoalmente se esgueirado até o local tido por amaldiçoado e o conquista.
O fato foi que, depois da queda desta trincheira, seus Jagunços encheram-se de novo ânimo, destruindo a fortaleza do CORONEL Militão Coelho com dinamites (então de fácil aquisição, sendo a região mineradora), forçando a fuga do inimigo: - Não sem antes capturar Nestor Rodrigues Coelho, filho do CORONEL Militão Coelho - e que libertou, em seguida.
O CORONEL Horácio de Matos exigiu que o CORONEL Militão Coelho fosse afastado da política local e que a Sede do município de Barra do Mendes fosse transferida para o Jordão, (atual Ipupiara).
O CORONEL Horácio de Matos e João Arcanjo reanexam
informalmente o território de Barra do Mendes ao de Brotas de Macaúbas.
A extinção oficial do município se deu pela Lei Estadual nº 1.388 de 24 de maio de 1920.
Era o fim do velho CORONEL Militão Coelho, e início da hegemonia sertaneja do CORONEL Horácio de Matos.
A MARCHA CONTRA SALVADOR.
“Foto: - Área de influência direta do CORONEL Baiano Horácio de Matos, na Bahia (em destaque, sobre o atual território do estado)”.
QUADRO POLÍTICO.
O cenário político da BAHIA era dominado pela figura do Governador, o ADVOGADO Baiano José Joaquim Seabra, mais conhecido por J. J. Seabra que, num acordo, firmara seu apoio ao ADVOGADO Baiano Antônio Muniz Sodré de Aragão, que o sucedera, desde que este fizesse o mesmo em volta.
Assim, vencendo uma oposição que contava com nomes como o ADVOGADO Baiano Ruy Barbosa, o ADVOGADO Baiano Luiz Viana, o JORNALISTA Baiano Ernesto Simões Filho (também empresário) e o ENGENHEIRO Baiano Octávio Mangabeira, consegue o ADVOGADO Baiano José Joaquim Seabra (o famoso J. J. Seabra voltar ao governo. Derrotava o ADVOGADO Baiano Paulo Martins Fontes.
A oposição engendrou um plano, que contaria com a participação ativa do CORONEL Baiano Horácio de Matos: - O Sertão iria contestar a Eleição, e provocar um Levante Armado.
Esta situação forçaria uma Intervenção Federal, tolhendo a posse do ADVOGADO Baiano J. J. Seabra e com a realização de novas eleições, desta feita com o ADVOGADO J. J. Seabra desmoralizado.
A ADESÃO do CORONEL HORÁCIO de MATOS.
Tendo em duas ocasiões enfrentado as Tropas da Polícia, enviadas pelo Governador e ADVOGADO Baiano Antônio Muniz Sodré de Aragão contra si, quando do cerco a Campestre, não hesitou o CORONEL Baiano Horácio de Matos em responder aos oposicionistas positivamente, somando-se a isto o fato de que estes lhe acenavam com Recursos e Armamentos.
Com apoio de outros CORONÉIS (CORONEL Baiano Anfilófilo Castelo Branco, de Remanso e CORONEL Baiano Marcionillo Antônio de Sousa, de Maracás), o CORONEL Baiano Horácio de Matos invade e conquista a maior cidade da Chapada, Lençóis, que se entrega sem que um só tiro seja disparado.
Em 17 de fevereiro de 1920 o Governador e ADVOGADO Baiano Antônio Muniz Sodré de Aragão pede a Intervenção Federal.
O Presidente da REPÚBLICA, o ADVOGADO Paraibano Epitácio Pessoa despacha à Bahia DEZ MIL SOLDADOS. A posse do ADVOGADO Baiano J. J. Seabra é assegurada, e o Comandante do Exército acha prudente negociar a paz, evitando assim a Marcha a Salvador.
Um "GOVERNO" no SERTÃO: - O CONVÊNIO de LENÇÓIS.
A proposta é levada ao CORONEL Horácio de Matos pelo GENERAL Alberto Cardoso de Aguiar, e ao CORONEL Horácio de Matos é oferecido, em linhas gerais, um acordo que lhe dava a Chefia Plenipotenciária de Onze Cidades da Chapada (Lençóis, Palmeira, Seabra, Barra do Mendes, Brotas de Macaúbas, Paramirim, Bom Sucesso, Guarani, Wagner, Macaúbas e Piatã) e ainda:
Anistia por todos e quaisquer atos praticados durante o levante.
Direito de permanecer com as armas e munições.
‘O CORONEL Baiano Manuel Fabrício de Oliveira' é desarmado e expulso de Campestre.
