A FANTÁSTICA FÁBRICA DE MEDIOCRIDADE
(Adaptado de um tema de Helen P. Buckler)
Carlinhos tem 4 anos e vai à escola pela primeira vez. No primeiro dia de aula sua turma foi para a sala de desenho e a professora disse ― Vamos desenhar.
Carlinhos gostava de desenhar. Já sabia fazer um monte de coisas bonitas..
Pegou sua caixa de lápis e desenhou um camelo. Estava começando a pintá-lo de amarelo quando a professora disse para ele: ― espera aí, Carlinhos. Eu vou dizer o que vamos desenhar.
Carlinhos parou e esperou. A professora falou: ― Vamos desenhar flores.
“Legal,” pensou Carlinhos. Ele já sabia desenhar flores. Começou a encher a folha com muitas e multicoloridas flores.
Veio a professora de novo e disse: ―Calma Carlinhos. Não é assim que é para fazer. Vou ensinar como é. Desenhou uma flor de pétalas curtas e vermelhas, com um caule verde e fininho. Carlinhos olhou para a flor da professora e pensou que as dele eram mais bonitas, mas professora é professora. Desenhou uma flor com um caule verde e fininho e pintou as pétalas curtas com um vermelho bem vivo.
Depois foram trabalhar com massinha. Era outra atividade que Carlinhos gostava. Sabia fazer um monte de coisas com ela. Começou logo a modelar um cavalo. Então veio a professora e disse:
― Calma, Carlinhos, você é muito apressado. Espera eu ensinar como se faz. Ele desmanchou o seu cavalo e esperou.
―Vamos fazer uma xícara ― disse a professora.
“Legal,” Carlinhos pensou. Ele sabia fazer xícaras muito bonitas. Começou a fazer uma com boca de sino e duas asas tão redondas quanto os aros da sua bicicleta.
―Não Carlinhos. Não é assim que eu quero ― disse a professora. Ela fez uma xícara reta como um cilindro e uma asa só. Carlinhos olhou para ela e achou que a dele era mais bonita. Mas professora é professora. Desmanchou a sua e fez uma igualzinha à dela.
No ano seguinte sua família foi morar em outra cidade. Carlinhos foi para outra escola. No primeiro dia de aula a professora disse: ― Crianças, vamos desenhar.
As crianças pegaram seus lápis, folhas de papel e começaram a desenhar um monte de coisas. Cada um desenhava o que queria. Carlinhos ficou esperando. A professora, vendo que ele estava parado, perguntou: ―Carlinhos, você não gosta de desenhar?
―Gosto, tia ― respondeu ― Mas desenhar o quê?
―Qualquer coisa ― respondeu a professora ― O que você quiser.
―E de que cor?
―A que você achar mais bonita.
―Porque todos não podem fazer igual?
― Se todo mundo fizer igual, como vamos saber quem fez o quê? ― respondeu a professora.
Então Carlinhos desenhou uma flor de pétalas curtas e vermelhas, com um caule verde e fininho como uma perna de passarinho.
Dedico esta metáfora ao Ministro Weintraub, ao Presidente Bolsonaro e a todos aqueles que não sabem conviver com a democracia e a diversidade.
(Adaptado de um tema de Helen P. Buckler)
Carlinhos tem 4 anos e vai à escola pela primeira vez. No primeiro dia de aula sua turma foi para a sala de desenho e a professora disse ― Vamos desenhar.
Carlinhos gostava de desenhar. Já sabia fazer um monte de coisas bonitas..
Pegou sua caixa de lápis e desenhou um camelo. Estava começando a pintá-lo de amarelo quando a professora disse para ele: ― espera aí, Carlinhos. Eu vou dizer o que vamos desenhar.
Carlinhos parou e esperou. A professora falou: ― Vamos desenhar flores.
“Legal,” pensou Carlinhos. Ele já sabia desenhar flores. Começou a encher a folha com muitas e multicoloridas flores.
Veio a professora de novo e disse: ―Calma Carlinhos. Não é assim que é para fazer. Vou ensinar como é. Desenhou uma flor de pétalas curtas e vermelhas, com um caule verde e fininho. Carlinhos olhou para a flor da professora e pensou que as dele eram mais bonitas, mas professora é professora. Desenhou uma flor com um caule verde e fininho e pintou as pétalas curtas com um vermelho bem vivo.
Depois foram trabalhar com massinha. Era outra atividade que Carlinhos gostava. Sabia fazer um monte de coisas com ela. Começou logo a modelar um cavalo. Então veio a professora e disse:
― Calma, Carlinhos, você é muito apressado. Espera eu ensinar como se faz. Ele desmanchou o seu cavalo e esperou.
―Vamos fazer uma xícara ― disse a professora.
“Legal,” Carlinhos pensou. Ele sabia fazer xícaras muito bonitas. Começou a fazer uma com boca de sino e duas asas tão redondas quanto os aros da sua bicicleta.
―Não Carlinhos. Não é assim que eu quero ― disse a professora. Ela fez uma xícara reta como um cilindro e uma asa só. Carlinhos olhou para ela e achou que a dele era mais bonita. Mas professora é professora. Desmanchou a sua e fez uma igualzinha à dela.
No ano seguinte sua família foi morar em outra cidade. Carlinhos foi para outra escola. No primeiro dia de aula a professora disse: ― Crianças, vamos desenhar.
As crianças pegaram seus lápis, folhas de papel e começaram a desenhar um monte de coisas. Cada um desenhava o que queria. Carlinhos ficou esperando. A professora, vendo que ele estava parado, perguntou: ―Carlinhos, você não gosta de desenhar?
―Gosto, tia ― respondeu ― Mas desenhar o quê?
―Qualquer coisa ― respondeu a professora ― O que você quiser.
―E de que cor?
―A que você achar mais bonita.
―Porque todos não podem fazer igual?
― Se todo mundo fizer igual, como vamos saber quem fez o quê? ― respondeu a professora.
Então Carlinhos desenhou uma flor de pétalas curtas e vermelhas, com um caule verde e fininho como uma perna de passarinho.
Dedico esta metáfora ao Ministro Weintraub, ao Presidente Bolsonaro e a todos aqueles que não sabem conviver com a democracia e a diversidade.