Resumão Palocci by Leandro
Segundo delação de Palocci, André Esteves, dono do BTG, fez várias doações, por dentro e por fora, além de ter pago propina diretamente a Lula e ser depositário desses valores, por conta de dezenas de favores prestados ao banqueiro em diferentes negócios mantidos por ele.
Palocci também conta que Joseph Safra usou os serviços do ex-ministro petista para conseguir uma empréstimo de R$ 2,4 bilhões para que o Grupo Votarantim comprasse a Aracruz. Safra era um acionista. Em troca, deu R$ 5 milhões ao Instituto Lula e R$ 2,5 milhões ao PT.
Pedro Moreira Salles, ex-dono do Unibanco, pediu ajuda ao petista para derrubar ação que custaria R$ 400 milhões aos bancos. O escalado para fazer pressão no STF foi Dias Toffoli, então assessor na Casa Civil. Deu certo. Em troca, Palocci foi contratado para palestrar pelo banco.
Palocci conta que Lula recebia um mensalão de R$ 100 mil reais, em dinheiro, pago pela Odebrecht e pelo Safra. Um assessor de Palocci fazia as entregas. Lula teria uma conta de R$ 300 milhões contra a Odebrecht, que ajudou até mesmo a financiar o filme que conta sua história.
A Ambev teria feito lobby para impedir aumento do PIS/Cofins sobre bebidas alcoólicas. Em troca, uma palestra de R$ 350 mil de Lula teria sido contratada e uma doação de R$ 7,5 milhões foi feita à campanha de Dilma.
Palocci diz que a Camargo Correa doaria R$ 50 milhões para derrubar a operação Castelo de Areia no STJ, além de colocar o ministro Cesar Asfor Rocha no STF. A operação foi anulada, mas Rocha não foi para o STF, tendo ganho, segundo Palocci, R$ 5 milhões. Palocci levou R$ 1,5 mi.
Lula teria ajudado o grupo francês Casino a tirar Abílio Diniz do Pão de Açucar, impedindo um empréstimo do BNDES à empresa. De fato, o empréstimo não saiu, e Naori, dono do Casino, teria pago 30 milhões de euros a Lula, incluindo repasses para campanhas petistas.
A Odebrecht teria redigido a MP 470, conhecida como Refis da crise, o que produziu propina de R$ 50 milhões pagas pelo grupo, pela CSN e pela COSAN.
A RBS teria buscado os "serviços" de Palocci enquanto ele era ministro da Casa Civil, para resolver uma multa de R$ 500 milhões da Receita. Dilma deu o ok para a operação. Nelson Barbosa teria sido acionado por Palocci. Em troca, RBS passou a apoiar governo Dilma.
O Grupo Silvio Santos teria feito repasses de R$ 19 milhões ao PT pela compra de 35% do Banco Panamericano pela Caixa.
Fernando Pimentel teria recebido R$ 2 milhões da Camargo Correa, por fora, para sua campanha ao governo de Minas. Ele conta que Pimentel se envolveu na produção de dossiês falsos contra Serra e Aécio. Gleisi Hoffmann também teria recebido por fora da empresa.
Carlos Zarattini, Jilmar Tato, Tião Viana e Lindeberg farias também teriam recebido dinheiro por fora de construtoras para suas campanhas, em operações intermediadas por Palocci.
Palocci fala sobre os planos de nomear Marcelo Navarro como ministro do STJ para barrar a Lava Jato e soltar Marcelo Odebrecht, além de confirmar que a nomeação de Lula como ministro de Dilma tinha o objetivo de tirá-lo das mãos de Moro.
Palocci também delata várias outras empresas, que teria recebido vantagens indevidas, entre elas Parmalat, Itaú, Bradesco, Votorantim, Mapfre, Sadia-Perdidão, Engeform, Qualicorp e a BM&F.
O ex-ministro também relata como as construtoras atuaram para formar um cartel em Belo Monte, além dos negócios da Odebrecht na Angola, que teriam gerado R$ 64 milhões de propina para petistas, e um rombo gigantesco no BNDES.
Entre outras coisas, Palocci explica como buscou doações de empresas próximas ao governo para o projeto do filho de Lula, chamado Touchdown, que envolvia desenvolver o futebol americano no Brasil. Teriam sido feitos repasses da AMbev, Amil, Caoa e Mitsubishi.
Enfim, a delação de Palocci deixa clara, mas uma vez, a Cleptocracia brasileira. O sistema estava completamente podre. O problema é que boa parte da estrutura corrompida segue de pé, operando para impedir qualquer avanço no processo de limpeza.
*mais uma vez.
Leandro Ruschel