Direito de eleger dois deputados estaduais.
Direito de eleger um senador estadual - sendo por Horácio indicado seu próprio nome.
Foi o chamado Convênio de Lençóis. Que não foi uma garantia de paz.
A MARCHA CONTRA LENÇÓIS.
A sucessão do ADVOGADO Baiano José Joaquim Seabra (o famoso J. J. Seabra) foi uma surpresa: - É eleito Governador o ADVOGADO Baiano Góis Calmon (também banqueiro) então um jovem praticamente desconhecido.
Os dois chefes de Lençóis usam de suas artimanhas, para granjear a simpatia do novo mandatário, tendo o CORONEL Horácio de Matos cumprido o mandato de dois anos como Senador.
As suas Mensagens Telegráficas para a capital são adulteradas pelo TELEGRAFISTA, partidário do seu adversário, o CORONEL César Sá: - Do CORONEL Horácio de Matos, o Governador e ADVOGADO Baiano Góis Calmon recebe apenas mensagens acintosas e confrontadoras.
O Governador então destitui o Delegado da Cidade, partidário do CORONEL Horácio de Matos, nomeando um Fazendeiro aliado do CORONEL César Sá.
Sua posse é obstada, e este Marcha para Lençóis com Soldados e Jagunços num montante de setecentos homens, contra cerca de trezentos da cidade.
"CORPO FECHADO”.
Ao cerco resistem bravamente o CORONEL Horácio de Matos e seus soldados. As batalhas se sucedem. O MAJOR Mota Coelho manda avisar que entrará na cidade. O CORONEL Horácio de Matos prepara-lhe uma cilada, à entrada.
Quando o MAJOR Mota Coelho aponta, acompanhado por uma pequena tropa, o próprio CORONEL Horácio de Matos se lhes assoma, peito aberto - com seus JAGUNÇOS atirando pelos lados - assombrando aos assaltantes.
O MAJOR Mota Coelho é morto, e uma bala sem muita força perfura o paletó do CORONEL Horácio de Matos sem sequer feri-lo. Tem início mais um mito em torno desta legendária figura: - O CORONEL Horácio de Matos tem o "corpo fechado"!
A PAZ QUE VEIO do RIO GRANDE do SUL.
Eclodira entre os gaúchos uma revolta capitaneada pelo ADVOGADO Gaúcho Assis Brasil (também orador, escritor, poeta, diplomada e estadista). Num discurso, este alude à revolta do CORONEL Horácio de Matos, na Bahia.
O Governo Federal, então sob a Presidência do ADVOGADO Mineiro Artur Bernardes, despacha imediatamente emissários ao CORONEL Baiano Horácio de Matos, temendo que o clima sedicioso se alastrasse.
As hostilidades cessam de imediato, e a paz foi negociada, tendo como intermediário o Deputado Federal pelo Estado da Bahia o MÉDICO Baiano Francisco Rocha.
O CORONEL que DERROTOU a COLUNA PRESTES.
Ver artigo principal: - Coluna Prestes.
“Foto: - Oficiais do Batalhão Patriótico Lavras Diamantinas: - CORONEL Horácio de Matos, sentado (Comandante-em-Chefe). Em pé: - CAPITÃO Ezequiel de Matos, CAPITÃO Francisco Costa e CAPITÃO-ajudante Franklin de Queirós”.
A chamada "invicta" Coluna Prestes cortava o Brasil, numa desvairada tentativa de arregimentar as massas camponesas para a causa contra o ESTADO de SÍTIO de Arthur Bernardes.
Percorreu 25 mil quilômetros, pelo país, "por onde deu início a revolução em movimento".
A propagandeada "invencibilidade" da Coluna Prestes é mais uma fábula, pois, se não foi derrotada, jamais conheceu a vitória.
Sob o comando do CAPITÃO Gaúcho Luís Carlos Prestes (Capitão do Exército Brasileiro) ex-integrante do TENENTISMO convertido ao COMUNISMO, e com o apoio do MILITAR Argentino Miguel Costa, a Coluna Miguel Costa-Prestes cometeu um erro, ao passar pela Bahia: - Matou dois parentes do CORONEL Baiano Horácio de Matos, um deles Chefe de Jagunços, afeito às lutas nas caatingas e matas da Chapada Diamantina.
Observações do escriba:
1ª - Durante a chamada “marcha” da COLUNA PRESTES, o seu chefe mais conhecido e, o principal, o CAPITÃO Gaúcho Luís Carlos Prestes, não tinha a menor idéia do que era o COMUNISMO.
