OS DÉSPOTAS EMBURRECIDOS
Despotismo não é ideologia e nenhum déspota precisa ter uma. Geralmente não têm. Sua única motivação é o exercício do poder e a submissão dos governados à sua vontade. A História registra a experiência vivida com os chamados “déspotas esclarecidos”. Eram governantes que tentaram colocar em prática as ideias dos chamados filósofos iluministas. O Iluminismo, como se sabe, foi um movimento intelectual que surgiu no começo do século XVIII, protagonizado por intelectuais que pregavam o uso da razão na condução das políticas públicas e na educação do povo, em contraposição ao que era praticado pelos antigos regimes, centrados no poder de uma elite preguiçosa e predadora, que vivia da exploração do povo.
Esse movimento visava promover mudanças políticas, econômicas e sociais, fundadas num ideal de liberdade, igualdade e fraternidade. Encantou o povo e ensejou a ocorrência de grandes mudanças na estrutura sócio-política das nações ocidentais. O povo foi às ruas para impor aos governantes os ideais iluministas e estes, temerosos de perder suas cabeças, adotaram políticas que os identificavam com essas ideias. Esses governantes ficaram conhecidos como praticantes do chamado despotismo esclarecido.
Na verdade, os chamados déspotas esclarecidos só aproveitaram as ideias iluministas para tornar mais palatável a tirania de seus governos a um povo que acabava de descobrir que quem promove a desigualdade entre as pessoas não é Deus, e nem a natureza, mas sim o próprio homem. Nunca o fizeram pelo real interesse de fazer os povos que governavam mais felizes. Apenas se adaptaram a uma nova conformação social, que não tolerava mais o argumento de que uns têm mais direito de ser felizes do que outros. O chamado despotismo esclarecido, no fundo, não passou de um maquiavelismo adaptado às novas condições do ambiente social.
Atualmente, alguns historiadores questionam se os tais déspotas eram mesmos esclarecidos ou simplesmente oportunistas. E se o sonho iluminista era uma esperança realizável e não apenas mais uma utopia. Exemplo disso foi a famosa Revolução Francesa, movimento que representou o ponto culminante da realização das ideias iluministas. Como bem descreveu Victor Hugo, em seu célebre romance “Os Miseráveis”, o povo francês, que saiu às ruas para derrubar o “ancien régime”, cinquenta anos depois da gloriosa revolução continuava tão pobre, infeliz e tiranizado quanto estava antes do famoso movimento.
O despotismo tanto pode ser de direita como de esquerda. Ou de centro. Temos exemplo de todos esses padrões, independente das ideologias que seus agentes professavam. Napoleão, Hitler, Stalin, Perón, Garrastazu Médici, Ho Chi Minh, Fulgêncio Batista, Fidel Castro, Pinochet, Anastasio Somoza, Hugo Chaves, Maduro e outros, são exemplos disso. Alguns até podem ter sido esclarecidos, mas a maioria só mereceu o primeiro título. Que o Presidente Bolsonaro não se esqueça disso. E ao invés de tornar-se um déspota esclarecido, que ao que parece, ele pretende ser, não passe para a História como um déspota emburrecido. Até agora ele está mais para o segundo do que para o primeiro.
Despotismo não é ideologia e nenhum déspota precisa ter uma. Geralmente não têm. Sua única motivação é o exercício do poder e a submissão dos governados à sua vontade. A História registra a experiência vivida com os chamados “déspotas esclarecidos”. Eram governantes que tentaram colocar em prática as ideias dos chamados filósofos iluministas. O Iluminismo, como se sabe, foi um movimento intelectual que surgiu no começo do século XVIII, protagonizado por intelectuais que pregavam o uso da razão na condução das políticas públicas e na educação do povo, em contraposição ao que era praticado pelos antigos regimes, centrados no poder de uma elite preguiçosa e predadora, que vivia da exploração do povo.
Esse movimento visava promover mudanças políticas, econômicas e sociais, fundadas num ideal de liberdade, igualdade e fraternidade. Encantou o povo e ensejou a ocorrência de grandes mudanças na estrutura sócio-política das nações ocidentais. O povo foi às ruas para impor aos governantes os ideais iluministas e estes, temerosos de perder suas cabeças, adotaram políticas que os identificavam com essas ideias. Esses governantes ficaram conhecidos como praticantes do chamado despotismo esclarecido.
Na verdade, os chamados déspotas esclarecidos só aproveitaram as ideias iluministas para tornar mais palatável a tirania de seus governos a um povo que acabava de descobrir que quem promove a desigualdade entre as pessoas não é Deus, e nem a natureza, mas sim o próprio homem. Nunca o fizeram pelo real interesse de fazer os povos que governavam mais felizes. Apenas se adaptaram a uma nova conformação social, que não tolerava mais o argumento de que uns têm mais direito de ser felizes do que outros. O chamado despotismo esclarecido, no fundo, não passou de um maquiavelismo adaptado às novas condições do ambiente social.
Atualmente, alguns historiadores questionam se os tais déspotas eram mesmos esclarecidos ou simplesmente oportunistas. E se o sonho iluminista era uma esperança realizável e não apenas mais uma utopia. Exemplo disso foi a famosa Revolução Francesa, movimento que representou o ponto culminante da realização das ideias iluministas. Como bem descreveu Victor Hugo, em seu célebre romance “Os Miseráveis”, o povo francês, que saiu às ruas para derrubar o “ancien régime”, cinquenta anos depois da gloriosa revolução continuava tão pobre, infeliz e tiranizado quanto estava antes do famoso movimento.
O despotismo tanto pode ser de direita como de esquerda. Ou de centro. Temos exemplo de todos esses padrões, independente das ideologias que seus agentes professavam. Napoleão, Hitler, Stalin, Perón, Garrastazu Médici, Ho Chi Minh, Fulgêncio Batista, Fidel Castro, Pinochet, Anastasio Somoza, Hugo Chaves, Maduro e outros, são exemplos disso. Alguns até podem ter sido esclarecidos, mas a maioria só mereceu o primeiro título. Que o Presidente Bolsonaro não se esqueça disso. E ao invés de tornar-se um déspota esclarecido, que ao que parece, ele pretende ser, não passe para a História como um déspota emburrecido. Até agora ele está mais para o segundo do que para o primeiro.