1117-BOLSONARO E JANIO QUADROS
BOLSONARO E JÂNIO QUADROS
A incompetência de administrar essa tremenda máquina de gastar dinheiro do povo, que é o Brasil, aliada a sistemática oposição do Congresso Nacional, atravancando os projetos de lei enviados pelo governo, leva-me à lembrança dos menos de oito meses de má gestão do presidente Jânio Quadros.
A discussão de uma nova previdência social, aliada a outros temas inócuos, são apenas poeira nos olhos do povo, para desviar dos problemas que o Brasil enfrenta: equilíbrio fiscal, educação, segurança e saúde.
Eu disse temas inócuos? Si. Além da previdência social reformada, que não irá solucionar o déficit nacional, temos o assunto do arma-e-desarma a população, o aumento de impunidade para motoristas fora-da-lei, a tomada de três ou dois pinos, etc. etc. são atos administrativos que se assemelham ás propostas de Jânio como a proibição de rinhas de lutas de galos ou o uniforme tipo “safári” para ele mesmo e os auxiliares diretos e funcionários públicos.
Só falta mesmo o presidente atual dar uma cagada como fez Janio, condecorando Che Guevara com Ordem do Cruzeiro do Sul, numa época de pior polarização (comunismo e anticomunismo) dos que a que vimos nas últimas eleições. Aliás, essa da reforma da presidência é uma punhalada nas costas do povo brasileiro, que é muito pior para nós todos do que o agrado de um guerrilheiro mão-direita de Fidel Castro.
Jânio DA Silva Quadros, para a nova geração que mal conhece a história do Brasil, foi eleito em 1960 por uma esmagadora maioria de votos, empunhando a vassourinha e cantando “varre, varre vassourinha” com a promessa de acabar com as mordomias e descalabros administrativos (corrupção não era ainda assunto popular).
Entretanto, alegadas “forças ocultas” impediram o presidente de governar. Até hoje ninguém sabe (ou quem sabe não diz) o que eram essas forças ocultas.
Misteriosas, seriam nacionais ou internacionais?
Não completou nem oito meses de exercício na presidência. Empossado em 1º. De janeiro de 1961, no dia 25 de agosto de 1961 surpreendeu a nação com um pedido de renuncia ao Congresso. Especulou-se na ocasião que Jânio teria pretendido que sua renuncia levantasse as forças armadas em favor de sua manutenção, dissolvendo o congresso. Se foi assim, errou feio. E sua renuncia foi acatadas prontamente pelo Congresso Nacional.
Foi um verdadeiro tiro no pé ou um chute na própria bunda. (se fosse possível).
Bolsonaro nada fez de positivo até hoje (escrevo em 27.6.2019). Só besteira: a ideia de criar uma moeda para a América latina (o peso real), a visita aos Estados Unidos quando o prefeito de Nova York recusou a recebê-lo, o troca-troca constante de seus ministros, o mau comportamento dos filhos (tal pai, tal filho), o trafico de cocaína feito em avião de que o acompanhava em viagem ao exterior...
Lembro-me bem de Jânio Quadros. Sua renuncia levou á presidência Jango Goulart, o que resultou na intervenção militar de 31 de março de 1964.
Talvez tudo o que escrevi acima seja mais fantasia da minha parte do que um paralelo real.
Vamos ver.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte, 27 de junho de 2019.
Crônica política –
# 1117 da série INFINITAS HISTÓRIAS