2ª - O CAPITÃO Gaúcho Luís Carlos Prestes só veio a tomar conhecimento “teórico” do COMUNISMO quando já se encontrava exilado na Bolívia, através, de Astrojildo Pereira (entre outros), que, em março de 1922 havia fundado o PARTIDO COMUNISTA do BRASIL, cuja SIGLA era conhecida como PCB, partido político também muito conhecido como o PARTIDÃO.
3ª - O PARTIDO COMUNISTA do BRASIL ou PCB, ou PARTIDÃO foi precedido pelos movimentos anarquistas na Europa e depois no Brasil, e tomou impulso após a Revolução Russa de 1917.
4ª – O ESCRITOR Baiano Jorge Amado (convicto ateu e convicto comunista), faz uma exaltação muito acentuada do CAPITÃO Gaúcho Luiz Carlos Prestes no Livro “O Cavaleiro da Esperança”, publicado em 1942.
O CAPITÃO Gaúcho Luiz Carlos Prestes ainda tenta cooptar o CORONEL Baiano Horácio de Matos, mas este já organizara, sob auspícios do Governo Federal, o Batalhão Patriótico Chapada Diamantina: - Os antigos Jagunços eram agora Homens de Farda, com soldo, e uma missão.
O CORONEL Baiano Horácio de Matos era o Comandante-em-Chefe do Batalhão e sua campanha foi registrada em diário de campanha pelo CAPITÃO-ajudante Franklin de Queiroz.
Tem início assim a maior perseguição que a nossa História já registrou, impingindo os "Cabras" do Sertão Baiano, sucessivos reveses à Coluna Prestes, forçando-a a deixar o Brasil e penetrar nas terras bolivianas, em fevereiro de 1927, sob o comando do Tenente Procópio Sabino Diamantino, recebido depois como herói na Chapada Diamantina.
Os Jagunços, entretanto, ávidos pelo combate, e tendo reduzido a famosa coluna a poucos homens, intenta penetrar em São Matias, sendo barrados por uma Guarnição Boliviana, que não lhes permite a invasão do território.
REGRESSO dos COMBATENTES.
O CORONEL Baiano Horácio de Matos não pôde participar do retorno do Batalhão, acometido que fora de apendicite - forçado a internar-se em um hospital no Rio de Janeiro.
Seus homens chegam a Lençóis sendo recebidos como heróis por verdadeira multidão vinda de todas as partes.
Obtêm o CORONEL Baiano Horácio de Matos, do governo, os cargos que perdera anteriormente, recebendo como presente do JORNALISTA Geraldo Rocha uma prensa Marinoni, com a qual passa a publicar um jornal, chamado "O Sertão".
INTENDENTE de LENÇÓIS.
“Foto: - A Comissão, com o CORONEL Baiano Horácio de Matos ao centro, segurando sua bengala. No tacão desta ocultava-se um punhal.
Lençóis, verdadeira capital das "Lavras Diamantinas", conhecera um franco desenvolvimento provocado pela Mineração e Comércio do DIAMANTE.
Riquezas eram feitas da noite para o dia, e a cidade prosperava a ponto de rivalizar, em movimento comercial, com Salvador, então já um tanto estagnada.
Após o fim da caçada ao CAPITÃO Gaúcho Luís Carlos Prestes, o CORONEL Baiano Horácio de Matos é feito Intendente da Cidade, procurando ali realizar uma administração com muitas melhorias urbanas.
Ocupava a Prefeitura quando a Revolução de 30 novamente clama pelas ações do CORONEL Baiano Horácio de Matos.
Este chega a formar Quatro Batalhões, para resistir à ruptura da legalidade, mas a renúncia do ADVOGADO Fluminense Washington Luís o demove da ideia, e logo uma das primeiras medidas dos que assumiam o poder foi propor ao Chefe Sertanejo o Desarmamento Geral.
Contraditoriamente, esta foi uma ideia pela qual sempre se batera o CORONEL Baiano Horácio de Matos. Sonhava com o sertão sem armas, e aderiu à proposta, com toda a força que seu nome possuía.
A Comissão de Desarmamento, capitaneada pelo GENERAL Jurandir Toscano de Brito vai a Lençóis, sob um pretexto diplomático.
Ali tem uma recepção "carinhosa, sincera e franca", a ponto de lançar manifesto em que exaltava tal manifestação popular, onde dizia: - "Que sejam esquecidas todas as antigas desavenças políticas, pois no Brasil Novo não há lugar para aqueles que sobrepõem seus caprichos pessoais à glória e à grandeza da Pátria!"
UMA CILADA, UMA TOCAIA.
A REVOLUÇÃO de 1930, tão logo desarmou o sertão, manda prender os chefes, e o CORONEL Baiano Horácio de Matos é feito prisioneiro a 30 de dezembro de 1930.
Levado a Salvador, é solto condicionalmente, por não existir contra si culpa formada.
Na noite de 15 de maio de 1931 sai para passear com a filha de seis anos. O Agente Policial Vicente Dias dos Santos o aguarda. Diante de testemunhas, alveja o CORONEL Horácio de Matos, Caudilho da Chapada, Governador dos Sertões. Três tiros pelas costas.
Morre o CORONEL Horácio de Matos, o Maior dos CORONÉIS da Bahia.
Pelo crime, o assassino é absolvido. Não revela seus mandantes. Pouco depois de ser solto sofre um atentado, do qual escapa. Entretanto, morre pouco depois, MISTERIOSAMENTE.
Registrou Claudionor Queiroz: "Dizem que Vicente morreu de feitiço!..."
Com a morte do CORONEL Horácio de Matos também morre o CORONELISMO no BRASIL.
Observações do escriba:
1ª - Esta última informação parece não estar exatamente correta. Pode ter morrido o MAIOR dos CORONÉIS, porém, o CORONELISMO continuou em outras localidades do BRASIL.
2ª - Na Wikipédia estão disponíveis nove Referências e seis Leituras Adicionais.
3ª – Enquanto o CORONEL Baiano Horácio de Matos fazia parte da chamada GUARDA NACIONAL (surgida no Império), o CAPITÃO Gaúcho Luís Carlos Prestes fazia parte do Exército Brasileiro (ele tornou-se um desertor).
4ª – Os diversos Movimentos Tenentistas surgidos na década de 20 do século passado tinham em comum o descontentamento de parcela dos MILITARES, em relação à Política do Café-com-leite. Ora era escolhido um Paulista candidato à Presidência, ora era escolhido um Mineiro como candidato à Presidência. E, todos eram eleitos, contando com o apoio dos CORONÉIS (da Guarda Nacional), geralmente grandes Proprietários Rurais, que usavam a força e/ou a Fraude Eleitoral.
5ª - Sendo que os PRESIDENTES dos Estados eram os CORONÉIS dos CORONÉIS, que na grande maioria dos casos faziam parte da ELITE dos BACHARÉIS, e que, também em muitos casos, eram Proprietários Rurais.
6ª – Os Presidentes dos Estados (depois chamados de Governadores – daí a expressão “Política dos Governadores”), mandavam e desmandavam no PODER EXECUTIVO e no PODER LEGISLATIVO. O PODER JUDICIÁRIO, na época tinha pouco poder, ou quase nenhum poder.
7ª – O CAPITÃO Gaúcho Carlos Prestes combateu o PODER CENTRAL. O CORONEL Baiano Horácio de Matos combateu o CAPITÃO Carlos Prestes. Nesta “peleja menor” o CORONEL Baiano conseguiu expulsar o CAPITÃO Gaúcho para a Bolívia. Posteriormente, o CORONEL Baiano foi eliminado pelo CORONEL dos CORONÉIS a mando do PODER CENTRAL. Entenderam? Ou vou ter de desenhar?
CATEGORIAS:
Nascidos em 1882.
Mortos em 1931.
Naturais de Brotas de Macaúbas.
Prefeitos de Lençóis.
Coronéis da Guarda Nacional (Brasil).
Políticos Brasileiros Assassinados.
Esta página foi editada pela última vez às 20h55min de 10 de julho de 2019.
A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA, também continua.
Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura, boa saúde, pensamentos positivos e BOM DIA.
ARACAJU, capital do Estado de SERGIPE, localizado no BRASIL, Ex-PAÍS dos fumantes de CIGARROS e futuro “PAÍS dos supostos MACONHEIROS ESQUIZOFRÊNICOS”.
Aracaju, terça-feira, 12 de novembro de 2019.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.
Fontes: (1) – INTERNET. (2) – GOOGLE. (3) – Wikipédia. (4) – Livro – “Chatô” o Rei do Brasil – Autor: - Fernando Morais. (5) – Livro – Minha Razão de Viver – Autor: - Samuel Wainer. (6) – Livro – O que é isso, companheiro? – Autor: - Fernando Gabeira. (7) - Livro – O Cavaleiro da Esperança – Autor: - Jorge Amado. (8) – SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (STM). (9) – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). (10) - Outras Fontes.